La Casa de Papel
Anteriormente, dois anos atrás, escrevi um texto (com preâmbulos e prolegômenos que não vou repetir) sobre a série La Casa de Papel (recomendo leitura do artigo no Wikipedia para entender toda a história). “O Professor Estrategista” foi a representação do meu personagem favorito. Contudo, um fracasso de público e crítica das duas primeiras temporadas não foi suficiente para desanimarem, virou super produção. El Profesor e seus companheiros de resistência viraram ídolos no mundo inteiro, menos para quem não entende muito de contexto histórico de ficção e da arte imitando a vida..
El Profesor
A proposta que defini para a trilha de textos (aka posts) destinada a falar de séries e filmes não era a de fazer crítica ou spoiler sobre episódios, trilogias, temporadas e séries inteiras. Como escrevi em vários destes textos, vejo cada episódio ou série, de ficção ou não-ficção, com olhar contextualizado para o comportamento de nossa sociedade digital.
Assim sendo, faço revisões e uma série que pode ter sido boa, fica ruim, e vice-versa. Da mesma forma, o personagem El Profesor, que foi meu preferido na Parte 1 da primeira temporada, manteve-se nas minhas expectativas e viu crescer, na minha opinião outros personagens, notadamente como Berlim, Tokio, Nairobi, Estocolmo. Certamente, todos os personagens cresceram, até eles próprios admitem isto nos depoimentos após o encerramento da temporada 4.
Enfim, foi paixão arrebatadora e o empoderamento feminino está presente na minha elevação das personagens femininas.
Quarta Temporada
A princípio, nunca me apaixono pelos atores e atrizes no sentido de que vejo muitos idolatrando quem personifica figuras como El Profesor. Faço um estudo sobre cada personagem e penso em coisas que escritores, roteiristas, diretores de fotografia fazem para passar mensagens. Neste sentido, algumas passagens da quarta temporada me marcaram e ficam muitas perguntas:
De onde os caras tiraram isto?
Qual a finalidade disto numa sequência?
O que o personagem fez para transmitir a ideia com a clareza que vi?
Tenho poucos leitores, mas os que tenho são atentos. Não faço spoiler e muitos querem que eu faça por preguiça de ver a série ou determinado episódio. Já tive leitor que pediu, “… faz um resumo aí, não tenho tempo para ler antes…”. Desculpem, sou econômico na crítica sobre a série, prefiro minha opinião sobre o conteúdo, os personagens, o enredo, a qualidade. Se agrada, escrevo sobre, se não agrada, descarto do meu catálogo.
Vou abrir uma exceção para falar sobre o esperma de El Profesor.
Esperma de El Profesor
Ser professor não é uma tarefa fácil, mas é instigante e estimulante a ideia de provocar amor e ódio quando se passa o mesmo conteúdo para pessoas diferentes. Estudos sobre alunos e professores mostram que numa turma de 40 alunos, a mesma mensagem pode provocar uma dúzia de comportamentos diferenciados. Esta é a magia quando conseguimos fazer com que as pessoas pensem e conseguem separar ideias, coisas e pessoas.
Entretanto, quem leu até aqui fica pensando, e esta porra de esperma?
Pois então (lá vai spoiler !), numa determinada cena, completamente desconexa naquele momento, Nairobi dialoga com El Profesor e faz um pedido: quer um esperma do “mestre” para que os filhos gerados tenham a inteligência do professor-personagem e a capacidade cognitiva e qualidade de ação dela.
A cena isolada é curiosa e somente depois do final da temporada e de verificarmos que uma quinta e sexta temporadas já estão confirmadas, vemos que os caras estão colocando aquilo que o público reproduz em redes sociais. Nossa sociedade está falida, teremos que dar shutdown (COVID-19 cuidou de apressar isto) e, IMNSHO, o planeta Terra não está preparado para construir nada de novo.
Professores do mundo, temos que nos unir e doar muitos espermas, parece ser a solução para o planeta !
Próximos Capítulos
Enfim, ansioso pela continuação da série, quero ver como os autores vão abordar esta questão da pandemia e suas implicações sobre a temática dinheiro, poder, ética, moral e tantos outros itens de viés filosófico que vi em La Casa de Papel. Espero que não somente eu tenha visto e que os críticos não se limitem a falar da excelente fotografia, roteiro, continuidade, trilha sonora da série.
Aguardemos pois, recomendo ver todas as temporadas sem passar pelos resumos e em forma de “maratona”, uma temporada a cada dois ou três dias, em sequência, para perfeito entendimento. Vejam em espanhol europeu e com legendas, se for o caso de necessidade, em português. Em outras palavras, não me importo com alguns detalhes e como se desenrolam histórias paralelas ou “núcleos” menores destas séries, mas gosto que eles mantenham os “núcleos” vivos para ver se viram parte do eixo principal e não sejam recorrentes.
Imagem: Reprodução Netflix
Nota do Autor
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