Amor Real
Em primeiro lugar, o mundo mudou, não há como negar, e aceitar dói bem menos. Assim sendo, se o mundo mudou, porque o amor real não mudaria?
Antes que os haters do saudosismo venham torcer o nariz, digo que vocês não entendem de amor e nem da filosofia do ódio(1). Aprendam a ler os textos até o final e reler antes de torcer o nariz. Refutar açodadamente, com toda a certeza, só comprova a minha teoria.
Inquestionavelmente, as tecnologias disponibilizadas para a Internet, e as redes sociais, ferraram com tudo e com todos. Desse modo, o amor, seja ele o verdadeiro, exigente ou o passageiro e superficial embarcaram na pegadinha. Enfim, se você ainda acredita no amor real, é porque não está em nenhuma rede social.
Um amigo me disse recentemente: ” pra que amor, existe o Tinder(*) …”.
Conversando com um adulto, um pouco mais realista e possuidor de algum conhecimento, ele disse: “… o que é Tinder …”. Pensei em desistir, mas sou brasileiro, não desisto nunca, segue o jogo …
Promessas de Ano Novo
Não deixo para o ano novo aquelas promessas de mudanças e outras. Ao decidir sofrer duas intervenções cirúrgicas (as duas primeiras cirurgias eletivas da minha vida) no passado, decidi mudar muitas coisas. E, como se não bastasse, a preparação para as cirurgias e outras mudanças, desde então, foram intensas, severas e dolorosas.
Decidi as colocaria as várias mudanças em prática a partir dali, numa espécie de amor próprio, real. Lógico que não dá para fazer todas ao mesmo tempo, nem com muito dinheiro.
Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e voltar sempre inteira Cecília Meireles
Desde a adolescência faço mudanças de tempos em tempos. Decidi que não ficaria mais de três anos sem mudar coisas que as pessoas mais sensíveis pudessem perceber. Por outro lado, se as pessoas menos sensíveis observassem, teriam dificuldades de identificar algumas. Em suma, fazer mudanças na aparência(2) é fácil, difícil é mudar a mente, principalmente dos outros.
Mas, afinal, o que as mudanças de ano novo têm a ver com o amor real ou imaginário?
É que, sem dúvida, a maioria das pessoas coloca as ideias sobre amor na pauta das coisas boas em todo “ano novo”, pura ilusão.
Amor no Século XXI
A bagaça é o seguinte, tudo mudou, o mundo acabou em 2012, e os Maias esqueceram de fazer referências ao amor.
Antigamente, quando uma pessoa escrevia para outra, e enviava uma carta pelos correios, as palavras exigiam reflexão. Com toda a certeza exigiam pensamento e qualificação.
Ser analfabeto (funcional, cultural, político etc.) era uma barreira, menos para as manifestações apaixonadas que chamam de amor.
Para escrever um telegrama (pagava-se pelo tamanho do texto) até as abreviaturas de palavras tinham que sofrer autocrítica.
Por que este cuidado não existe hoje nas redes sociais de 280 caracteres?
Desse modo, afirmo que já vi telegramas mais consistentes e de conteúdo com 20 caracteres do que “tuites” com 280.
É muita ignorância e pouco amor real, em tempos de redes sociais rasteiras.
Cartas de amor real na era anterior ao e-mail são verdadeiras crônicas ou contos, dariam maravilhosos textos.
Alguns anos atrás, uma tia-avó revelou algumas cartas de amor que manteve em segredo. Surpreendentemente, virou um livro de poesias, todas simples, mas revelando um amor real fantástico.
Seria possível, daqui alguns anos alguém fazer um livro de poesia ou publicar um livro (tá… pode ser um e-book !)?
Certamente, com o que lemos hoje nestes lixões das redes sociais, aka #esgotosfera, será impossível. Mas sendo bem realista, com a explosão de influencers sem conteúdo, milhões pagarão por cartas de amor de gente sem noção.
Amor Verdadeiro
Por favor, esqueçam esses haters de quinta categoria que não conseguem nem saber o que é ódio. Para saber o que é ódio (detesto e não uso esta palavra em vão) tem que ter noção do que é o amor. Muita gente está sendo classificada como hater. mas não passam de idiotas, tapados e teleguiados.
Para ser hater, fazer bullying ou estas outras atividades comuns aos sociopatas, tem que entender o que está fazendo. Além do papel de otário, é óbvio, estas pessoas estão se dissociando de tudo aquilo que pode significar empatia e amor real. #FicaaDICA.
Assim como no trecho do poema de Cecília Meireles, voltei mais inteiro do que nunca.
(*) Tinder, para quem não sabe, é uma das milhares de redes de encontros e relacionamentos, do “amor real” no Século XXI.
(1) “Entre sem bater – Mary Heaton Vorse – Filosofia do Ódio”
(2) “Entre sem bater – Epicteto – As Aparências”
(*) Revisado e atualizado em dezembro de 2023
Charge: Cellus
Nota do Autor
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