Entre sem bater - Cathy O´Neal - Clickbait

Entre sem bater – Cathy O´Neil – O Clickbait

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Às vezes, criam-se termos para esconder crueldades, desse modo, Cathy O´Neal identificou a maldade por trás do “Clickbait“.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Cathy O´Neil

A estudiosa e cerebral Cathy O ́Neal provou, matematicamente, por A + B, que os algoritmos dominam o mundo. Por outro lado, comprovou as teorias e anedotas matemáticas de Malba Tahan(1). Os que adoram matemática, orientação a objetos, são os mais capazes na missão de destruir os servos do clickbait.

Catherine (” Cathy “) Helen O’Neil é uma matemática, cientista de dados e autora americana. Ela é autora do best-seller do New York Times, Weapons of Math Destruction, e de colunas de opinião no Bloomberg View. O’Neil era ativo no movimento Occupy. O’Neil frequentou a UC Berkeley como estudante de graduação, recebeu título de Ph.D. em matemática pela Universidade de Harvard em 1999, Ela é a fundadora da O’Neil Risk Consulting & Algorithmic Auditing (ORCAA), uma empresa de auditoria algorítmica. Em 1993, O’Neil recebeu o Prêmio Alice T. Schafer da Association for Women in Mathematics e em 2019 ela ganhou o Euler Book Prize do MAA por seu livro Weapons of Math Destruction.

Fonte Wikipedia (Inglês)

Clickbait

Num mundo digital em constante evolução em que vivemos, o termo “clickbait” tornou-se onipresente. Assim sendo, este tipo de comportamento influencia a forma como consumimos informações e interagimos com o conteúdo online. Essa prática é tanto um reflexo da era da informação(2) instantânea quanto das estratégias de marketing digital. Como se não bastasse, sua prevalência e consequências deveriam levantar questões sobre a ética e a credibilidade.

Definição

A princípio, “clickbait” é um termo que se originou da junção de duas palavras em inglês: “click” (clique) e “bait” (iscar). Essa combinação descreve, sem dúvida, perfeitamente a essência do conceito. Em outras palavras, é a prática de criar títulos, imagens ou descrições de conteúdo online de forma sensacionalista ou enganosa.

Desse modo, o principal objetivo é atrair a atenção do público e induzi-lo a clicar em um link. Analogamente, visitar uma página da web ou assistir a um vídeo são atrações que levam à enganação. O movimento explora a curiosidade humana, certamente apelando para emoções como o medo, a surpresa, a ambição ou a curiosidade.

Os elementos-chave do clickbait incluem, com toda a certeza:

  1. Sensacionalismo: Usar palavras ou imagens que exageram o conteúdo real, fazendo-o parecer mais dramático ou significativo do que realmente é.
  2. Ambiguidade: Apresentar informações e títulos de forma vaga ou enigmática. Em outras palavras, deixar o público curioso e obrigá-lo a clicar para obter mais detalhes.
  3. Promessas exageradas: Fazer promessas extravagantes ou improváveis sobre o conteúdo do link, criando, certamente, expectativas que muitas vezes não se concretizarão.
  4. Exploração de emoções: Usar táticas emocionais para atrair o público, como, por exemplo, apelos à raiva, ao medo, à surpresa ou à alegria.
  5. Uso de imagens atraentes ou chocantes: Incluir imagens cativantes ou chocantes que não correspondem necessariamente ao conteúdo real.
  6. Concentração na quantidade de cliques: Priorizar a geração de cliques, desde que em detrimento da qualidade do conteúdo.

Versões do Clickbait

O clickbait manifesta-se de várias maneiras em diferentes plataformas online, adaptando-se às características de cada meio. Algumas das versões mais comuns deste tipo de ação, raramente se apresentam como armadilha de parecem coisa “normal”.

As iscas estão presentes nas mais diversas formas e apresentações como, por exemplo:

Títulos de Notícias

Muitos sites de notícias e blogs utilizam títulos sensacionalistas para atrair a atenção dos leitores. Por exemplo, um título como “Revolução Mundial: Você não acreditará no que aconteceu!”, eventualmente, aumenta o tráfego. Entretanto, o conteúdo real pode não ser tão extraordinário quanto o título sugere.

Vídeos Online

Plataformas como o YouTube, não raramente, sofrem efeitos deste comportamento reprovável em seus vídeos. Criadores de conteúdo muitas vezes usam miniaturas enganosas e títulos exagerados para atrair mais espectadores. Isso pode ser particularmente perturbador quando se trata de conteúdo informativo ou educativo.

Redes Sociais

Redes sociais como o Facebook e o Twitter também são palco para o clickbait. Muitos usuários compartilham artigos ou histórias baseados apenas no título, sem verificar a precisão do conteúdo, perpetuando informações incorretas.

E-mails e Publicidade Online

Campanhas de e-mail marketing e anúncios online também recorrem ao clickbait para melhorar as taxas de cliques. E-mails com títulos sensacionalistas ou anúncios com promessas com exageros atraem a atenção dos destinatários neófitos.

Pesquisas Online

Alguns mecanismos de busca e sites de agregação de conteúdo exibem resultados de pesquisa ou links para artigos que utilizam táticas de clickbait. Isso pode tornar a busca por informações confiáveis e relevantes mais desafiadora.

Deterioração

O clickbait não é apenas um truque usado por criadores de conteúdo para aumentar seus números de visualizações ou taxas de cliques. Este estratagema, inquestionavelmente, apresenta implicações mais profundas para a sociedade moderna.  Estamos contribuindo para a deterioração da nossa sociedade da informação, a passos largos e sem controle.

Desta forma, apresentamos algumas das maneiras como o clickbait afeta a sociedade:

Desinformação e Erosão da Credibilidade

O clickbait muitas vezes leva à disseminação de informações incorretas e imprecisas. Quando as manchetes são sensacionalistas e as promessas excedem o razoável, a verdade muitas vezes fica em segundo plano. Isso mina a credibilidade da mídia e da informação disponível online, tornando mais difícil distinguir entre notícias legítimas e desinformação.

Viciados em Cliques

O clickbait incentiva criadores de conteúdo a se concentrarem na quantidade de cliques em vez da qualidade do conteúdo. Isso pode levar a uma corrida incessante por manchetes sensacionalistas e títulos enganosos. Desta forma, prejudicam o valor intrínseco do conteúdo e aprofundam a cultura de gratificação e “recompensas” instantâneas.

Exacerbação do Sensacionalismo

O clickbait perpetua e amplia a cultura do sensacionalismo. Isso pode levar a uma sociedade que valoriza mais a emoção do que a informação precisa e objetiva. As histórias mais sensacionalistas muitas vezes eclipsam as notícias importantes e substanciais.

Drenagem de Tempo e Atenção

Os consumidores de conteúdo online muitas vezes caem nas armadilhas do clickbait, desperdiçando tempo e atenção em conteúdo que não oferece valor real. Isso reduz a produtividade e a capacidade de concentração das pessoas.

Exploração de Emoções e Ansiedades

O clickbait muitas vezes explora emoções negativas, como medo, raiva e ansiedade, para atrair o público. Isso pode ter efeitos negativos na saúde mental das pessoas, tornando-as mais suscetíveis a sentimentos de angústia.

Impacto na Publicidade e no Marketing

A proliferação do clickbait pode prejudicar a eficácia da publicidade e do marketing online. Os consumidores podem tornar-se céticos em relação a promessas exageradas, o que torna mais desafiador para empresas legítimas alcançar seu público-alvo.

Responsabilidade Ética

A indução deste comportamento levanta questões sobre a responsabilidade ética dos criadores de conteúdo, editores e plataformas online. Eles têm o dever de fornecer informações precisas e úteis ou de priorizar o lucro a qualquer custo?

Regulamentação e Controle

Como se não bastasse, o aumento de ocorrências destes cliques e iscas levanta questões sobre a necessidade de regulamentação. Adicionalmente, é necessário algum controle sobre a indústria da mídia e as atividades nas plataformas da Internet. No entanto, regulamentar o clickbait é uma tarefa complexa, dada a natureza em constante evolução do conteúdo online.

Educação do Consumidor

Uma abordagem alternativa para combater o clickbait é a educação do consumidor. As pessoas devem ter incentivos para desenvolver habilidades críticas sobre pensamentos, ideias e ações. E devem, com toda a certeza, aprender a discernir entre conteúdo sensacionalista e informação confiável.

Ubiquidade Divina

O clickbait é uma representação ubíqua nos tempos modernos, moldando a maneira como consumimos informações e interagimos com o mundo online. Enquanto pode ser eficaz na atração de cliques e atenção, também tem implicações profundas para a sociedade. A disseminação de desinformação, o sensacionalismo excessivo e a exploração de emoções são apenas algumas das preocupações associadas a esta ação nociva.

Como consumidores de conteúdo, é fundamental que tenhamos habilidades críticas de pensamento e discernimento para identificar e evitar o clickbait. Além disso, a indústria de mídia, os criadores de conteúdo e as plataformas online têm o dever de promover ações éticas e responsáveis. Certamente, no que diz respeito ao conteúdo que produzem e promovem, são os principais responsáveis.

Em suma, o mecanismo é um reflexo das complexas interações entre tecnologia, marketing e sociedade. Enquanto não podemos eliminar completamente o clickbait, podemos trabalhar para minimizar seu impacto negativo. Do mesmo modo, devemos promover uma cultura de informação precisa, de extremo valor na era digital.

Enfim, o clickbait cheira muito mal, e que o carrega não presta, um símbolo da ausência de honra e falta de dignidade. Situações como a sinistra série Netflix(3) de nome igual ao comportamento, assustam, mas fica tudo como uma situação “normal”.

 

(1) “Malba Tahan – Wikipedia

(2) “Entre sem bater – Ryszard Kapuściński – A Era da Informação

(3) “Clickbait – Série Netflix – Uma Temporada

 

Imagem: Entre sem Bater – Cathy O´Neil – O Clickbait

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
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