Mea Culpa - Quia peccavi

Quia peccavi nimis cogitatione verbo, actus et omissiones

Mea culpa e Quia peccavi

Neste momento, além da crítica da direita e dos oportunistas de plantão, existe uma desqualificação de tudo que se diz e escreve. Como se não bastasse, muitos ainda acham que estão na Idade Média e que basta um “Quia peccavi” e está tudo resolvido. Por outro lado, chegamos ao ponto de neófitos de redes sociais questionarem um ou outro canal da mídia pelo nome ou relevância histórica do canal (paralogismo pueril).  Atualmente, temos uma situação em que a própria esquerda não concorda com responsabilidades objetivas e gasta mais tempo tentando responder questões que nem deveriam demandar tempo para resposta.

Acusa-se as pessoas pelo canal que utilizam ou pelo histórico e simbolismos de algum tema que deveria ser debatido. Entre sofistas, este diversionismo tem nome: Erística. Entre os pobres mortais, é um vale-tudo. Os paralogistas estão nadando de braçada e nem interessa o tema em discussão, vale a (des)qualificação prévia e a reprodução de sandices.

Mas, considerando o golpe como favas contadas, a briga passou a ser pelos “Power point” motivacionais. E, com toda a certeza, pobre aqueles que ousar questionar a sapiência e qualidade dos Iluminatti do Poder Judiciário em Pindorama.

Cabe um mea culpa

Imaginamos (aqui me incluo no rol de homens e mulheres de esquerda) que o fato de ter maioria de votos nas eleições era suficiente para avançar na qualidade dos votantes. Desse modo, cada um cuidando de si bastaria para evitar a lavagem cerebral que a mídia de massa proporciona. Como nos imaginarmos este mundo se multiplicando, a partir de cada um de nós, seria o suficiente para criarmos massa crítica pensante ou pensadores “off box“.

Errei(amos) feio, não tem volta, e ainda vai piorar muito antes que dê sinais de melhora… as eleições batem à porta, e vai ser um show de horrores.

Agora é tarde e não adianta reclamar. O castigo maior ainda esta por vir. Grande parcela do eleitorado brasileiro (todos aptos a votar acima de 16 anos) está como na música: “Só quero saber do que pode dar certo” ou está com preguiça demais para qualquer coisa que exija uso do cérebro ao invés do fígado.

Mea culpa ou Quia peccavi resolve?

Enfim, Mea culpa,  “Quia peccavi nimis cogitatione verbo, actus et omissiones” não resolve nada, ainda fica muito pior

Certamente, ao errar feio, reconhecemos que novos caminhos devem ser trilhados, mas não da forma como fizemos pois não deu certo. Em outras palavras, seremos sempre acusados de que queremos doutrinar outras pessoas, mas os que acusam cometem o pecado de escravizar outro ser humano. E, como se não bastasse, fica muito pior, quando os neófitos dos 140 caracteres defendem teses inteiras em somente 140 caracteres.

Em suma, o debate retrocedeu ao menos 32 anos, por baixo, e em condições muito piores do que as estabelecidas nos anos 1980, as redes sociais só produzem debates estéreis e pueris.

E provável que nem um mea culpa e muito menos um Quia peccavi resolvam a culpa de cada um, e as fake news dominarão o mundo, mentes e corações; quem sobreviver verá !

 

P. S.Quia peccavi nimis cogitatione verbo, actus et omissiones” numa livre tradução do latim seria algo como os católicos diriam: “Eu pequei muito em pensamentos, palavras, ações e omissões“. O que era o suficiente na Idade Média para pedir perdão para alguma entidade divina, mas que não tem sido nem percebido nas redes sociais. Foi substituído pelo #FAIL ou #foda-se.

 

Imagem: www.destepti.ro

Nota do Autor

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Agradeço a compreensão de todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.

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