Filosofando no boteco
Para muitos, e concordo que na maioria dos casos é assim mesmo que deve ser, um papo de boteco é para descontrair. Já passei por muitos casos, mas o que me levou, muitas décadas atrás, foi ouvir um papo de boteco (daqueles copo sujo) de uma mesa próxima de onde eu estava, de pessoal da construção civil (pedreiro e dois serventes). Um deles, o pedreiro, justificava a altercação com o engenheiro, chefe da obra, e que colocou o emprego dele em risco, no que os outros “filosofavam” sobre ele perder o emprego e eles irem junto. Aí comecei a estudar assuntos filosóficos e vi que papo de boteco pode ser filosófico.
Papo de Boteco
Assim sendo, venho escrevendo relatos que a “inspiração” vem de papos de boteco. Tenho centenas de relatos que estarão ilustrando o blog RETICÊNCIAS. Mas este aqui é para apimentar uma discussão recente. Claro que os partícipes do papo de boteco filosófico ficarão surpresos e, muito provavelmente, não farão nenhum comentário e nem acusarão o “golpe”.
Nestas conversas, em quase todas as situações, não cito e nem utilizo argumentos claramente filosóficos, pareceria, e pode ser, pedante ou arrogante. Mas, em alguns momentos é de um prazer imenso ver paralogistas se contorcerem sem argumentos. O problema de filosofar num boteco é que a maioria dos debatedores perde qualquer resquício de racionalidade e civilidade diante do teor alcoólico, e pior, alguns ficam completamente sem limites. Nem hipócritas conseguem ser.
Falácias e Analogias
Existe algumas profissões que são completamente nulas ou dispensáveis para a humanidade, já escrevi sobre isto em posts sobre falácias e enganadores profissionais. Uma delas é o profissional do Direito que advoga. Claro que existem exceções. Mas, a maioria é muito fraca de raciocínio e argumentos (não deveriam ser né mesmo?).
Já tive, ainda tenho e terei até depois de morrer, muitos problemas com advogados. São os reis da falácia, argumentos débeis e analogias absurdas. Uma destas é que serve de ilustração deste post.
Um dos participantes, advogado de sucesso (relativizando pela massa do advogados do país completamente fracassados e pendurando a carteirinha da OAB) fez uma analogia comparando a importância do advogado com o médico. Com todo respeito aos bons advogados, e a um falecido tio, reconhecidamente uma sumidade, esta analogia é podre.
Além destes, outros milhões que estudam para “passar em concurso” que, obviamente, são tão ou mais incompetentes dos que os outros bacharéis com carteirinha. Quando chamo-os de rábulas, a maioria não se incomoda. Não sabem nem que rábula não é elogioso.
Comparar o trabalho dos profissionais da saúde, que visam (com todos os problemas) o bem estar coletivo, sem olhar a que (claro, exceções nefastas existem, mas são exceções), com a “necessidade” da humanidade ter advogados para “salvar vidas” (a analogia foi na linha do “… nós e os médicos temos a mesa utilidade pois salvamos vidas das pessoas …” – TERRÍVEL !!!) é fim de linha para qualquer discussão filosófica.
Papo Ruim
Aí o papo de boteco começa a se deteriorar. Cada um quer falar qualquer coisa e quer ter razão. É hora de encerrar o laboratório filosófico e ir para casa pensar num post. Escreve alguma coisa para que ao menos uma pessoa qualquer pare e pense. E chegue à conclusão de que “eu sei o que este cara está falando, já vivi isto …”.
E não interessa qual é a profissão de cada interlocutor. Não podemos é nos submeter e aceitar de graça este tipo de falácia. E não me venha aqueles com papinho de “você é muito rabugento…”; “você precisa de tratamento…”; “você eva muito a sério até papo de boteco…”. SIM. Se parar e pensar é levar a sério, a resposta é afirmativa. Levo todos a sério, com ou sem falácias, de paralogistas e teleguiados à gente que topa qualquer debate ou evolução.
Isto é respeitar a opinião alheia e tentar mostrar o contraditório ou falhas no raciocínio. Mas muitos Não conseguem entender nem isto. Destaco que o papo de boteco motivador desta coluna foi legal (além de muito inspirador) e não abordou nem futebol (a não ser num momento de falta de argumento e preconceito) e nem mulheres (a não ser num momento de manifestação homofóbica pela participação de transsexuais na Superliga de Vôlei tupiniquim).
Charge: Portal CGN (Crítica à OAB e resposta da OAB à crítica)
Pedido de Doação
Assim como no ano velho, reitero meu pedido.
Meu irmão está precisando de doadores de sangue (qualquer tipo e fator). Só assim, ele e muitos outros pacientes que precisam de sangue para transfusão ou de hemoderivados, conseguirão prosseguir com seus tratamentos. E poderão ter a esperança de uma melhoria e retomada da normalidade em suas vidas.
Carlos Henrique de Oliveira (paciente do Hospital Mater Dei)
O Hemoter recebe doações para pacientes que estão internados em diversos hospitais. A doação pode ser realizada para paciente específico ou voluntário para o banco de sangue.
Horário: 8h às 13h, segunda-feira a sábado (sábado, somente com agendamento prévio pelo telefone).
Endereço: Rua Juiz de Fora, 861, Barro Preto – Belo Horizonte.
Telefone: (31) 3295-4584