Entre Sem Bater _ Merval Pereira - Um Pressuposto Reacionário

Entre Sem Bater – Merval Pereira – Um Pressuposto Reacionário

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. A frase sobre um “Pressuposto” não é de autoria de Merval Pereira, mas está numa das poucas obras do jornalista.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Merval Pereira

Eventualmente, temos a obrigação de publicar frases de personagens com as quais não concordamos. Contudo, neste caso, não concordamos com nada do que fala ou escreve o acadêmico da ABL. O escritor não contava com o pressuposto de que sua eleição para a ABL teria críticas como teve. Portanto, eu me alinho aos críticos e utilizo uma frase “quase” dele, para engrossar o coro dos descontentes.

Merval Soares Pereira Filho (Rio de Janeiro, 24 de outubro de 1949) é um jornalista e escritor brasileiro, presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL). É neto, pelo lado materno do ex-senador Clodomir Cardoso. Ocupou diversos cargos nas Organizações Globo ao longo da carreira, Merval é colunista do jornal O Globo bem como comentarista político da rede CBN e do canal a cabo Globo News. É conselheiro do Centro de Estudos da América da Universidade Cândido Mendes e membro do Board of Visitors do John S. Knight Fellowships da Universidade Stanford. Em 2009 recebeu o prêmio Maria Moors Cabot da Universidade Columbia nova-iorquina concedido todos os anos pela escola de Jornalismo da Universidade de Columbia às coberturas informativas na América Latina e no Caribe. É torcedor do Fluminense.

Fonte: Wikipédia (português)

Pressuposto

A palavra pressuposto tem muitas significações e contextos. Desta forma, quando se utiliza numa frase, ganha contornos ainda mais intrigantes.

Podemos citar, por exemplo, Camilo Jose Cela:

– “Uma greve de intelectuais, que é um pressuposto improvável, paralisaria a marcha do mundo.”.

Se utilizarmos as definições de dicionários fica ainda mais surreal tratar a obra de Merval como um só pressuposto.

Uma palavra ou termo, como o termo-chave deste texto, que classifica-se como substantivo ou adjetivo, merece análise cuidadosa. Por outro lado, o autor aqui nem tem tanta culpa pois a frase consta do prefácio de seu livro, que outra pessoa escreveu. Entretanto, o contexto em que teve sua aplicação, não torna a autoria da frase atenuante, é um agravante.

ABL e afins

O currículo de alguém que, antes de entrar na ABL, resumia-se a “Rede Globo” e torcedor do Fluminense, deveria ser motivo de vergonha. Contudo, tem gente que passa vergonha no PIX e no cartão de crédito e nem se manca. Instituições como a ABL têm dado mostras de que perderam o respeito.

No caso de Merval, a situação mostra-se mais dramática quando fazemos uma pesquisa sobre os pensamentos do escritor e jornalista. De pressuposto em pressuposto ele se mantém numa posição que provoca vergonha alheia. Em episódios recentes, na Globo News, as posições dele mostraram-se vergonhosas e reacionárias. Mas, enfim, não era mesmo este o pressuposto?

Duas das frases de Merval, do livro “Desafios da democracia“, mostram como as qualificações dele para a ABL podem ter algum pressuposto oculto.

E a mania de falar palavrão pode significar apenas que é uma pessoa mal-educada”.

Geralmente tudo o que se diz pode significar o contrário”.

É provável que notáveis escritores, desde Machado de Assis, virem nas suas catacumbas ao ver este Merval na presidência da ABL. Um reacionário e serviçal do poder se posta como respeitável diante de Gilberto Gil, Aílton Krenak e outros. O cara, em plena era da informação, não consegue emplacar frases nem em sites que não confirmam frases.

A única frase que atribui-se a ele na plataforma “Pensador“, não é dele; um reacionário impostor ou um impostor reacionário?

Reacionários em Ação

O aforismo de Merval Pereira aparece no prefácio do livro “Mensalão: O dia a dia …”, de autoria do jornalista global. O prefácio de autoria de Carlos Ayres Britto, outro reacionário, sugere uma interpretação das três dimensões e um só pressuposto.

Numa interpretação amigável, a obra de Merval teria: 1) a dimensão jornalística, 2) a dimensão jurídica, e 3) a dimensão política.

Apesar de três dimensões distintas, Britto afirma que elas compartilham um único pressuposto, a busca pela verdade e pela justiça. Portanto, a paráfrase ou frase de Merval indicaria uma abordagem multidimensional que ele adota no seu trabalho. Um pressuposto de que ele tenha algum expertise jornalístico, jurídico e político. Destarte, ainda em que ele não incluiu a dimensão de alguma qualificação como escritor pois aí seria abusar demais da inteligência alheia.

Estes reacionários, com toda a certeza, se acham melhores que outros da mesma laia ou de seus equivalentes opositores ideológicos.

Enfim, uma coisa são estes reacionários terem palanque na mídia tradicional ou até redes sociais, outra, mais grave, é estarem na ABL. Contudo, resta-nos somente espernear ou reclamar para o Papa Francisco, pois as instituições estão todas falindo ou definhando.

Contextos e Interpretações

Frases como a de Merval Pereira suscitam muitas interpretações. Alguma que posso apresentar, mesmo não sendo um maluco, são:

  1. Análise Política Complexa: Merval frequentemente aborda questões políticas sob múltiplas perspectivas, ou “dimensões”. Nesse contexto, as “três dimensões” se referem a três aspectos diferentes de um problema político (O Mensalão). Ele poderia, por exemplo, discutir uma política pública que afeta várias áreas da sociedade. Contudo, ele se arvora, como um ultracrepidário(1), em áreas que ele não tem a mínima qualificação ou conhecimento.
  2. Mídia e Comunicação: Noutra dimensão, Merval em sua obra(?), permeia a dimensão que ele, a princípio, é especialista em relação ao papel da mídia. Merval poderia estar falando sobre três dimensões da comunicação (informação, interpretação e opinião). Desta forma ele poderia tratar de como, apesar de serem diferentes, baseiam-se no pressuposto de informar o público. É provável que Merval Pereira nunca tenha feito um trabalho investigativo de qualidade. Em outras palavras, vive de ser mensageiro de quem o paga para dar opiniões falsas(2).
  3. Contexto Econômico ou Jurídico: Em debates sobre economia ou direito, as três dimensões podem se referir a diferentes áreas  (como legislação, mercado e sociedade). Por outro lado, a referência de Carlos Ayres Britto sugere que o pressuposto comum seria a busca pelo bem-estar público ou pela justiça. Aqui, claramente, uma desinformação(3) com motivação ideológica, do Merval e do prefaciador.

Dito isso, é provável que, um dia destes, exista nos critérios da ABL alguma barreira para quem escreve opiniões falsas ou com motivações ideológicas. Este comportamento não é de um jornalista com qualificação, e muito menos de alguém da ABL.

Retrocessos

A frase-chave sugere, surpreendentemente, uma análise multidimensional de um problema ou questão. Desta forma, era de se supor a existência de diferentes perspectivas mesmo que por um princípio ou objetivo central.

Assim sendo, tenho muitas restrições ao sujeito e ao trabalho dele. Portanto, fico à vontade para dizer que Machado de Assis e Ruy Barbosa estariam numa decepção ampla, geral e irrestrita. Raramente, utilizo estes textos de “Entre Sem Bater” para falar o que penso das pessoas. Entretanto as subcelebridades e tipos como Merval estão avançando com seus proselitismos e crueldade.

Retrocedemos, a passos largos, enquanto sociedade e civilização, e nem é preciso citar manchetes do cotidiano. É muito triste ver que escritores de verdade como Ruy de Castro, Aílton Krenak, Gilberto Gil e outros estão sob o “comando” deste falso escritor. Devemos elogiar a todos que, anteriormente, no momento da eleição (?) de Merval à ABL se insurgiram. Foram heróis da resistência e corretos nas manifestações.

Infelizmente, como nas ações de serviçais dos déspotas, numa noite eles arrancam uma flor de nosso jardim, na outra não temos nenhum jardim.

A pergunta final:

É possível pedir impeachment de alguém muito ruim da ABL?

 

Amanhã tem mais …

P. S.

(*) ABL = Academia Brasileira de Letras e o pressuposto é que Merval ainda é o presidente da instituição. Com toda a certeza, este  é um texto que a construção exigiu muita calma e algumas pitadas de bílis.

(1)Entre Sem Bater – Apeles de Kos – Ultracrepidário

(2) “Entre Sem Bater – Joseph de Maistre – Opiniões Falsas

(3) “Entre Sem Bater – J. K. Rowling – A Desinformação

 

Imagem: Entre sem bater – Merval Pereira – Um Pressuposto Reacionário

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

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