Entre sem bater - Md House - Verdade Básica

Entre Sem bater – Md House – Verdade Básica

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. O personagem Gregory House deu nome à série de sucesso mundial. É provável que o ator transferiu para o personagem, muitas de suas percepções, inclusive sobre uma “Verdade Básica“.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Md. Gregory House

Gregory House era um personagem de uma série de TV estadunidense da área médica. Uma área de diagnósticos que é incomum no Brasil. House esteve em exibição entre 2004 e 2012. Uma criação de David Shore sobre um médico irreverente, controverso, de sucesso, mas que não confia em ninguém, muito menos em seus pacientes. Em todos os episódios, o Dr. House tinha frases que poderiam gerar alguns blogs e muitos textos. Com toda a certeza, muitas frases de “House” estarão na trilha de “Entre sem bater“.

Gregory House é o protagonista fictício da série dramática médica americana House. Criação de David Shore e com o ator inglês Hugh Laurie no papel principal, é a história de uma equipe de diagnosticadores em um hospital. O Dr. House é o chefe de medicina diagnóstica no fictício Princeton-Plainsboro Teaching Hospital em Princeton, Nova Jersey. O personagem de House tinha características de misantropo, cínico, narcisista e mesquinho dentre outras, no Hospital-Escola.

Fonte: Wikipedia (Inglês)

Verdade Básica

A frase do personagem é uma afirmação provocadora que levanta questões sobre a honestidade e a natureza humana(1). Embora não seja uma falácia per se, essa declaração suscita discussões significativas sobre a ética e a cultura da mentira em nossa sociedade.

Existem, a princípio duas hipóteses a considerar para nos orientarmos sobre qualquer verdade básica:

  • a possibilidade de que a frase seja uma constatação da adesão generalizada às mentiras em nossa sociedade;
  • a questão mais ampla da natureza da mentira e da verdade na condição humana.

Primeira Hipótese

Vivemos tempos estranhos onde a adesão maciça às mentiras em nossa sociedade tornou-se hábito com elevada aceitação. De fato, a mentira é uma parte intrínseca da experiência humana e expandiu-se nas redes sociais.

Por exemplo, sabemos que desde tenra idade, as crianças aprendem a contar pequenas mentiras para evitar castigos ou conseguir recompensas. À medida que envelhecemos, essa prática não diminui, mas sim se torna mais sofisticada e sutil. As razões para mentir evitam conflitos, preservam a imagem pessoal ou simplesmente protegem a privacidade.

O que muda não é o ato de mentir, mas sim o contexto em que isso ocorre, sempre de maneira hipócrita e com falsidade.

A sociedade, por sua vez, principalmente em tempos recentes, perpetua e dá aprovação à mentira. Publicidade, política e até mesmo o entretenimento sofrem com falsas representações e exageros. As redes sociais, em particular, ampliam a capacidade das pessoas na disseminação de informações falsas.

A falta de confiança nas instituições também pode incentivar a mentira como uma forma de resistência ou autodefesa. Diante desse panorama, a hipótese de que a frase é, verdadeiramente, uma adesão generalizada às mentiras tem fundamentos sólidos.

Segunda Hipótese

Os mesmos tempos estranhos permitem que levantemos questões mais profundas sobre a natureza da mentira e da verdade na condição humana. A afirmação de que “todo mundo mente” é uma generalização extrema que não considera a complexidade das motivações por trás das mentiras. É importante lembrar que, apesar da ubiquidade das mentiras, muitas pessoas ainda valorizam a honestidade e a integridade.

A frase também não aborda o importante aspecto de possíveis “mentiras brancas” ou “mentiras sociais“. Em outras palavras, essas mentiras aparecem para evitar magoar os sentimentos de alguém, manter a harmonia social ou preservar relações.

Por exemplo, quando alguém pergunta “Gostou?” após uma apresentação, muitas vezes as pessoas responderão de maneira positiva. É provável que este tipo de resposta apareça, mesmo que não tenham gostado, evitando-se constrangimentos ou conflitos. Essas mentiras são, eventualmente,  necessárias para o funcionamento da sociedade e das relações interpessoais. Contudo, cria-se um mundo baseado em falácias e hipocrisia(2) que pode estourar a bolha, de uma hora para outra.

Além disso, frases e manifestações desta natureza não consideram o contexto cultural e social. Em algumas culturas, a mentira tem certa tolerância ou até mesmo valorização em certas situações. Por outro lado, em sociedades com forte ênfase na honestidade e transparência, a mentira, mesmo social, não tem aceitação. Certamente, muitas pessoas valorizam a verdade e se esforçam para ser honestas em todas as áreas de suas vidas. A ideia de Md House não reflete a diversidade da experiência humana na maioria dos casos.

Verdade Incômoda

A ideia de uma verdade básica, a partir da premissa que todo mundo mente, pode criar uma verdade incômoda.

A mentira é uma ferramenta poderosa e muitas vezes conveniente em diversas áreas das relações humanas. Na política, por exemplo, a distorção da verdade é comum e, em alguns casos, até mesmo com aceitação de correligionários. Como se não bastasse, na publicidade, as mentiras têm utilização prática para vender produtos e oferecer serviços.

Surpreendentemente, a pressão social, a competição e o desejo de obter vantagens incentivam as pessoas a mentir de forma constante.

Em suma, a questão da mentira e da verdade na condição humana é complexa e múltiplas perspectivas e condicionantes. A frase símbolo de Md House, mesmo sendo uma possível generalização, mostra-se como uma realidade assustadora. A ideia destaca a importância de considerar como a mentira se manifesta em nossas vidas e nas nossas estruturas sociais.

A verdade incômoda é que vivemos num mundo onde as informações sofrem manipulação e distorções e a busca pela verdade é mais um desafio. Por outro lado, isso não deve nos levar a uma resignação completa em relação à mentira. Desse modo, é importante promover a educação, o pensamento crítico e a prática da ética. São formas de combater a disseminação de informações enganosas e promover uma cultura de transparência e integridade.

Um Ideal

Os samurais tinham seus preceitos e os defendiam com a vida as suas sete virtudes(3) e seus códigos.  A honra e outros códigos sofrem degeneração, atualmente, com a pressa das redes sociais.

Desse modo, é fundamental reconhecer a importância de reconstruir as relações humanas com base na confiança e na sinceridade. O respeito e a integridade são valores que muitos indivíduos e sociedades buscam defender e valorizar. Mesmo que a mentira seja uma parte da experiência humana, buscar a verdade básica é um ideal que muitos buscam.

Enfim, a ideia por trás da frase de Md House não é necessariamente uma falácia, mas uma afirmação provocativa para levar à reflexão. A frase também nos desafia a considerar a complexidade e a diversidade das motivações por trás das mentiras.

Certamente, é bom ter a premissa que só existe uma verdade básica, todo mundo mente, de uma forma ou de outra.

 

(1) “Entre sem bater – José Saramago – Natureza Humana

(2)Hipocrisia no comando

(3) “As 7 virtudes do Bushido – Parte 1

 

Imagem: Entre sem Bater – Md House – Verdade Básica

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

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