Democracia
Como não poderia deixar de ser, este post é sobre o tema mundial do dia. Não se fala de outra coisa ( BrExit ) e muitos livros serão escritos nos próximos dois anos. Por outro lado, até a saída em definitivo, ou depois, da Inglaterra ou Reino Unido da Comunidade Europeia ( EU ) haverá problemas. Importante ressaltar que o Reino Unido embora seja do bloco econômico de 28 países, não faz parte da chamada “Zona do Euro“. Desse modo, ao menos mantiveram sua moeda e não terão a dor de cabeça de criar nova moeda.
A discussão, como indicado pela charge ou nas discussões políticas, é se uma margem tão pequena de um plebiscito, demonstra democracia.
Brexit
A princípio, o plebiscito era para ser simples.
O Reino Unido deve permanecer na UE? Sim ou Não.
As consequências dos resultados são imprevisíveis, embora existam vertentes catastrofistas mundiais e outra linha de que é uma simples “marolinha” midiática de esquerda.
Ganhou o NÃO e, assim sendo, o Reino Unido NÃO permanecerá na UE.
É provável que a vitória apertada não tenha dado aos eleitores a visão do tamanho do problema que criaram.
Por outro lado, a margem apertada – 51,9% ( para sair da UE ) e 48,1% ( para ficar na UE ) deveria ter previsão antes da realização do plebiscito. Certamente, seria uma forma de prever uma espécie de segundo turno ou validação do plebiscito.
Enfim, este tipo de plebiscito é um exemplo de democracia em vertigem.
Reino dividido
Este referendo dividiu de maneira absurda até o próprio Reino Unido. no geral ganhou o BrExit, mas a Escócia (62%), a Irlanda do Norte (55,8%) e Gibraltar optaram por ficar na UE. Inglaterra e Irlanda do Norte tiveram maioria apoiando a saída.
Dividido o reino, surpreendentemente, o primeiro-ministro Cameron pediu o boné e deixou a bomba-relógio armada. Os partidos de direita radical e nacionalistas extremistas comemoram.
Resta saber o que comemoram, neste momento.
Portanto, este plebiscito pode ser um marco de uma nova ordenação de poderes globais instituídos (políticos e econômicos). Países como Espanha e Alemanha experimentam grupos de poder fora do legislativo e/ou executivo. É possível que em pouco tempo, mesmo no Brasil, grupos ligados à religião e grupos vinculados ou criados nas redes sociais e Internet, tenham algum poder nas decisões. É o caminho, por bem ou a fórceps.
Mundo perplexo
Enfim, o “mundo inteiro” não acreditava que o NÃO ( sair da UE ) ganhasse, deu no que deu. As bolsas e mercados financeiros da Ásia entraram em parafuso como há muito tempo não entravam. A moeda britânica chegou ao seu menor poder sobre o dólar dos últimos 31 anos. Alguns dizem que é passageiro e que dura menos de 48 horas. Empresas asiáticas instaladas no Reino Unido e com clientes na comunidade europeia começam planos para migrar para outros países europeus. Oportunidade para uns, ameaça e barreira para outros.
Em suma, para se ter uma pálida ideia do estrago, somente jogadores de futebol, atuando na Grã-Bretanha, são mais de 300 (trezentos). Somente estes privilegiados poderão ter a benesse do passaporte comunitário, Caso contrário, todos eles, em dois anos, teriam que abandonar seus contratos de trabalho.
Quarto poder
A vitória do BrExit mostrou que o plebiscito é uma ferramenta democrática forte uma vez que mexeu com o mundo todo. É provável que possamos confirmar isto em breve, ou não, como diria Caetano.
Haverá uma avalanche de plebiscitos nos países da UE?
O Reino Unido tratará de alternativa ao resultado do plebiscito?
A UE em Bruxelas pedirá que o Reino Unido “limpe o beco” rápido?
Ficarão as relações França-Reino Unido, ligadas umbilicalmente pelo Eurotúnel, pacificadas?
Por outro lado, quando a maioria pensa que o “quarto poder” é a mídia, tenho convicção que o poder real é o Sistema Econômico Mundial. Ou o modelo econômico de cada nação. O poder econômico global tentará contornar este grande abacaxi plantado pela “democracia” plebiscitária?
To BrExit ou não BrExit
Vamos aguardar e nos preparar, quem pensa que o Brasil está em crise, não imagina os efeitos de uma decisão, como a dos súditos da Rainha. Assim sendo, mesmo sendo democrática, como o que fizeram os eleitores do Reino Unido, os problemas podem ser enormes.
As eleições deste ano no Brasil mostrarão a força dos poderes extra constitucionais. O eleitor pode mudar muitas coisas e muitas caras, sempre na esperança de melhorias.
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Nota do Autor
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