#BDMG contra Pulitzer

Pulitzer revirando no túmulo

Mídia

Alguns anos atrás, fiz um texto(1) em que uma frase atribuída a Pulitzer era o centro da questão. Com toda a certeza, o texto que teve pouco mais de 430 leituras, não foi capaz de motivar os leitores a opinar. Assim sendo, a temática volta nesta data pois os limites do tolerável ficaram, definitivamente, para trás.

Em primeiro lugar, ressalto que evito citar nomes para não ser injustos com outros profissionais que podem ser piores do que os citados. Por outro lado, é possível que alguns dos péssimos profissionais da mídia pensem que a carapuça de um texto sem citação não lhes cabe.

A charge, que ilustra o texto que indiquei, é de fácil compreensão, entretanto, #IMNSHO, tudo piorou muito. Como se não bastasse, a nova geração dos profissionais da mídia não devem nem saber quem foi Pulitzer.

Pulitzer

Sei sobre Pulitzer somente o que li em pequenas biografias. Certamente, fez ações meritórias num mundo diferente do que vivemos. Vivendo no Século XIX foi um pioneiro e seus ideais eram revolucionários.

Algumas das frases de Pulitzer são emblemáticas e poderiam, surpreendentemente, ainda hoje, estarem nas paredes de todas as redações da mídia. Com toda a certeza, a maioria dos jornalistas não entenderia e não praticaria.

Gosto das ideias expressas nas seguintes frases:

  • Faço o jornalismo verdadeiramente democrático, dedicado à causa do povo e não dos potentados e oligarquias“.
  • Nossa república e sua imprensa subirão e cairão juntas (…). O poder de moldar o futuro da República estará nas mãos dos jornalistas das gerações futuras.“.
  •  ”Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma “.

Em suma, são ou não impressionantes as frases de Pulitzer e o momento que vivemos?

Mídia Rural

Há muitas décadas perdi a esperança na mídia que chamo de rural (atuante no Arraial do Curral del Rey e cercanias). Portanto, em todas as editorias, infelizmente, a mídia do eixo RJ-SP domina o país inteiro com seus desejos e opiniões. Nas editorias de política, economia e esportes, quando surge algum profissional de qualidade, vai, rapidamente, trabalhar no eixo RJ-SP ou Brasília. Desse modo, é impossível que algum profissional de qualidade fique nos estados, como acontece com Minas Gerais.

A base para minha crítica é o telejornal matutino da Rede Globo. Entretanto, não pensem que os outros são melhores ou tenham algo de qualidade.

Mídia e Lixo

A princípio, todos que estão na mídia são profissionais que frequentaram alguma escola formal. Foi-se o tempo em que as escolas capacitavam profissionais éticos e qualificados. Os casos de assédio moral e outros são explícitos e pouca gente se assusta. Normalizaram as coisas erradas. Os benefícios e prerrogativas da mídia levam ao descalabro da corrupção, do jabá e da omissão do fato.

Como se não bastasse um rol de situações pouco profissionais, temos a invasão da publicidade online. Na maioria dos casos, em textos simplórios, aparecem anúncios que não tem nada a ver com o conteúdo. Um caso interessante é o da coluna de autoria de Fhilipe Pelájjio, que escreve no Blog Moon BH(2). Parece que o autor tem predileção em adular o “pessoal” do “Bom Dia Minas” da Globo.

O sujeito é pedante e deve ter algum jabá para escrever textos tão pobres de conteúdo e repleto de anúncios. Ele não apenas escreve textos ruins como ignora qualquer crítica ou até mesmo sugestões. É a cara do lixo que a mídia mineira está se tornando.

Bom Dia Minas #BDMG

Particularmente, gosto de comentários do tipo “…o que vem de baixo não me atinge…”. Ou, por outro lado, quando ignoram o comentário ou algum aprendiz de censor, não encaminha o comentário para seu destinatário. É impressionante como os jornalistas de Minas Gerais, em especial da Globo, têm medo da crítica e não colocam nenhum espaço, nem para elogios.

Desta forma, é factível que imaginemos que estes profissionais (???) se satisfazem com os Fhilipes da vida.

É uma lástima que o horário de um programa como o “Globo Rural” virou espaço para gente desqualificada profissionalmente. Um show de horrores que a “Madrasta da Narrativa Ruim” ficaria ruborizada.

A falta de vocabulário impressiona. De acordo com a pouca experiência que tive com jornalistas (sou radialista profissional) é assustador vermos algumas narrativas. Conforme alguns “Manuais de Redação”, os caras deveriam ter algum texto consistente para falar. Dá até saudades do bloquinho com notas taquigráficas. Em síntese, a tecnologia, os smartphones e outras modernidades estão imbecilizando e aculturando nossos jornalistas. A república e o jornalismo dos ideais de Pulitzer não existem.

Pulitzer vive ?

Pulitzer era um lutador que chegou a dono de meios de comunicação e investiu parte de sua fortuna ajudando a formar profissionais de comunicação. Enquanto profissional, atuou no jornalismo investigativo denunciando corrupção do governo e das oligarquias. Defendeu princípios “comunistas” para certos segmentos da sociedade, e em países que ignoram direitos dos indivíduos. Advogou causas como defesa dos pobres, combate aos monopólios e menores jornadas de trabalho. Precursor de matérias com abordagens das mulheres, esportivas e outras não usuais naqueles tempos.

É inacreditável o rumo que a mídia tomou e ainda se arvora como dona da verdade, fazendo a cabeça dos menos conscientes.

O livre pensar e a crítica à mídia virou quase crime. A mídia está perdendo espaço para as redes sociais e parece que não tem volta, Umberto Eco estava certo, o idiota da aldeia ganhou o mundo e agora a mídia tem concorrência.

quem me desculpem os profissionais atuais da bancada do #BDMG. Vocês não são os primeiros ruins, e nem serão os últimos. Vejo que não é prerrogativa suas, é responsabilidade de editores igualmente ruins. Profissionais bons estão ficando raros e não é somente em Minas Gerais.

DICA:

Leiam a seção “Enriqueça seu vocabulário”, da revista Seleções. Basta uma nova palavra por dia, desde que tenha seu significado aplicado, vocês merecem evoluir. Evitem que seus ex-professores tenham vergonha em declarar que vocês  foram alunos deles.

 

(1) “Mídia – das Opiniões, dos fatos e da verdade“.

(2) “Quase ninguém sabe …” por Fhilipe Pelájjio

P. S.
  1. “Revirar no túmulo” é uma expressão comum que significa que alguma pessoa, falecida, desaprovaria ações, palavras ou manifestações.
  2. Outros profissionais e outros canais de mídia não estão a salvo das críticas, mas estão incomodando menos, nem audiência posso oferecer.

 

Imagem: Reprodução Blog Moon BH

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

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Agradeço a compreensão de todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.

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