Entre sem bater - Edna Frigato - O Tombo

Entre sem bater – Edna Frigato – O Tombo

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Edna Frigato tem uma extensa relação de frases muito interessantes, uma delas é sobre o “Tombo“.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Edna Frigato

Este texto é a estreia de Edna Frigato(*) na série “Entre sem Bater”. É provável que foi, dos mais de 300 textos da série, o que mais demorou a ficar publicável. Desse modo, as imperfeições são muitas, a batalha pelas informações biográficas são extenuantes, mas vai para o “prelo”. Certamente, a próxima frase-chave, estará com altíssima alteração das informações.

Edna Frigato, paulistana convicta, excelente e carismática professora de Geografia, enveredou pela literatura, inicialmente, na produção de enunciados e pensamentos. Suas frases se tornaram famosas e se espalharam pela Internet e pelas redes sociais, dificultando, até mesmo, a manutenção de direitos autorais. São pensamentos líricos, filosóficos – existencialistas – cujo ineditismo e o poder de síntese, em valiosos conteúdos dissertativos. Atualmente, Edna apresenta aos seus leitores uma poética, predominantemente, de sonetos que, inclusive e quando bem lhe convém, constrói poemas com metrificação regular. Em seus textos poéticos, postulados de Schopenhauer, Nietzsche e outros estão sempre presentes.

Fonte: Recanto das Letras

O Tombo

A palavra tombo, tem acepções que vão muito além daquela que, hipoteticamente, os filólogos determinam como a mais frequente.

Resumidamente, podemos interpretar a palavra tombo nas seguintes acepções:

No idioma português, com a ideia de uma queda aparatosa tanto física como natural.

Em Portugal, notadamente, como um patrimônio físico que recebeu registro ou selo de propriedade de uma empresa.

Contudo, no sentido figurativo, temos a ideia de um golpe que uma pessoa aplica em outra, intencionalmente. Por outro lado, pode significar que alguma coisa ruim aconteceu conosco e que temos que nos reerguer.

Certamente, nas diferentes acepções, questões físicas e materiais podem ser aplicáveis, mas não é o mais comum.

Outrossim, a frase de Edna Frigato, sugere que possa existir, nas entrelinhas, um duplo sentido ou uma mensagem subliminar com endereço certo.

Assim sendo, apropriando-me da frase, utilizo-a com duplo ou triplo sentido, mas com a mesma percepção de decepção com as pessoas.

O inimigo

Neste ponto, a princípio, faz-se necessário um pequeno parêntesis.

O nosso ídolo, o Barão de Itararé, dizia que: “… De onde menos se espera, daí é que não sai nada.”.

Certamente, este simples pensamento, dentre as milhares de frases do Barão, indica uma relação com algum tombo. É provável que poucas pessoas consigam associar a frase a esperar coisas boas e receber sinais ruins. E, como se não bastasse, perceber que pode ser alguém próximo o responsável pelos nossos tombos, fica mais desesperador.

Dito isso, voltemos ao contexto do pensamento original e dos tombos dos “traíras“…

Vítimas?

O tombo é uma metáfora para as situações que nos fazem sentir tristeza, decepção, frustração ou humilhação. Certamente, muitas dessas situações envolvem pessoas que são próximas de nós, como familiares e amigos. Assim sendo, eles podem ser os agentes causadores do nosso tombo, seja por ações intencionais ou não, seja por omissão ou negligência. Embora não sejam os únicos protagonistas de nossos tombos, as maiores decepções surgem destes personagens.

Um exemplo de tombo causado por familiares é quando eles não apoiam os nossos sonhos, projetos ou escolhas. Desse modo eles podem nos criticar, desencorajar, julgar ou até mesmo sabotar os nossos planos. Isso pode gerar um sentimento de rejeição, insegurança e desânimo. Um exemplo de tombo causado por amigos é quando eles nos traem, mentem, fazem ilações ou se afastam de nós casuisticamente. Eles podem, desse modo, nos decepcionar, magoar, ofender ou ignorar em função das expectativas que colocamos na relação. Isso gera, inquestionavelmente, um sentimento de traição, mágoa, raiva ou solidão.

Quando sofremos um tombo, é comum querermos atribuir a responsabilidade pelos nossos tombos e fracassos para os outros. É comum culparmos alguém ao invés de assumir a nossa parcela de responsabilidade pelos nossos tropeços e quedas. Parece ser mais confortável e imediatista posar de vítima do que se responsabilizar por atos e omissões. E, surpreendentemente, é mais fácil se lamentar do que nos levantarmos sem a ajuda alheia.

Enfim, somos vítimas de nós mesmos ou esta condição alivia as aparências(1) para termos a aceitação alheia?

É provável que a falácia Argumentum ad Misericordiam seja a muleta preferencial para suscitar aceitação, em tempos de redes sociais.

Responsabilidade

Mesmo numa frase poética, como a de Edna Frigato, é possível depreender que não gostamos da nossa responsabilidade em exposição pública. Quando “saber quem nos empurrou para o tombo” atenua a nossa parcela de “culpa” por acreditar nas pessoas, é um péssimo sinal.

Como se não bastasse, a atitude de não nos responsabilizarmos, dificulta superarmos o tombo, e não evita novos tombos iguais.

Pelo contrário, ela (a atitude ) nos mantém presos ao passado, ao ressentimento, à mágoa e à dor. Ela nos impede de aprender com os nossos erros, de crescer com as nossas experiências. Por outro lado, torna complexa a possibilidade de perdoar os nossos ofensores, como se isso fosse possível, e de seguir em frente.

Uma forma de evitar essa situação é reconhecer que somos os principais responsáveis pelos nossos fracassos ou sucessos. Em outras palavras, não podemos depender sempre dos outros para nos sentirmos bem, nem podemos responsabilizá-los pelos nossos atos. Nossa autonomia, autoestima e autoconfiança para enfrentar os desafios e as dificuldades, depende, em primeiro lugar, de nós mesmos.

Confiar, desconfiando

Atualmente, com o avanço das redes sociais e dos perfis falsos, é mais do que necessário confiar desconfiando. Com toda a certeza, a maioria dos golpes e fraudes da atualidade, remetem a vítimas que confiam em alguma coisa. Desde aqueles golpes contra idosos neófitos até verdadeiros estelionatos eleitorais que arrebatam até “expertos” das redes sociais.

Uma forma de evitar decepções é, sem dúvida, ter cuidado com quem confiamos, com quem nos relacionamos e nos envolvemos. Muitas vezes, destinamos confiança exagerada a pessoas que nem conhecemos o caráter. Aliás, ter caráter é artigo raro nas redes sociais fúteis e superficiais. As pessoas passam a imagem de que são dignas de confiança, mas sequer demonstram interesse ou são amigáveis(2) conosco. Isso pode nos levar a nos decepcionar, a nos machucar, a nos expor ou a nos colocar em situações embaraçosas e indesejáveis.

Por exemplo, são muitos os casos de confiança acima do normal que provocam verdadeiros escândalos. Quando alguém compartilha informações pessoais, íntimas ou sigilosas com qualquer pessoa, está arriscando a sua vida. Surpreendentemente, casos de personalidades públicas e subcelebridades que aparecem nas redes sociais, só aumenta.

Se compartilhar coisas com pessoas que não têm vínculo ou compromisso conosco é perigoso, com pessoas próximas é pior.

Maldita Inclusão Digital

Portanto, quando digo que esta maldita inclusão digital nos pegou com as calças na mão, é a isso que me refiro. Não conseguimos oferecer cultura e educação digital para as pessoas na vida real. Por isso, quando todos ganharam acesso ao mundo através das redes sociais, perdemos o controle e a confiança em todos.

Qualquer um, literalmente, e não somente os mais próximos, podem usar as informações, contra nós ou a nosso favor, que nós mesmos fornecemos. Tudo depende de como nos comportamos, hipocritamente ou com sinceridade, e do momento na relação entre duas pessoas. Por exemplo, no mundo real, um casal tem informações que nenhuma outra pessoa possui. Desse modo, a separação deste casal pode virar uma lavanderia de roupa suja nas redes sociais.

Existe responsabilidade e culpa de algum dos lados?

Certamente, de ambos os lados e a maldita inclusão digital acelera o processo de incêndio, até virar cinzas.

Respeito

Outro exemplo de confiança além do normal é quando nos entregamos emocional, física ou financeiramente a pessoas que não nos respeitam. A falta de respeito(3) entre pessoas independe do canal de comunicação, e de nada adiantam juras de amor, no real e no virtual. Infelizmente, quem não nos valoriza, ou que não oferece reciprocidade, não merece confiança nenhuma. E, com toda a certeza, o papinho de “eu te amo” não funciona no mundo virtual.

Entretanto, uma forma de evitar qualquer confiança, além do razoável, é ser mais seletivo, criterioso e cauteloso.

Pode parecer, e verdadeiramente é, paranoico, mas avaliarmos detidamente as pessoas que nos aproximamos é essencial. Temos que observar o comportamento, a conduta, a coerência e a consistência das pessoas antes de confiar nelas. Mesmo que não consigamos avaliar completamente o caráter, a índole, a moral e a ética das pessoas, devemos perseverar.

Por isso, temos que verificar o interesse, o afeto, o cuidado e a atenção das pessoas antes de nos entregarmos a elas.

Em suma, o tombo é uma realidade que todos nós enfrentaremos em algum momento da nossa vida. A questão não é evitar um tombo e sim como podemos nos recuperar quando ele acontecer.

Pessoas que são próximas de nós, como familiares e amigos, podem ser os causadores, mas nem sempre é assim. Podemos, às vezes, querer culpar os outros pelos nossos tombos e fracassos, inutilmente. É provável que se nos responsabilizamos pela nossa vida e temos cuidado com o que fazemos, podemos nos levantar de cada tombo sem sequelas.

Estou me acostumando a tombos, rasteiras, traições (que não são sinônimos) reais e virtuais, e, sem dúvida, que são inevitáveis.

Faz parte !

Estamos tentando mudar o mundo moderno e a irracionalidade do mundo e das redes sociais, e “Amanhã tem mais …

P. S.

(*) Edna Frigato não é pseudônimo, mas as informações sobre a autora, nas redes sociais, são um grande mistério. Inquestionavelmente, não gostei da biografia textual disponível, logo, aceitamos reparações verificáveis.

 

(1) “Entre sem bater – Epicteto – As Aparências

(2) “Entre sem bater – Eminem – Ser Amigável

(3)Entre sem bater – Paulo Francis – Crítica e Respeito

 

Imagem: Entre sem Bater – Edna Frigato – O Tombo 

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
  • Sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são importantes. Basta enviar e-mail para pyxis at gmail.com, página do Facebook, associada a este Blog, ou perfil do Twitter, Threads, Koo etc.
  • Alguns textos sofreram revisão, outros ainda apresentam erros (inclusive ortográficos) e sofrerão correção à medida que tornam-se erros graves (inclusive históricos).
  • Algumas passagens e citações podem parecer estranhas mas fazem parte ou referem-se a textos ainda inéditos.

Deixe um comentário