Ódio – Um sentimento mesquinho

Sentimentos

Alguns textos, como estes em que trato de palavras que suscitam diversas acepções, são bastante interessantes de construir e observar comentários e opiniões. Mesmo que as pessoas não comentem publicamente, é altamente enriquecedor ver como estas pessoas se sentem ofendidas. E, como se não bastasse, manifestam-se até sobre uma simples interpretação de uma palavra, mesmo fora de contexto. Uma destas palavras, que não tem espaço nas minhas ideias, é ódio, portanto é uma daquelas que sempre direi não, em qualquer contexto.

Por outro lado, na vida real, a palavra ódio foi vilipendiada até por falsos cristãos que a praticam o tempo todo. No texto ” Raiva – Um Nobre Sentimento ” tentei separar o uso daquela palavra com ódio, mesmo que etimologicamente tenham similitude.

Ódio

À medida que aprendemos, usamos sinônimos para graduar, de forma relativa, esta ou aquela palavra em contextos específicos. Por exemplo, antipatia é sinônimo de ódio, assim como ira, execração, raiva, rancor, repugnancia, repulsa, horror. Desse modo, eu diria e avalio que antipatia tem valor “1” e ódio seria o “10” numa graduação de gravidade. Assim sendo, a relação entre pessoas que causa ódio leva tudo ao extremo, uma antipatia não causa mal a outrem. Por outro lado, o ódio é algo que leva as pessoas a alimentarem-se de sentimentos de vingança e destruição.

Enfim, ódio é um substantivo masculino que diz respeito a sentimento e conduz a querer mal a outrem, um sentimento mesquinho. A origem da palavra e suas interpretações não mudaram muito ao longo dos anos, vem do latim odium, simples assim.

Ódio Amplificado

O ódio carrega em si uma amplificação de tudo que representa o mal que a pessoa vê em si e deseja a um semelhante. É a elevação da irracionalidade e da incapacidade de relevar ou entender as outras pessoas e seus comportamentos. Infelizmente, com a disseminação de certas religiões este sentimento tem sido mais constante, nossa sociedade não consegue conviver em harmonia e o ódio impera.

As redes sociais criaram uma categoria de gente que canalizou na essência o ódio, gratuito, amplificado e que virou até profissão, os Haters. Anteriormente, você tinha um vizinho, um inimigo ou até mesmo um parente que você tinha antipatia e aquilo crescia até virar ódio. Os haters fizeram com que você ganhe inimigos gratuitamente, em minutos e por qualquer coisa. Basta escrever um pequeno texto discordando de uma posição ou opinião e aquilo vira “pé-de-briga” mortal.

Ódio Cristão

A coisa ficou tão séria que não se pode fazer uma citação bíblica, sem a “autorização” de evangélicos neófitos, que lá vem pedrada. Os áulicos não respeitam nem os versículos do seu único livro. Num texto sobre raiva, onde citei Mateus 7:5, tive classificação de ignorante e  sofri “cancelamentos”, para dizer o mínimo. Certamente, são atitudes incompatíveis com quem deveria entender o “irmão”.

Neste contexto, ouso citar outro excerto da Bíblia e, com toda a certeza, receberei mais ofensas. Desse modo, trarei mais um séquito de cristãos para o fim da fila de haters que me “adoram” .

Levíticos 19:17-18

17 Não terás no teu coração ódio pelo teu irmão. Deves repreender o teu compatriota, e assim não terás a culpa do pecado. 18 Não te vingarás e não guardarás rancor contra os filhos do teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

A situação complica-se quando este ódio vem misturado com a política, o que, no caso do Brasil, virou regra de ouro para a intolerância. O sujeito que guarda o ódio, quanto mais lê a Bíblia, se fecha para qualquer coisa dita por quem não comunga no mesmo cálice.

One Way

Em suma, ódio é um sentimento que, ao meu juízo, é um caminho sem volta. Ao contrário de seus sinônimos como antipatia e outros similares, ódio é o grau máximo da intolerância e nas redes sociais é mortal.

Praticantes do ódio são doentes terminais e por mais que mandem imagens de bom dia, louvores, mensagens positivas, alimentam um ódio seletivo. Enfim, é sinal do fim dos tempos, e não começou por conta da política tupiniquim ou divergências religiosas. Acirrou-se com a estupidez e ignorância demonstrada por todos que praticam o ódio nas redes sociais. Tudo isso por sofrerem questionamentos ou por verem acender a pira de sua verdadeira personalidade.

Como se não bastasse, o que era para ficar restrito ao círculo de poucas pessoas, alastrou-se de forma incontrolável. Por exemplo, em  editorias diferentes como política, futebol, trabalho, relações sociais, família, têm contaminação verbal irremediável. O que você escreve sobre futebol, se seu hater assim o deseja, por osmose, transfere-se para a família, para o trabalho, política etc.

Definitivamente, acho curioso ver um cristão evangélico fazer distribuição de louvores pela manhã e durante o dia ser incoerente. Ao mesmo tempo, dizem que não odeiam ninguém, pedem bênçãos no almoço e à tardinha compartilham fake news sobre pessoas que nem conhecem.

One way, perdemos e não tem caminho de volta.

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Os textos com publicação anterior à data da inauguração deste blog pessoal, são autobiográficos ou do tipo ” conteúdo de base estrutural “. Alguns são remanejados de datas posteriores para abrir espaço para outros temas.

Todos os textos são, da mesma forma, uma reflexão sobre tudo e sobre todos, especialmente sobre as avaliações que os outros fazem da gente, em redes sociais, sem saberem do que estão falando. Sob nenhuma hipótese ou condição, nenhum texto tem ligação com atividades profissionais, empresas e organizações para as quais eu tenha trabalhado ou atuei sob contrato. Qualquer tentativa de relacionamento das minhas opiniões com trabalhos profissionais é mera ilação.

Não deixem que crianças leiam, a menos que sejam crianças inteligentes e que os pais as deixem pensar.

São expressamente proibidos para menores de 16 anos, em especial aqueles que não sabem ler, escrever e interpretar.

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