É Natal
O mês de dezembro é muito ruim, pelo menos pra mim e para algumas poucas pessoas que conheço. Algumas delas dizem e praticam o espírito natalino somente no mês de dezembro, são hipócritas e isto me deixa mais indignado ainda. Por outro lado, existem aqueles que justificam o fato das pessoas não gostarem deste ou daquele mês ou período da vida como uma questão de inferno astral.
Certamente, uma conjunção de fatores e de experiências que vivi no mês de dezembro são coincidências, obras do acaso, infortúnio e afins. O comportamento das pessoas no mês de dezembro é atípico, exatamente ao contrário de tudo que praticaram nos outros onze meses.
Até a questão de ser inferno astral é uma hipocrisia sem fim, serve para justificar o injustificável e, assim sendo, esta data é mais do que apropriada para ser publicizada.
Inferno Astral
No meu caso, como sou nascido no mês de janeiro, costuma-se dizer que ( fazedores e horóscopo e picaretas e não astrólogos de verdade ) vivemos nos trinta dias anteriores ao aniversário o nosso inferno astral.
Na realidade, segundo todos os estudiosos da astrologia, “inferno astral” é uma invenção desta sociedade dita moderna. Usam este termo para definir períodos de azar, notadamente no mês que antecede o aniversário.
Mais uma proposta dos inúteis que vivem da exploração de crendices alheia, uma empulhação de gente querendo enganar as pessoas com suposições e maldades.
Meu Inferno Astral
Desse modo, não gosto do mês de dezembro por diversos motivos e confesso que já evitei até fazer certas coisas neste mês por conta de acreditar em “inferno astral”. Cheguei a ficar tão sugestionado quando num determinado dezembro (1980) ocorreu uma sequência de três eventos desagradáveis que fiquei temeroso.
Por algum tempo, posteriormente àquele ano, ficava pensando sobre estas fatalidades, resolvi ler, pensar e descobri toda a falácia envolta no termo “inferno astral”. Isto “non ecziste“, diria Padre Quevedo; em outras palavras, qualquer um pode cair no conto de vigários.
O que mais me incomoda neste mês é a hipocrisia das pessoas, assim sendo vejo que o mês é muito ruim e meu “inferno astral” aflora quando constato que virou epidêmico. Hordas de “benfeitores” fazem maldades, ignoram as pessoas, desprezam a pobreza durante onze meses e em dezembro usam religião, cristianismo e coisas afins para praticarem seus atos de caridade.
Enfim, quando vejo estas pessoas praticando caridade no mês de dezembro, comprando seu pedacinho no céu, ou sua passagem para o inferno sem passar no purgatório, reforço minha ojeriza pelo citado mês.
Pode parecer algum tipo de comportamento antissocial, mas é exatamente o contrário, por respeitar demais a coletividade, socialização, cooperação é que não aceito que qualquer ato de ajuda ao próximo seja feito somente no mês de dezembro.
Maldita manipulação
O marketing, propaganda e publicidade que ocorrem no mês de dezembro são tão canalhas que nem preparam as pessoas para o pesadelo do mês de janeiro com as contas, impostos, despesas extras com educação, alimentação, impostos etc.
O “inferno astral” de todo o povo é aqui, no mês de dezembro ( é claro que castas privilegiadas não vão saber o que é isto ! ) e, como se não bastasse, em tempos de redes sociais ficou insuportável.
Que me desculpem os eternos otimistas, os que ganham uma lata de esterco de cavalo e perguntam: “cadê o cavalo?“. Com toda a certeza, a manipulação da massa ignara faz com que vocês não entendam o que tento dizer.
Quando falo que está tudo mais ou menos é isto mesmo, ipsis litteris, falta muito para ficar bom. E, portanto, não me iludo com migalhas de coisas boas, especialmente em dezembro.
Charge: Guicerveira
Nota do Autor
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