Compartilhadores de Mentiras
Desde que atuo com Internet, até por dever de ofício, debatia-me e ficava preocupado com amigos e conhecidos compartilhadores de mentiras. Os integrantes das minhas listas de relacionamento e amizade, que ficam compartilhando, curtindo, disseminando mentiras eram o alvo. A Internet liberou muitos sociopatas para escreverem o que desejam e, por isso, muitos dos relacionamentos não percebem isso até hoje. Como se não bastasse, o pior é que estes sociopatas, e psicopatas também, chegam a ser convincentes.
Sites de notícias falsas
Desse modo, a situação ficou tão insuportável que até a academia (no caso a USP) entrou na discussão da necessidade de um “freio de arrumação” em tanta notícia falsa. Assim sendo, fizeram um estudo e relacionaram sites especialistas em formar a mentira e divulgar para sua lista de incautos e teleguiados. Estes originadores de mentira sabem, com toda a certeza, quem pode reproduzir um boato rapidamente.
Contudo, existem sites ( e-Farsas e Boatos.Org ) que ajudam a derrubar estas e muitas outras notícias falsas (aka fake news). Eles têm tido muito trabalho e, em muitos casos, os mentirosos e disseminadores, questionam o trabalho deles. Se bem que, até para desmascarar os mentirosos, as fofoqueiras e barangas de plantão é impossível. Chegamos a um ponto em que os compartilhadores de mentiras não acreditam nos desmentidos, nem se forem oficiais.
Paraíso do ódio
Certamente, Leandro Karnal, historiador e sociólogo, descreveu exatamente o mundo de redes sociais que vivemos. Diz ele que “Hoje é um clique e um site, com muitas imagens. Facilitamos muito para quem odeia. O ódio tem imenso poder retórico. Ele sempre existiu. Agora, existe este ódio prêt-à-porter, pronto, onde você se serve à la carte e pega seu prato preferido“.
E tem piorado de maneira assustadora pois até a grande mídia e jornalões entraram na onda. A um ano atrás, a hipotética propriedade de um triplex no litoral paulista do ex-presidente Lula, ganhou trend topics. A turma dos abjetos compartilhadores das redes sociais sabe nem o que é. A mentira ganhou a mídia (tradicional), as redes sociais e as raias da Justiça, e virou verdade absoluta.
No segundo semestre do ano passado, esta versão teve recusa jurídica e os réus, quase todos com associação a uma empresa especializada em off-shore de políticos, tiveram correta identificação. A mídia não se retratou nem em 10% do estrago feito. Analogamente, o caso da Escola-Base na Folha de São Paulo, que ganhou até documentário, foi fichinha.
O ódio e rancor destes compartilhadores de mentiras não permite nem que a verdade venha à tona e os “fato ou fake” da mídia são enganadores.
Compartilhadores ignóbeis
É compreensível que qualquer um ( qualquer um mesmo ! ), ocasionalmente, compartilhe alguma notícia ou post pensando ser verdade. Desse modo, até eu já confiei num emissor de versão sem confirmação, e me dei mal. Alguns compartilhadores de mentira que conheço ficaram me zoando por ter caído numa pegadinha, e eu mereci.
Internet não é espaço para confiar numa pessoa sem alguma espécie de dupla autenticação. Se você não tem como confirmar com outra fonte, melhor não divulgar. Desse modo, é melhor do que depois fingir que não foi você a fazer fofoca, sem saber do que se tratava.
Ainda resta alguma esperança quando começam a surgir ferramentas que indicam onde surgiu o boato ou mentira. E com ajuda da Justiça ( tá bom, é só para alguns ) é provável que o quadro tenha algumas mudanças. Portanto, estas pessoas que fabricam mentiras, e até mesmo os compartilhadores ignóbeis e cruéis, têm que virar réus em processos. Enfim, passou da hora de pegar mentirosos contumazes, influencers com pose de donos da informação crível, e fazê-los pagar. Em outras palavras, colocá-los para responder criminalmente, pelas fofocas, disseminação do ódio e mentiras.
Criadores de Fake News
O trabalho mais difícil é descobrir os criadores de fake news e das mentiras compartilhadas em profusão.
Surpreendentemente, fui advertir uma pessoa próxima por compartilhar mentiras e ouvi um sonoro “você não tem nada a ver com isto“. Descobri que ele estava compartilhando algo falso e que ele sabia quem criou a mentira.
Atualmente, mudei, e, com toda a certeza, não faço mais nada disso.
Se a pessoa merece, é amiga ou muito próxima, mando mensagem de forma privativa e não espicho comentários.
Se a pessoa não é próxima fico quieto e torcendo para alguém desmascará-la, e desse modo criam-se situações interessantes.
Agora se o garatujo é chato, renitente, mentiroso contumaz, e compartilhador psicótico, fico aguardando uma oportunidade para expor a índole do sujeito.
Perdemos !
Quanto maior a lista de relacionamento, maior o prazer em desmascarar ( alguns não valem a pena pela insignificância e incapacidade pensante ).
Em suma, tudo está evoluindo, inclusive a quantidade de mentiras, os criadores e, o pior, os compartilhadores cheios de “razão”. Chegam a dizer que não abrem mão de suas convicções como escreveu um destes pulhas numa rede profissional de trabalho e emprego (LinkedIn).
Este tipo de “normalização” de como vemos a nós mesmos como compartilhadores de nossas verdades, ainda vai destruir a humanidade.
Tudo por uma mentira que ele mesmo defende e acredita, é o ódio e a imbecilidade à la carte, como disse Karnal.
(*) Revisado e atualizado em dezembro de 2022
Charge: Chongas.Com.Br ( Veja link do porquê o Site/URL está inativo )
Nota do Autor
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