Entre sem bater - Nina Simone - O Amor

Entre sem bater – Nina Simone – O Amor

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Nina Simone usa de uma metáfora que exige das pessoas um entendimento e reflexão profunda sobre o que é o “Amor“.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Nina Simone

Alguns artistas e alguns temas já foram objeto de textos aqui no blog. No caso de Nina Simone, a principal referência ocorreu num dia internacional das mulheres. Ela teve um destaque entre as maiores vozes femininas(1) que já ouvi. Desse modo, a artista merece esta e muitas outras referências, por todas as suas qualificações e competência.

Nina Simone (nascida Eunice Kathleen Waymon; 21 de fevereiro de 1933 – 21 de abril de 2003). Foi uma cantora, compositora, pianista, arranjadora e ativista dos direitos civis estadunidenses. Sua música abrange estilos diversificados como a música clássica, o folk, o gospel, bluesjazzR&B e pop. A sexta de oito crianças nascidas em uma família pobre na Carolina do Norte, Simone inicialmente aspirava ser pianista concertista. Com a ajuda de alguns apoiadores em sua cidade natal, ela se matriculou na Juilliard School of Music, em Nova York. Ela então se candidatou a uma bolsa para estudar no Curtis Institute of Music, na Filadélfia, onde, apesar de uma audição bem recebida, teve sua admissão, o que ela atribuiu ao racismo. Em 2003, poucos dias antes de sua morte, o Instituto concedeu-lhe um título honorário.

Fonte: Wikipedia (Inglês)

O Amor

Raramente escrevo sobre temas que são por demais subjetivos ou que as pessoas evitam o debate. Desse modo, o tema amor é imaginário, subjetivo e pouco inspirador para qualquer debate. Quem tem paixão ou qualquer outro sentimento similar, não consegue ver além daquilo que pensa ser o seu pensamento.

Por isso, além de raros, textos na direção do debate e evolução do pensamento são complexos e até estéreis. Por outro lado, a partir da frase de Nina Simone, retomamos a discussão que vem da ideia do amor real(2) no Século XXI.

Assim sendo, entendo que a frase da artista fenomenal traduz uma realidade que a maioria das pessoas não reconhece.

Amor e Ódio

No vasto cenário das redes sociais, de conectividade instantânea, o amor assume várias formas, algumas reais e outras utópicas.

Certamente, “sair da mesa” torna-se uma metáfora eloquente para a dinâmica complexa que envolve as interações online.

Atualmente, à medida que o amor real e o amor utópico se entrelaçam nesse ambiente virtual, surgem reações extremas. Estas reações escapam da justificação e desencadeiam uma violência estúpida, reverberando nas redes sociais, de modo insano.

Amor real

O amor real, a partir da aceitação genuína, compreensão e respeito mútuo, busca uma conexão autêntica, mas caiu em desuso.

Nas redes sociais, esse tipo de amor se manifesta quando os usuários compartilham suas experiências, trocam ideias e apoiam uns aos outros.

No entanto, essa realidade amorosa muitas vezes se vê obscurecida pelo amor utópico, pelas aparências e pelo mundo irreal que vivemos.

As redes sociais, por sua natureza seletiva e muitas vezes superficial, alimentam a ilusão de vidas e relacionamentos perfeitos. Desse modo, cria-se um terreno fértil para a disseminação do amor utópico, decepções e até golpes dos oportunistas.

Amor Surreal

A busca incessante por validação nas redes sociais distorce as percepções de amor, levando a um ciclo de comparação prejudicial.

À medida que as pessoas tentam se encaixar nos padrões impostos pela sociedade virtual, a autenticidade cede lugar às utopias e mitos.

Essa discrepância entre a realidade e a idealização resulta em sentimentos de inadequação, inveja e frustração, alimentando reações extremas.

Esta situação surreal tem um tratamento diferente em função da cultura e dos desejos individuais. Desse modo, atitudes como hedonismo(3) chegam a ter incentivo com a carapaça de “amor próprio”.

Os extremos aparecem nas situações que nos oferecem as notícias policiais dos crimes, através das redes sociais. Sem dúvida, a evolução dos crimes “em nome do amor” revelam que o tema não tem um tratamento racional.

Polarização

A polarização, a partir do contraste entre o real e utópico, nas redes sociais frequentemente se traduz em manifestações de amor e ódio injustificáveis.

O anonimato relativo, que a Internet encoraja, promove comportamentos impulsivos, agressivos e até mesmo criminosos. Por isso,  comentários ofensivos, bullying, assédios e até mesmo ameaças aparecem, em nome da paixão.

Essa violência estúpida, que surge até por pequenas diferenças de perspectiva ou simples divergências fatais. É provável que tudo isso seja um reflexo da nossa incapacidade de separar as aparências(4) e as construções virtuais da realidade palpável.

Saia da Mesa

A urgência de se retirar da mesa quando o amor não está mais sendo servido torna-se crucial nesse contexto.

É imperativo que as pessoas reconheçam quando as interações nas redes sociais se tornam tóxicas. Por isso, quando a busca incessante por validação ultrapassa os limites do razoável é hora de nos afastarmos daquela “mesa”.

A habilidade de discernir entre o amor real, que promove o crescimento e a conexão genuína, e o amor utópico não é fácil. A competição, comparações e a inautenticidade, afetam a saúde mental e emocional, não alimentam a alma.

A disseminação da violência estúpida alimenta um ambiente social com a hipocrisia, a hostilidade e grandes desconfianças. Os noticiários, por sua vez, amplificam esses episódios, perpetuando um ciclo de negatividade. Em outras palavras, os fatos deixam de ser relevantes e as questões mais significativas desaparecem, cria-se o mundo da ilusão. A comparação com o seu vizinho(5) passa a ser um parâmetro perigoso e cruel.

As mesas em que cada indivíduo sentem-se desconfortáveis ou não recebem atenção, não servem para nos alimentarmos.

Alimentação Saudável

Enfim, apesar de proporcionarem uma plataforma para expressão e conexão, as redes sociais são uma “mesa” de poucos alimentos. A responsabilidade de discernir entre o amor real e o amor utópico é, em grande parte, nossa. Inquestionavelmente, não é a melhor escolha fugirmos das nossas responsabilidades e querer culpar qualquer outro pelos nossos erros.

Reconhecer os perigos da idealização exacerbada nas interações online, é meio caminho para cultivar mesas mais saudáveis e nutritivas.

Sair da mesa quando o amor não está mais sendo servido nas redes sociais não é apenas uma lição valiosa, é uma necessidade imperativa. Preservar a integridade das relações e evitar a propagação de uma violência estúpida e injustificável é essencial. Com toda a certeza, mais realismo e menos frases feitas, melosas e até patéticas ajudam bastante na revisão de conceitos e desejos irreais.

Amanhã tem mais …

 

(1) “Top 5 das vozes femininas

(2)Amor real no Século XXI

(3) “A geração do hedonismo oco

(4) “Entre sem bater – Epicteto – As Aparências

(5) “Entre sem bater – Povos Originários – Seu Vizinho

 

Imagem: Entre sem Bater – Nina Simone – O Amor

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
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