Vereadores de BH
Este é um dos textos da série “Vereadores de Belo Horizonte“(1), que estão exercendo mandato na Câmara Municipal, desde que foram eleitos em 2020. De acordo com notícias recentes, 60% (sessenta por cento) dos vereadores de BH estão querendo abandonar seus mandatos.
Desde que iniciei este Blog, textos sobre a política local nem são numerosos. Entretanto, a importância dos temas deveria ser melhor observada por todos os cidadãos e eleitores. Com toda a certeza, a política não vem de cima, das esferas estadual ou federal. Tudo que acontece na vida das pessoas começa em cada bairro, regional ou na cidade.
Edil
Desse modo, o tema que vou abordar teve início no dia da posse dos vereadores de BH, e que previ como uma das piores legislaturas. Elegi, por minha conta e risco, o pior edil da história da capital mineira ( Nikolas Ferreira ). Foi a minha escolha, por tudo que fez de errado, pelos os crimes que cometeu e pela falta de decoro, dentre outras contravenções. Surpreendentemente, muitos de seus parceiros de legislativo municipal coadunam com tudo. Afirmo que, bem mais do que a metade dos parlamentares, é pouco confiável, e que traem até seus próprios partidos.
Por quê cada edil não trairia o povo de Belo Horizonte e seus eleitores?
Eleições
Não apenas sou um eleitor cioso, mas conheço outros que têm consciência sobre o processo eleitoral e a sua importância. A maioria do eleitorado é de pessoas que pouco se importam por simplesmente preferirem o mais fácil. O crescente aumento do uso de redes sociais leva ao cidadão muito mais informação do que ele consegue absorver. Como se não bastasse, as malditas fake news aparecem muito mais de mil vezes, e viram “verdades” instantâneas.
Raramente, vemos uma notícia boa repercutir como uma notícia falsa, mesmo que seja verdadeira.
É provável que eu esteja exagerando no percentual ou na adjetivação dos vereadores de BH como traidores. Contudo, parcela de responsabilidade é do próprio eleitor, que mantém seu voto e apoio sem saber o trabalho que cada um faz pela cidade.
As eleições e o sistema eleitoral, da forma como está construído, inibe a participação e a democracia. Muitos defendem que somente o ato de votar garante direitos. Não é bem assim, o eleitor não sabe nem a diferença entre voto proporcional e majoritário. Como se não bastasse, nem se pergunta porque as eleições para deputados ou para vereadores, é sempre no primeiro turno, e não no segundo.
Enfim estas são questões que deveriam ser prioritárias, e que cada eleitor negligencia, a cada ano. E, portanto, não vai ser muito diferente em 2022.
Vereadores de BH em campanha
Assim sendo, apresento em ordem alfabética, com nome social, partido e cargo, aqueles(as) que pretendem se candidatar. Certamente, esta relação não é definitiva, mesmo porque as candidaturas e campanhas estão proibidas. Existe um calendário eleitoral e qualquer um destes em campanha, pode ter o registro de sua candidatura cassada.
São candidatos a algum cargo eletivos, a princípio, os seguintes vereadores:
- Álvaro Damião (União) – Deputado Federal
- Bella Gonçalves (PSOL) – Deputada Federal
- Bim da Ambulância (Avante) – Deputado Estadual
- Ciro Pereira (PTB) – Deputado Estadual
- Dr. Célio Frois (Cidadania) – Deputado Estadual
- Duda Salabert (PDT) – Deputada Federal
- Flávia Borja (Avante) – Deputada Estadual
- Helinho da Farmácia (PSD) – Deputado Estadual
- Henrique Braga (PSDB) – Deputado Estadual
- Irlan Melo (Patriota) – Deputado Federal
- Iza Lourença (PSOL) – Deputada Federal
- Juninho Los Hermanos (Avante) – Deputado Federal
- Léo Burguês (União) – Deputado Federal
- Macaé Evaristo (PT) – Deputada Estadual
- Marcos Crispim (PSC) – Deputado Estadual
- Miltinho CGE (PDT) – Deputado Eederal
- Nely Aquino (Podemos) – Deputada Federal
- Nikolas Ferreira (PL) – Deputado Federal
- Professor Juliano Lopes (AGIR) Deputado Federal
- Reinaldo Gomes Preto do Sacolão (MDB) – Deputado Estadual
- Rogério Alkimim (PMN) – Deputado Estadual
- Rubão (PP) – Deputado Estadual
- Walter Tosta (PL) – Deputado Federal
- Wesley da Autoescola (PP) – Deputado Estadual
- Wilsinho da Tabu (PP) – Deputado Estadual
Em suma, dos 41 vereadores da CMBH, 25 já deram indícios que desejam voos mais altos, resta ao cidadão de Belo Horizonte avaliar o que fizeram pela cidade. É muito pouco para quem tomou posse ( alguns em primeiro mandato ) dizendo que estaria à serviço da cidade.
O que vem por aí
Um conhecido, me disse certa vez:
– Eleito para o Poder Executivo, o mandatário tem dois anos para governar. O primeiro ele vai entender como funciona a máquina, o último ele vai se despedir e preparar para outra eleição.
Enfim, eu diria que, para os vereadores, existem 4 posicionamentos:
- Fazem suas campanhas, são empossados e, em seguida, começam a próxima campanha;
- Apoiam o Executivo pensando nos benefícios e cargos municipais e, nesse ínterim, cuidam da campanha seguinte;
- Fazem oposição, e ao mesmo tempo buscam se posicionar no município, preocupados com o “sistema bruto”; e
- Alguns poucos defendem interesses dos cidadãos e são alvos da “renovação”, mesmo antes que termine seu mandato.
A maioria dos vereadores de BH vai continuar se candidatando a outros cargos e usando a cidade e seus eleitores para fazerem carreira pessoal. Certamente, existem exceções. Entretanto, as poucas exceções mal conseguem se reeleger na própria Câmara Municipal pela miopia da mídia e ignorância do eleitor. As redes sociais prestam um desserviço ao município e a própria mídia cuida de mostrar somente as coisas ruins.
Política eleitoral
Um dos meus primeiros textos sobre a política municipal parece até pueril em relação ao que posso relatar hoje. Em “Um negócio (ótimo) de pai para filho“, tentei explicar o risco das “heranças” políticas. Em outras palavras, se o negócio era de pai para filho, agora virou uma zona, até mães entraram na jogada. E não precisa ser somente mãe, existem até separações de fachada para ex-esposas entrarem na política eleitoral,
O eleitorado nunca deu importância à eleição para vereadores de BH, como fazem os eleitores de outras cidades.
É um erro fatal. Uma grande capital, como é Belo Horizonte, e seus milhões de cidadãos, não merecem estes descaso, falta de compromisso e “traição”.
É provável que, muitos dos aqui relacionados nem estejam querendo sair da Câmara Municipal e cumprem deveres partidários. Entretanto, aqueles que se mudam de partido, no tempo de acréscimo do jogo eleitoral, não são de confiança, tenho certeza.
Estejam alertas para quem oferecerão seus votos para deputado estadual e federal. E, não se esqueçam que o seu voto ajuda a eleger outros candidatos do mesmo partido. Da mesma forma que voto em branco, nulo ou abstenção terá como destino a lixeira da democracia.
P. S.
É deplorável o papel que alguns influenciadores da mídia, políticos, religiosos e do futebol têm feito. O que estão praticando é crime eleitoral e não adianta dizer que são palestras. Tomara que algum seguidor grave e mostre o vídeo para o TRE. Certamente, terá meu apoio cívico, democrático e civilizatório. Quando alguém se apresenta como “puxador de voto” está à serviço da democracia guiada.
(1) “Legislativo Municipal – Mais do mesmo“”
Imagem: Reprodução Internet – Autoria não identificada
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
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