Jihad Tupiniquim - Reprodução

A Jihad Tupiniquim

Jihad

A princípio, existe uma “Jihad Maior” e uma “Jihad Menor“, cujos significados não foram assimilados pela maioria das pessoas. O termo, por si só, carrega elevado preconceito em função de como a mídia o difundiu pelo mundo. Não conheço uma pessoa sequer que tenha ouvido o termo pela primeira vez de modo isento e imparcial. Desse modo, é natural que a maioria das pessoas que lerão este texto “Jihad Tupiniquim” não adotem o preconceito. É natural em tempos de redes sociais rasteiras e pressa das pessoas em se mostrarem “in” e menosprezem símbolos e conceitos básicos.

Assim sendo, é necessário transcrever parte de uma definição importante, retirada do Wikipedia.

Jiade ou Jihad (em árabe: جهاد‎; romaniz.:  jihād) é um conceito essencial da religião islâmica e significa “empenho”, “esforço” ou “luta” — o significado exato dependerá do contexto. É habitualmente entendida como “guerra santa” travada contra os inimigos da religião muçulmana. Aquele que segue a jihad é conhecido como mujahid. Num segundo sentido, que surgiu posteriormente ao primeiro, pode significar uma luta interior, mediante vontade pessoal, de se buscar e conquistar a fé perfeita.

Enfim, Jihad pode ser a luta nossa de cada dia em tentarmos ser melhores. Por outro lado, pode ser uma referência ao que fazem, há milênios, aqueles que não aceitam as escolhas de outros. Como nas Cruzadas cristãs ou até genocídios por causa da religião, a intolerância é misturada com a racionalidade.

Com toda a certeza, a Jihad Tupiniquim não vai dar certo.

Jihad tupiniquim

Vivemos tempos estranhos, acirrados por questões da natureza e, com toda a certeza, pelas redes sociais. Anteriormente, um político famoso, falou sobre a possibilidade do Brasil ter o domínio dos evangélicos.

Um país, predominantemente católico, pode se tornar de maioria evangélica?

Não consegui, nas pesquisas que faço para a maioria dos textos deste Blog, verificar tal mudança de comportamento em nenhuma nação. É provável que Lima Barreto(*) tivesse razão e estejamos protagonizando mais uma “jabuticaba”. Talvez sejamos somente espectadores e não tenhamos noção do que venha a ser uma Jihad Tupiniquim.

Guerra nada santa

O que iniciou-se muito tempo atrás, com o avanço e a mixórdia da religião na política, típica no Brasil, recrudesceu em tempos recentes. O que constatamos a partir de eventos de intolerância(1) tem se intensificado. É improdutivo querer buscar um culpado, pois este sentimento (intolerância) está impregnado em cada um de nós. E o que de pior podia acontecer, verifica-se no Brasil quando a intolerância se mistura com futebol, política e todas as escolhas das pessoas.

A guerra nada santa começou há muito tempo. Em outras palavras, cada um de nós, em maior ou menor grau, temos intolerâncias que não explicitamos e que, agora, queremos demonstrar. Nem bem conseguimos nos definir no que os muçulmanos definem como “Jihad Menor” e já queremos dominar o próximo.

Eleições 2022

As eleições 2022 tem sua campanha iniciada nesta data, entretanto, a intolerância começou muito tempo atrás. É assustador como espaço que deveria ser de autoconhecimento e reflexão se prestam a disseminação do ódio. Preconceitos de todas as espécies têm disseminação garantida nas redes sociais e grupos de Whatsapp. É como se fossem verdade e leis religiosas, para que os fiéis sigam cegamente.

A Jihad Tupiniquim presencia, por exemplo, um determinado espaço religioso usando sua fachada para propaganda de armas de uso pessoal. Neste ínterim, a maioria das pessoas nem faz distinção do que venha a ser armas de uso militar, daquelas de uso contra civis.

A explosão de assassinatos, notadamente os feminicídios, com todo tipo de arma, revela o nível da guerra em que vivemos durante estas eleições.

Com toda a certeza, a utilização destes dogmas radicais contaminou, mortalmente, as eleições de 2022, e toda uma população.

É desesperador ver o nível de discussão – se é que podemos chamar de discussão – dos partícipes das eleições deste ano.

Como se não bastasse, o pretenso debate nos canais oficiais passa longe da mídia e das redes sociais. Certamente, todos querem ter razão e privilegiam a mentira; a omissão e o engano.

Mateus 7

É provável que estes mesmos fanáticos cegos não tenham a capacidade de rever os ensinamentos que deveriam ter recebido. Ou, pior, a explicação que receberam das escrituras que leem e não compreendem sejam as mais enviesadas quanto possível.

O combate à intolerância um dia terá espaço no país da Jihad Tupiniquim?

Afinal, somos todos Mujahidin, mesmo que a mídia tenha, ao final do Século XX, dado outro significado para a palavra. E o combate à intolerância chegará um dia, quando o povo compreender a passagem de Mateus 7.

Nem as redes sociais, que deveriam ser para outras finalidades, se salvam, perdemos a guerra santa !

E, com toda a certeza, os negacionistas negarão tudo que descrevi três vezes.

 

(*) Frase de Lima Barreto: “O Brasil não tem povo, apenas público. Povo luta por seus direitos, público assiste de camarote.“.

(1) “Quem é o culpado pela nossa intolerância?”

 

Imagem: Reprodução New Indian Express

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