Entre Sem Bater - Dilbert - O Otimista

Entre Sem Bater – Dilbert – O Otimista

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Scott Adams, através de seu personagem Dilbert, mostra o quão qualquer “Otimista” é um verdadeiro sem noção.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Dilbert (By Scott Adams)

É provável que Scott Adams tenha opiniões muito diferentes daquelas de seus personagens principais(*). Na realidade, grandes cartunistas sempre costumam passar algumas de suas opiniões através de seus personagens. Entretanto, a opinião destes autores, seja otimista, pessimista ou realista, é muito do que a sociedade vive, ou da realidade. Dilbert, Dogbert e demais personagens (poucos) das histórias de Adams são a pura realidade.

Dilbert é o personagem de uma história em quadrinhos americana escrita e ilustrada por Scott Adams, publicada pela primeira vez em 16 de abril de 1989. É conhecida por seu humor satírico de escritório e microgerenciado com o engenheiro Dilbert como personagem central. A história produziu livros, uma série de televisão animada, um videogame e centenas de itens de mercadorias temáticas. Dilbert Future e The Joy of Work estão entre os livros mais vendidos da série. Em 1997, Adams recebeu o Prêmio Reuben da National Cartoonists Society e o Prêmio de História em Quadrinhos de Jornal por seu trabalho. Dilbert ocupou espaços online e, em 2013, era publicado diariamente em 2.000 jornais em 65 países e 25 idiomas. Em 2023, Dilbert foi abandonado por vários jornais independentes, bem como por seu distribuidor global, Andrews McMeel Syndication (dono da GoComics, depois que Scott Adams envolveu-se em uma polêmica sobre racismo. Dilbert ressurgiu na plataforma locals.com (que atualmente está bloqueada no Brasil).

Fonte: Wikipedia (inglês)

Otimista

natureza humana(1) pode nos surpreender muitas vezes. Contudo, algumas representações que os humanos adotam não provocam a mínima reação de surpresa, pois são previsíveis. Assim sendo, a ideia de Dilbert sobre o otimismo dos tolos(2), embora seja humor, tem uma grande parcela de verdade e realismo.

A trilha “Entre Sem Bater” aborda, frequentemente, os temas principais do comportamento humano. Deste modo, o otimista, o pessimista e o realista estarão presentes, desqualificando-os diretamente ou de maneira subliminar. Analogamente ao conteúdo das histórias de Adams, esta série de textos apresenta doses de humor e sátira. Eventualmente, acontece que muitos leitores não entendem, e se reconhecem no realismo ou na ficção.

A vida, como ela é, não deveria ser sempre otimista e nem pessimista, deveria ter a medida certa de realismo e conhecimento. A batalha de ideias entre o otimista e o pessimista não existe, os dois são uma coisa só, e brigam com a realidade. Aceitem que dói menos.

Guerra do Realismo

A dualidade entre o otimismo e o pessimismo é, inquestionavelmente, uma característica marcante da natureza humana. Ambas as perspectivas apresentam-se em oposição, mas, curiosamente, coexistem dentro da mesma pessoa. A diferença é que a opinião varia de acordo com a conveniência do momento ou a abordagem de um tema específico. Essa oscilação entre otimismo e pessimismo reflete a complexidade da mente humana e uma adaptação às circunstâncias da vida.

Podemos, por exemplo, fazer uma demonstração simples e elucidativa quando temos um copo com água pela metade. Um indivíduo, se estiver com pouca sede, dirá: – que ótimo, água! Este mesmo indivíduo, com muita sede, dirá: – só meio copo com água? não é suficiente. Desta forma, a mesma pessoa é como a água, adquire, certamente, a forma do frasco que a contém.

Esta é a guerra, a realidade indica somente que temos um copo com água pela metade, e que nem pode ser potável.

Otimista e Pessimista

O otimista é, por definição, aquele que enxerga o lado positivo das situações. Em suma, ele acredita no potencial de crescimento, nas possibilidades de superação e no futuro promissor. O pessimista, por outro lado, caracteriza-se pela ênfase nos riscos, nos obstáculos e nas possíveis falhas que podem surgir ao longo do caminho. Com toda a certeza, ambas as perspectivas têm suas perspectivas de evolução e pontos positivos. O otimismo pode impulsionar a ação e motivar a superação ou justificar o trabalho que se realizou em função desta perspectiva. Enquanto o pessimismo pode servir como um alerta para os perigos e preparar para eventualidades negativas.

No entanto, o que se observa é que as pessoas, muitas vezes, alternam entre essas duas posturas, dependendo do contexto e de seus interesses. Um indivíduo pode ser otimista ao falar de seus próprios projetos, enfatizando as possibilidades de sucesso e minimizando os desafios. Ao mesmo tempo, pode adotar uma postura pessimista ao analisar as ações de outras pessoas ou os resultados de empreendimentos alheios. Desta forma, pode destacar os riscos e as falhas potenciais atribuindo-as aos pessimistas e críticos.

Essa alternância não é, sem dúvida, apenas uma questão de personalidade. É, sobretudo, uma questão de conveniência, uma forma de moldar a narrativa de acordo com os interesses em jogo. Um escapismo típico e comum em nossa sociedade moderna e digital.

Esse fenômeno revela que otimismo e pessimismo não são necessariamente posturas fixas e imutáveis, mas sim perspectivas estratégicas. A flexibilidade entre essas duas abordagens como forma de proteger o ego parece ser uma atitude normal nas redes sociais. Desta forma, manter uma sensação de controle sobre as situações ou influenciar a percepção dos outros sobre tudo, é aceitável por todos.

Crítica Realista

Entretanto, essa alternância entre otimismo e pessimismo não é isenta de críticas realistas e com fundamentação em fatos. Quando essas posturas convenientes surgem, elas distorcem a realidade, criando uma visão parcial ou meias-verdade. É aqui que surge, indubitavelmente, o papel do realismo, como um contraponto necessário a essa dicotomia.

O realista é aquele que procura observar os fatos com equilíbrio, sem se deixar levar pelo entusiasmo e otimismo, nem pelo desânimo do pessimismo.

Em suma, o realismo implica numa análise objetiva das situações, a partir de dados concretos e em uma avaliação honesta da situação. O realista não ignora os riscos, mas também não se deixa intimidar por eles. Adicionalmente, reconhece as oportunidades, mas não se ilude com promessas ou visões ufanistas e sensacionalistas.

Essa postura de equilíbrio é fundamental para tomar decisões com mais acertos, que avaliam os aspectos positivos quanto os negativos de cada situação. Por exemplo, em anúncios e promoções de grandes ganhos com investimentos em criptomoedas, o realista enfrenta os dois lados da moeda. Os otimistas que projetam lucros fáceis e rápidos e os pessimistas que criticam a partir de modelos de “correntes” e “pirâmides”.

Equidistância

A chave para o realista ser um indivíduo que não tem a simpatia do otimista e do pessimista é a equidistância.

Manter-se equidistante dos interesses que o otimismo e o pessimismo podem privilegiar é, sem dúvida, a receita para ter equilíbrio. Enquanto o otimista e o pessimista sofrem influência de desejos, medos ou preconceitos, o realista tem uma compreensão imparcial da realidade. Com toda a certeza, isso não significa que o realista seja frio, indiferente, prepotente ou arrogante. Significa, em outras palavras,  que ele é capaz de separar suas emoções da análise dos fatos, evitando distorções por suas preferências pessoais.

Essa capacidade de ser equidistante é o que torna o realismo uma abordagem valiosa no mundo das narrativas pueris e de segunda mão.

Como se não bastasse, no mundo da polarizações crescentes(4), cada vez mais recorrentes, é essencial ter altas doses de realismo. Nas redes sociais, onde o otimismo e o pessimismo determinam a popularidade da pessoa, a situação é mais crítica. Atualmente, interesses políticos, econômicos ou ideológicos superam todas as tentativas de ser realista. Assim sendo, o realismo deveria surgir e ter incentivo como um antídoto necessário para a polarização. Ele permitiria que as discussões partissem de fatos e não em opiniões extremistas, com um possível debate mais sério e inteligente. #SQN

Passa a régua

Portanto, o otimismo e o pessimismo desempenham papéis importantes na forma e atitudes da maioria das pessoas. Infelizmente, são como uma máscara em defesa daqueles que variam suas vidas de acordo com a direção do vento. Como interpretamos o mundo, é, certamente, o realismo que oferece, numa perspectiva verdadeiramente equilibrada e justa. Ele nos desafia a enxergar a realidade em toda a sua complexidade, sem nos deixarmos levar pela conveniência ou pelo viés das narrativas.

Dessa forma, o realismo se torna não apenas um contraponto ao otimismo e ao pessimismo. É, sobretudo, uma ferramenta essencial para a tomada de decisões mais sábias e diferenciação neste confuso mundo digital.

Em tempo: como se não bastasse uma pessoa ser otimista ou pessimista sem nenhuma razão, ainda querem nos convencer que o mundo tem salvação. Este povo não tem nenhuma experiência de vida e se acha a última Coca-Cola gelada do deserto.  #VadeRetro !

 

Amanhã tem mais …

P. S.

(*)  Além de Dilbert, os principais personagens de Scott Adams são: Dogbert, Alice e um estereótipo de chefe. A história e inspiração de Scott Adams para os tipos que criou são uma curiosidade interessante e lúdica. A maioria das pessoas que trabalha ou trabalhou em escritórios se identifica com os personagens.

(1)Entre Sem Bater – Saramago – Natureza Humana

(2) “Entre Sem Bater – Norman Vincent Peale – O Otimismo dos Tolos

(3) “Entre Sem Bater – Saramago – Pessimista

(4)Entre Sem Bater – Brenda Lee Strong – Polarização e Ruína

 

Imagem: Entre sem bater – Dilbert – O Otimista 

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

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