Entre sem bater - Ruy Castro - Um Mau Humor

Entre sem bater – Ruy Castro – Um Mau Humor

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. O livro “O melhor do Mau Humor“, de Ruy Castro, é, certamente, uma piada que muitos não entendem.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Ruy Castro

É provável que a maioria das pessoas, somente pelo título deste texto, depreenda alguma coisa diferente daquilo que Ruy Castro quis dizer na sua obra. Em “O melhor do mau humor” ele tem que explicar a piada (o livro) inteiro. E nem assim as pessoas conseguem entender que a maioria das frases sobre um mau humor(*) exigem mais do que uma leitura. Estamos precisando mais de frases mal humoradas e de pessoas que entendam de chutes no balde e bananas gestuais

Ruy Castro (Caratinga, 26 de fevereiro de 1948) é um jornalista, biógrafo e escritor brasileiro. Nascido no interior de Minas Gerais, mudou-se ainda em seus primeiros anos de vida com seus pais para a cidade do Rio de Janeiro. Formou-se no curso de Ciências Sociais, na então Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) – atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), porém, nunca atuou na área. Castro tem passagem por importantes veículos da imprensa do Rio e de São Paulo a partir de 1967 e tornou-se escritor, a partir de 1988. É reconhecido pela produção de biografias como O Anjo Pornográfico (a vida de Nelson Rodrigues), Estrela Solitária (sobre Garrincha),  Carmen (sobre Carmen Miranda) e de livros de reconstituição histórica, noção como Chega de Saudade (sobre a Bossa Nova), Ela é Carioca (sobre o bairro de Ipanema, no Rio) e A Noite do Meu Bem (sobre o Samba-Canção), dentre outras publicações, participações, premiações. É membro da Academia Brasileira de Letras desde 6 de outubro de 2022.

Fonte: Wikipedia (Português)

Mau Humor

Com toda a certeza, ninguém é totalmente ignorante(1) que não consiga entender um livro como o de Ruy Castro. Contudo, como o próprio autor diz, tem gente que veste a carapuça com qualquer humor. Particularmente, não gosto de algumas piadas ou tipos de humor e humoristas.

É, sem dúvida, uma questão de estilo e gosto, que os atuais comediantes de stand-up capturaram a “essência”. Desse modo, evitando citar nomes, não sei como as pessoas conseguem rir sobre algumas piadas que envolvem racismo ou misoginia. Da mesma forma, experimento esta incompreensão na série destes textos (Entre sem bater), com gente mau humorada em profusão.

Em todo caso, para desanuviar o ambiente e não dizerem que não falei de flores, a frase de Ruy Castro é lapidar.

O Direito de Desabafar

Vivemos em uma era digital onde as redes sociais desempenham um papel fundamental na vida da maioria das pessoas. Elas nos permitem compartilhar nossas alegrias, conquistas, pensamentos e, claro, nossos momentos difíceis. O direito de desabafar nas redes sociais, especialmente quando confrontados com situações injustas, é uma forma legítima de expressão.

Em primeiro lugar, as redes sociais se tornaram um espaço onde as pessoas deveriam interagir, discutir ideias opostas(2) e compartilhar experiências. Desse modo, assim como em qualquer espaço público, as redes sociais devem garantir o direito à liberdade de expressão. Contudo, esse direito, essencial numa sociedade democrática, confunde-se com o direito de mentir, ofender e praticar a estupidez.

Mas o que isso tem a ver com o mau humor?

Eventualmente, não estamos com disposição de sermos sempre engraçadinhos e bonitinhos, e aí entra o confronto com a hipocrisia.

Expressar opiniões sinceras, compartilhar perspectivas ou denunciar injustiças pode ser tornar um crime, dependendo da “audiência”.

Desabafar nas redes sociais, que poderia ser uma forma de terapia para lidar com momentos ruins, é uma faca de dois gumes.

Do mesmo modo que alguns acham desrespeitoso não responder a um maldito “bom dia” em grupo de Whatsapp, existem os que não suportam este povo.

Limites e Deveres

Assim sendo, as redes sociais, transformaram tudo, impondo regras e o mau humor de gente que não gosta de ver sua opinião sofrer contradições. E, como se não bastasse, este comportamento abjeto, chegou nas mesas de boteco. Até assassinatos estão acontecendo se alguém discorda da opinião de algum sociopata ou psicopata.

Enfim, seja nas redes sociais ou na vida real, o idiota sociopata da aldeia não pode estar com alguma arma que vira criminoso.

Seria natural buscar apoio e compreensão, e as redes sociais deveriam ser um espaço para esta aproximação. Um parente, um amigo, que não temos muito contato, deveria servir de apoio, #SQN.

Compartilhar nossas emoções e experiências ou conectar a pessoas que passaram por situações semelhantes, virou risco de morte.

Os limites e respeito aos direitos e deveres estão sem nenhum controle, de ninguém, os resultados de cada intervenção são imprevisíveis.

Empatia e Solidariedade

Enquanto num teatro de stand-up o protagonista gera empatia e solidariedade contando “causos” que parecem nossas vidas, nas redes sociais tudo muda.

O silêncio(3), nas redes sociais, diante de situações contrárias é uma forma de combater a hipocrisia.

Ignorar problemas, injustiças ou comportamentos emocionais, certamente, não contribui para uma sociedade mais justa e inclusiva.

Surpreendentemente, o direito de desabafar nas redes sociais vira-se contra quem está num mau momento ou de mau humor.

No entanto, o direito à liberdade de expressão não é absoluto e a responsabilidade sofre completo desprezo por parte da maioria.

As redes sociais são o melhor caminho para disseminar ódio, calúnia ou difamação, sem reconhecer aquele direito a chutar o balde em certos dias.

Desse modo, é possível identificar aqueles que estão apenas num mau dia, daqueles odiosos renitentes que não entendem o mau humor.

O Melhor do Mau Humor

Algumas frases da antologia de Ruy Castro, merecem reprodução, notadamente as sobre políticos:

Um político é capaz de qualquer coisa para permanecer na sua posição, até mesmo tornar-se um patriota“. William Randolph Hearst

Os políticos são os mesmos em toda parte. Prometem construir uma ponte até onde não há rio“. Nikita Kruschev

A prosperidade de alguns homens públicos no Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento“. Stanislaw Ponte Preta

Fonte; “O Melhor do mau humor” (1989)

Bom humor

É possível fazer um humor de qualidade até com frases de mau humor. Desde que sejam frases dentro de um contexto e os receptores das mensagens tenham alguma capacidade cognitiva.

Do mesmo modo, os textos de “Entre sem Bater” exigem reflexão e capacidade de compreensão nas entrelinhas.

A percepção das pessoas para estas nuances de mau humor, com efeito, não atingem a maioria da multidão. Por exemplo, um texto deste Blog, por vezes, sofre descarte imediato se o leitor vê o nome do autor da frase. É provável que o nível de imediatismo e estupidez deste leitor não esteja à altura, até para superar a figura e frase curta. Certamente, estas pessoas (que “decifram” um livro pela capa) não mereçam mesmo ir além disso.

A hipocrisia e desculpas sobre cada um destes comportamentos são motivos, como disse Ruy Castro, para sairmos “dando bananas” e “chutando baldes”. Entretanto, muitas destas pessoas são como a inteligência artificial (muito artificial e pouco inteligente). Com toda a certeza, estas pessoas não têm qualificação para entender ironias e sarcasmos, o que representa a gênese do mau humor.

Em suma, a população que utiliza das redes sociais (especialmente Twitter, Whatsapp e similares) não tem preparação para este debate.

O mau humor deveria salvar as pessoas das redes sociais estultas, mas está perdendo a batalha e a guerra. Queremos o direito de ter um dia de mau humor e de sinceridade. Mandar uma banana para este povo do “bom dia“, “boa tarde“, “boa noite” sem a menor noção de civilidade.

P. S.

É provável que um simples artigo (“o” ou “um”) defina para os puristas uma diferença muito grande para a palavra-chave deste texto. De fato, o mau humor deveria ter um maior respeito por parte das pessoas, mas a incompreensão geral é predominante.

 

(1) “Entre sem bater – Aleck Bourne – Totalmente Ignorante

(2) “Entre sem bater – Scott Fitzgerald – Ideias Opostas

(3) “Entre Sem bater – Thomas Carlyle – Silêncio

 

Imagem: Entre sem bater – Ruy Castro – Um Mau Humor

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
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