Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Certamente, Eminem tem toda razão em não querer ser “Amigável” com quem não oferece reciprocidade.
Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.
As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Eminem
O rapper estadunidense mostrava nas suas letras um pouco da realidade que muitos escondem. Atualmente, ser amigável é um mantra para muita gente hipócrita. Certamente, o artista entrava em contradição quando incentivava a morte das pessoas e dizia que aquilo era somente arte. Em muitas de suas letras de protesto, algumas ideias são aplicáveis para as redes sociais e, sem dúvida, sofrem rejeição.
Marshall Bruce Mathers III (nascido em 17 de outubro de 1972), conhecido profissionalmente como Eminem ( muitas vezes estilizado como EMINƎM ou Slim Shady ), é um rapper americano. Ele é creditado por popularizar o hip hop na América do Norte e é frequentemente mencionado entre os maiores rappers de todos os tempos. O sucesso global e os trabalhos aclamados de Eminem são amplamente considerados como tendo quebrado as barreiras raciais para a aceitação de rappers brancos na música popular. Embora grande parte de seu trabalho transgressor durante o final dos anos 1990 e início dos anos 2000 tenha feito dele uma figura controversa, ele passou a ser uma representação da angústia popular da classe baixa americana e foi citado como uma influência por e sobre muitos artistas que trabalham em vários gêneros. É um ator vencedor do Oscar e do Grammy.
Fonte: Wikipedia (Inglês)
Ser Amigável
As redes sociais, é um vasto território digital sem limites, onde expressamos nossos pensamentos, emoções e ideias. Desse modo, muitas vezes as redes se revelam uma arena implacável onde sofremos ataques, represálias, restrições e a indiferença. Em meio a grosserias e respostas imbecis, surge uma paradoxal demanda: a pressão para ser sempre amigável ou amável.
Em suma, nas redes sociais é o 8 ou o 80. Um monte de gente sem noção, dentro de suas bolhas, que demonstram a hipocrisia e falta de caráter e os realistas no outro extremo.
Este comportamento hipócrita, exige dos outros uma máscara constante de cordialidade e aparências(1). Como se não bastasse, revela não apenas a deterioração do diálogo honesto, mas também a relutância em aceitar a sinceridade das pessoas.
Hipócritas
Nas redes sociais, onde as interações ocorrem em meio a cliques, likes e comentários, observamos uma dualidade intrigante.
Por um lado, recebemos um dilúvio de opiniões, na maioria das vezes sem qualquer filtro de empatia ou respeito.
Por outro lado, recebemos cobranças por um ambiente virtual que clama pela amizade, independentemente das adversidades que enfrentamos.
A hipocrisia se apresenta quando, em meio a um oceano de vozes digitais, a maioria sofre rejeição e indiferença. As redes sociais tornam-se, desse modo, um campo de batalha onde alguns têm voz e visibilidade, enquanto outros não ecoam nunca.
Assim sendo, a pressão para manter uma fachada de amabilidade torna-se particularmente desconcertante e injusta.
Os hipócritas balançam, na maioria dos grupos e redes sociais suas mensagens positivas e “bom dia” festivos. No momento seguinte, compartilham um post destilando o ódio que um pastor ou “mito” qualquer enviou para ele. Nem Mateus (7:5) dá conta deste povo. Por exemplo, evangélicos brasileiros mostrando sua verve amigável e hasteando a bandeira de Israel nos seus templos.
Enfim, os limites da hipocrisia e irracionalidade não existem, e ainda querem que a gente fique quieto.
Oferecendo a outra face
É provável que algumas regras dos livros sagrados de várias religiões contaminaram as redes sociais. Existe, por exemplo, a ideia de dar a outra face quando sofremos alguma agressão. Na boa? Atualmente, se você der a outra face, fica sem o braço e o rim.
Certamente, as redes sociais, ao proporcionarem uma plataforma para a livre expressão, também abrem espaço para falsos debates. As opiniões divergentes ou a tentativa de ser verdadeiro, perecem ante a falsidade.
A hipocrisia emerge quando, em meio a tais debates, as regras do jogo parecem mudar ao sabor dos “donos” dos grupos. E não existem temas que permitam o debate sem desvios. Qualquer tema, e não precisa ser de política, futebol e religião, divide opiniões e pessoas. Inquestionavelmente, não aprendemos a viver em sociedade e cobramos dos outros que devemos ter um comportamento amigável. Em suma, se quer arrumar inimigos, seja sincero, se quer se enturmar, seja falso e hipócrita, funciona !
Sinceridade
Com toda a certeza, quem pratica a sinceridade sofre punições, enquanto a falsa camaradagem obtém recompensas. Isso cria um ambiente onde a autenticidade submerge em prol da conformidade com as expectativas sociais. Por isso o hip hop e o rap, como proposto por Eminem e outros, mostram a verdade nua e crua.
A hipocrisia se intensifica quando manifestamos grosseiramente ante os posicionamentos imbecis que permeiam as redes sociais.
É, certamente, a ideia de que a cordialidade apresenta-se como uma via de mão única ou que o você tem que praticar primeiro.
Enquanto alguns se sentem livres para expressar suas opiniões, espera-se que outros respondam com uma paciência inabalável e um sorriso cínico.
A pressão para manter a compostura em face de hostilidades é desproporcional e revela a hipocrisia subjacente às expectativas sociais.
Embora seja um espaço onde os triunfos, mesmo falsos, as derrotas e a das dificuldades alheias exigem sorrisos democráticos e amáveis. A sociedade virtual, em sua busca incessante por positividade, frequentemente desvaloriza a sinceridade de expressar frustrações e discordâncias.
Malditos Emojis
A exigência de ser sempre amigável nas redes sociais cria um ambiente onde a máscara da perfeição tem supervalorização. Por isso, cresce a falsa representação da realidade e cada um cria seu mundinho, sem aceitar o contraditório. Como se não bastasse, perpetua a ideia de que a autenticidade deve sucumbir em nome da aceitação social.
A deterioração do diálogo real e virtual é evidente quando as conversas se tornam superficiais, repletas de emojis e respostas falsas. O mundo moderno valoriza a superficialidade e o cinismo, em detrimento de uma comunicação significativa e honesta.
Entretanto, se um perfil apresenta-se como algo que não é terá muito mais valor e reconhecimento. Em ambientes onde a diversidade de opiniões exista, independentemente da forma como são expressas as ideias prevalecem. Por outro lado, preconceitos sociais, raciais, de gênero, promovem o que de pior constatamos nas redes sociais e na vida real.
Em última análise, a hipocrisia dos emojis destaca a necessidade premente de uma reflexão coletiva sobre as expectativas no mundo digital. Algumas plataformas, como o LinkedIn, retiram emojis para não suscitar dúvidas ou serem de uso irônico. Por exemplo, criaram emojis para designar “Interessante“… de repente seu uso era para ironizar posts. Solução? Retirem ! E os donos de plataformas não pensam assim, se não fosse desse modo, existiria a manifestação de “Não Curti” em muitas delas. Esta é a prova cabal de que a hipocrisia está no comando das pessoas nas redes sociais.
Fim dos tempos
Em um ambiente onde a sinceridade sofre agressões em prol da conformidade e da conveniência, é crucial repensar nossas abordagens. Decerto, é preciso buscar um equilíbrio entre as amizades e relacionamentos e a aceitação da diversidade de vozes e perspectivas.
A sociedade virtual, ao demandar amizade constante e rejeitar a sinceridade das pessoas, revela uma contradição intrínseca.
A hipocrisia presente nas redes sociais não apenas prejudica o diálogo, mas também faz crescer as falsas representações e expectativas irreais. O desafio é reconhecer a necessidade de um ambiente onde a sinceridade tenha seu valor.
É necessário que as pessoas consigam pensar como num provérbio oriental que separa o valor das coisas, das pessoas e das ideias(2). Atingimos o mais baixo nível das relações humanas quando julgamos tudo pela pessoa e não por suas ideias e coisas que faz. É comum o preconceito e até mesmo o desconhecimento sobre uma pessoa determinar todos os julgamentos e restrições que ela sofre.
A falsidade nas redes sociais e grupos exerce uma pressão para eu ser amigável em meio a uma deterioração do comportamento coletivo. Infelizmente, não dá para ser feliz em meio a falsos colegas, maus profissionais e gente que acende vela pra santo e bate na esposa.
Sem dúvida alguma, a minha ignorância e comportamento depende da sua ignorância(3) e de seu comportamento.
Estamos tentando mudar o mundo moderno e a irracionalidade do mundo e das redes sociais, e “Amanhã tem mais …“
(1) “Entre Sem bater – Epicteto – As Aparências”
(2) “O valor das coisas, das pessoas e das ideias”
(3) “Entre sem bater – Isaac Asimov – A Sua Ignorância”
Imagem: Entre sem Bater – Eminem – Ser Amigável
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
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