Vigilante
Existem diversas citações e passagens em obras literárias, livros técnicos e até na Bíblia que questionam sobre uma situação que ameaça a todos e que não tem solução. Desse modo, a questão crucial nos tempos atuais é: Quem vigia o vigilante ou fiel depositário de qualquer coisa ?
O conspícuo poeta romano Juvenal deve ter sido um dos primeiros a tratar do tema com Quis Custodiet. Platão e Sócrates, respectivamente em “A República” e “Diálogo Socrático“, que, de fato, abordaram a questão.
Quis custodiet ipsos custodes?
Oligopólios e Poder
Contudo, o tal “livre mercado” virou terra de menos de meia dúzia de operadoras com planos abusivos, serviços precários. Chegou ao ponto em que as operadoras são multadas, não pagam as multas, os clientes ficam iludidos que a portabilidade resolverá alguma coisa e ninguém vigia ninguém.
Outros abusos vêm sendo cometidos por financeiras, bancos, operadoras de Internet, chantagistas de consignatárias e assemelhados. Não tem controle, ou melhor, tem, mas não sabemos quem está no comando.
Anatel
Por exemplo, tomemos o caso das telecomunicações e da privataria ampla, geral e irrestrita implementada no Brasil..
No Brasil, onde as telecomunicações eram concessões e do setor público, apareceu alguém do “liberou geral” e chamaram de desregulamentação; privatização etc. Tudo em nome da melhoria dos serviços, livre concorrência, redução de tarifas ( #SQN )
Como se não bastasse, inventaram (tiraram da cartola) a ANATEL para vigiar esta bagaça ( gíria informal ). Empresas de telefonia (móvel e fixa), empresas de TV por assinatura, o escambáu. Tem até ouvidoria com pose de vigilante para enganar incautos e trouxas, um luxo só.
Caso 1
Um conhecido reclama há meses sobre preços e péssimos serviços de uma operadora de telefonia. Não adianta e a operadora faz o que quer com a cumplicidade criminosa de quem deveria fazer o papel regulador e fiscalizador. Portanto é somente mais do mesmo e que se danem os consumidores que não tem o direito nem de ser vigilante com suas próprias informações.
Caso 2
Cliente de operadora de TV por Assinatura recebe chip em função da “parceria” da operadora com empresa de telefonia. Enfim, MALDITOS “combos” uma vez que a cliente diz que não quer e todos os dias os malditos dos “calls centers“ continuam ligando. Ela cede e não “libera”, entretanto continuam as ligações. Ela pergunta se vai custar algo e a resposta é “Não. Está incluso no pacote“. Ela cede e tem a surpresa pouco depois: taxa adicional de mais de R$35 por chip ( são quatro ). Agora ela entra na fila que meu amigo está há mais de 4 meses e reclamar nem o Reclame Aqui resolve.
Abuso do Vigilante
Sou cliente de uma mesma operadora de telefonia desde 1993. Desrespeito total ao cliente e nem reclamo mais. Em suma, não existe ninguém a quem possamos recorrer, uma vez que tudo é feito em nome das modernidades tecnológicas.
Quando vemos os defensores destes abusos usarem a argumentação ” ainda bem que temos tudo isto e que o mundo inteiro não vive mais sem estas tecnologias ” ou vemos que 24h sem um serviço como Whatsapp provoca quase uma histeria coletiva. Com toda a certeza, quando constatamos que 99% destes usuários de tecnologias de comunicação não tem a mínima ideia do que seja “Direito do Consumidor” ou “Marco Civil da Internet“, eu posso dizer: Lacra !
Venho buscando um advogado que entenda meu ponto de vista e veja que estes abusos são uma grande causa coletiva, em vão, estão mais preocupados com quanto vão ganhar numa causa individual.
Empresas de telegonia, organizações que coletam e armazenam os dados privados nossos ( como o INSS e dados de aposentadoria ) estão deitando e rolando. Receber ligação como venho recebendo depois que me aposentei, já encheu o saco e sou impotente para fazer qualquer coisa.
E nem podemos reclamar ao vigário, delegado pois os coronéis estão no comando de tudo e ninguém vigia o vigia.
Imagem: Revista Exame
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
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Agradeço a compreensão de todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.