Entre sem bater - Guido Palomba - O Condutopata

Entre sem bater – Guido Palomba – O Condutopata

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. O perito Guido Palomba cunhou o termo “Condutopata” utilizando a melhor matéria-prima possível, o político brasileiro.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Guido Palomba

A experiência de Guido Palomba, com criminosos, a maioria condenados, com traços de psicopatia e sociopatia, o qualificam para determinar a condutopatia. Certamente, os estudos sobre o comportamento de criminosos permite que o perito forense identifique um condutopata à distância.

Guido Arturo Palomba (São Paulo, 3 de outubro de 1948) é um psiquiatra forense. Graduou-se, em 1974, pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos e especializou-se em Psiquiatria Forense com título reconhecido pela Associação Médica Brasileira e Associação Brasileira de Psiquiatria. Perito habilitado nos Tribunais Judiciários de São Paulo (de 1975 até 2015. Foi médico-chefe do antigo Manicômio Judiciário de São Paulo (1975-1985). Membro do Conselho Editorial de revistas científicas e culturais, nacionais e internacionais. Coordenador do Suplemento Cultural da Associação Paulista de Medicina (desde 1988 até o presente). Articulista da revista Psique Ciência e Vida (Editora Escala, 2013-2020); colaborador de outros meios de comunicação e autor de mais de quatrocentos artigos científicos e culturais.

Fonte: Wikipedia (Português)

Condutopata

Em tempos de redes sociais em que o “idiota da aldeia” ganhou o mundo, segundo Umberto Eco, nada mais natural que surjam novos tipos estranhos. Um deles, o condutopata, é, sem dúvida, uma variação dos psicopatas e sociopatas, que praticam seus crimes tranquilamente. O brasileiro precisa saber diferenciar estas condutas pois este povo está presente até em nossos lares ou dormindo conosco.

Em primeiro lugar, os termos psicopata, sociopata e condutopata descrevem, no geral, indivíduos que apresentam comportamentos antissociais. Embora esses termos misturem-se ​​de forma intercambiável, eles se referem a condições distintas e/ou complementares.

Psicopatas

Psicopatas(1) aparecem, mais frequentemente, com a descrição de indivíduos de comportamento antissocial, falta de empatia e de remorso. Possuem, também, outras habilidades como a de manipular e enganar os outros. Os psicopatas são frequentemente falsamente charmosos e até sedutores. Enganam e exploram as pessoas sem nenhuma manifestação de culpa ou remorso. Por outro lado, apresentam comportamentos impulsivos e agressivos.

Sociopatas

O comportamento dos sociopatas(2) se iguala ao psicopata no padrão de comportamento antissocial. Entretanto, podem apresentar empatia e remorso em relação a outras pessoas, até como forma de dissimulação. Os sociopatas são, frequentemente, impulsivos, com comportamentos mais manipuladores do que psicopatas. Por outro lado, podem ser capazes de se relacionar com os outros em um nível emocional, o que não acontece com o psicopata.

Condutopatas

O termo, a princípio da lavra do Prof. Palomba, é menos comum. Contudo, descreve indivíduos que apresentam um padrão de comportamento além do antissocial. Estes indivíduos, apresentam problemas de conduta desde a infância. Segundo o Palomba, eles nascem, vivem com estes comportamentos e não têm cura. O condutopata apresenta comportamentos agressivos, impulsivos e desafiadores. Sempre demonstram dificuldades em seguir regras e respeitar qualquer autoridade, mesmo superiores à ele. Eles demonstram problemas de aprendizagem e dificuldades em se relacionar com as outras pessoas que discordam deles.

A condutopatia se sobrepõe, muitas vezes, com o de sociopatia, uma vez que ambas estão relacionadas ao crime e delinquência social.

Condutopatia

Ainda segundo o Prof. Palomba, a condutopatia fincou raízes na maioria dos políticos brasileiros. Por sua vez, os eleitores que elegem qualquer condutopata buscam um espelho no eleito. Podemos fazer uma referência no caso do “neopolíticoNikolas Ferreira(3). Desde que iniciou na política demonstra traços de condutopatia. Como se não bastasse, tem ao seu lado, como “gurus”, sociopatas com graduação em redes sociais.

Surpreendentemente, muitos personagens e perfis das redes sociais definem que todos devem agir como o exemplo acima. Desse modo, igualando-se a eles, imaginam que o povo entenderá facilmente o que é certo e o que é errado.

Características de um condutopata

As características de um condutopata podem variar e se assemelhar com sociopatas e psicopatas, mas geralmente incluem:

  • Egoísmo: Tende a colocar seus próprios interesses e necessidades acima dos outros, demonstrando pouco ou nenhum altruísmo.
  • Ausência de remorso e compaixão: O condutopata não sente culpa pelas suas ações, mesmo quando causam danos a outras pessoas. São insensíveis aos sentimentos alheios e demonstram falta de empatia.
  • Dificuldade em se relacionar: Apresentam dificuldades em estabelecer e manter relacionamentos saudáveis. Seus círculos de relacionamento são restritos e se identificam com semelhantes.
  • Desrespeito às normas e obrigações: Desafiar as regras sociais e legais, não se importando com as consequências de suas ações.
  • Comportamento impulsivo: Age sem pensar nas consequências, buscando recompensas imediatas.
  • Baixa tolerância à frustração: Irritam-se facilmente, reagem de forma agressiva ou impulsiva quando suas expectativas não têm êxito. Ficam em estado de depressão e planejam ações para vinganças pessoais.
  • Perfeccionismo e falta de determinação: O condutopata pode até ser perfeccionista, de acordo com seus ideais. Contudo, nunca se compromete com tarefas ou objetivos a longo prazo.
  • Charme superficial: São exímios manipuladores e enganam as pessoas com imagens, frases vazias e atos popularescos. Apresentam sempre um comportamento encantador, charmoso e persuasivo aos olhos de quem pensa como ele.
  • Dificuldade em lidar com as emoções: O condutopata tem dificuldade de lidar com suas próprias emoções. Eventualmente, isso contribui para seu comportamento impulsivo e falta de empatia, que não são transparentes.

Tempos Modernos

Com toda a certeza, são estes tempos modernos e estas redes sociais que pariram estes personagens abjetos. As mudanças políticas no país deram vez e voz a uma espécie muito tóxica e cruel: o condutopata que ganha eleições. É provável que as pessoas pensem que é algum tipo de democracia. Eventualmente, podemos aceitar a ideia de que se grande parte da sociedade é assim como eles, é natural que tenham representação. Contudo, quando estes condutopatas atingem alguns degraus do poder, e prejudicam uma nação, não é democracia.

Os exemplos recentes, desde a postura destes crápulas diante da morte de centenas de milhares de brasileiros, é inaceitável. A despeito do que fez a ciência, estes tipos, questionam, por exemplo, a inclusão da vacina contra COVID no programa vacinal federal. Como se não bastasse, estes condutopatas defendem privatizações debaixo de crises como a que vive a população de São Paulo.

Psicopatas, Sociopatas e Condutopatas

  • Em suma, psicopatas, sociopatas e condutopatas são transtornos de personalidade com origens e características distintas ou som sobreposição. Os psicopatas apresentam traços comportamentais graves e agressivos, sem nenhum controle. Por outro lado, os sociopatas, na maioria dos casos, são produtos de ambientes disfuncionais. Surpreendentemente, o “condutopata” tem características mais abrangentes e que não tem cura. Ele é como descreve o filósofo popular, “… pau que nasce torto, morre torto…”

É provável que o leitor, ao longo do texto, foi formando uma opinião sobre a minha pessoa. Compreendo que, em função da sua aceitação da ideia do texto, identifique-se com algum condutopata de estimação. Certamente, se o leitor votou em algum deles, já escolheu um adjetivo qualquer para me desqualificar. A ideia aqui não é minha, citei apenas um dos condutopatas eméritos e emergente, o resto fica por conta da carapuça de cada um.

Como disse o professor, “… todo crime é uma fotografia exata e em cores do comportamento do indivíduo…”

Os pobres de espírito(4) são piores do que seus mentores. Olhem-se num espelho !

 

(1) “Entre sem bater – Ernst Kretschmer – Psicopatas

(2) “Entre sem bater – Lee Camp – Sociopatas

(3) “Nikolas Ferreira e seus 29.388 eleitores

(4) “Entre sem bater – Eduardo Marinho – Pobres de Espírito

 

Imagem: Entre sem Bater – Guido Palomba – O Condutopata

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

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