AGIOTA
Agiotagem ou Usura é a prática de emprestar dinheiro fora do mercado regulamentado. Da mesma forma, sem autorização ou sem submissão a ninguém e nenhuma autoridade monetária, pratica-se empréstimo, cobrança e afins dos cidadãos que não conseguem crédito em instituições financeiras legalizadas. Esta atividade, considerada crime, é praticada pelo personagem chamado de agiota.
Jeitinho do Agiota
A prática é antiga, recentemente (nem tanto), criaram uma coisa chamada “factoring” que até instituições como o Sebrae deram como “boas” para as pequenas e médias empresas. Uma forma simples de lavar as mãos e que, no Brasil, acima de tudo, proporcionou o crescimento de muitos bandidos. Doleiros, destes que deitam e rolam, investiram pesado e muita gente até lavou dinheiro usando estas arapucas.
Como se não bastasse, estudei com colegas de turma que eram “gerentes de factoring“, convivi e fui vítima de gente assim.
De boas? Agiota, gerente de factoring nem é gente.
ESC ou Agiota
Por outro lado, meio que na surdina, na calada da noite, obscuramente e qualquer outro adjetivo que (des)qualifique a artimanha surgiu a ESC.
Guilherme Afif Domingos, Assessor Especial de Empreendedorismo e Desburocratização de Paulo Guedes, ministro da Economia, ex-tudo neste país, abraçou a ideia e deu vida legal ao agiota. Participou ativamente na regulamentação da Empresa Simples de Crédito (ESC).
Em outras palavras, ESC, para mim, não é empresa regulamentada de agiota, é tipo algo como TÔ FORA.
Mas para milhões de brasileiros vai ser a bancarrota ou falência e perda de tudo que um dia conquistaram. E o sinistro da economia está “liberando” o FGTS para que os demitidos, pobres trabalhadores endividados quitem suas dívidas com os bancos e se ferrem com o agiota, agora legalizado.
FIM DO MUNDO
A partir de agora, agiota não é criminoso. A lei 1521/51 perdeu totalmente o sentido. Mas deve ter sido para isto que a população (a maioria e não todos), que agora são chamados de tolos e já começam aparecer alguns arrependidos, votou.
Não fico nem um pouco surpreso com o apoio da CNI à Lei aprovada. Tampouco me comovo com o silêncio obsequioso da mídia e dos bancos. Certamente, vai ter banqueiro dizendo que é melhor ter conta em sua instituição pois os juros são menores que numa ESC. E pode ficar pior pois os bancos estão conseguindo avançar com telefonemas criminosos oferecendo consignados sob a proteção da Justiça e a omissão de órgãos de proteção ao consumidor.
“Quanto a considerar a Empresa Simples de Crédito (ESC) como agiotagem, é preciso, primeiro, definir os termos, como dizia Santo Agostinho. O que é agiotagem em um país em que se tem juros de até 300% ao ano? Acho difícil que a Empresa Simples de Crédito possa vir a praticar agiotagem em níveis tão elevados” Afif Domingos
Em suma, o mundo acabou em 2012 e as pessoas estão achando que este tipo de formalização da “profissão é bom para o país. Portanto, são os mesmos que devem pensar que milicianos devem ser formalizados e agir à revelia do poder público. Pensam que a segurança vai melhorar, assim como a economia melhorará com agiota legalizado.
Enfim, parafraseando Odorico Paraguaçu, deve ter havido uma confabulância político-miliciana d´uma confraria de agiota sobre esta lei. Eu já escrevi que as nossas oligarquias não respeitam ninguém. Muitos não prestam nem atenção quando demonstramos a realidade como em “República da Panákia – Oligarquia“, um dia vocês acordam. Criamos agora (as oligarquias) o agiota juramentado.
P. S. Ressalto que este é meu presente de “dia dos namorados” uma vez que, nesta data, esclarecimento é o melhor conselho.
Charge: Ricardo in CDconsumidores.blogspot.com
P. S. – Reitero também o pedido feito na página de “Advertências” deste espaço virtual. Observações, sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são bem vindas. Coloquem aqui nos comentários ou na página do Facebook