Torcedor Brasileiro - Folha/UOL

Futebol brasileiro no fundo do poço

Futebol e Paixão

Com este texto inauguro uma nova fase neste Blog pessoal. A partir de agora, prestes a completar um ano no ar, publicarei textos que ficaram “perdidos no tempo” e em outros espaços virtuais. Vou abordar, de maneira simples, a minha visão sobre o futebol brasileiro. à medida que fatos e opiniões se apresentarem como relevantes. E, com toda a certeza, apresentaremos fundamentos à opinião. As dificuldades com provedor de hospedagem, e outras naturais associadas às tecnologias, foram superadas.

A quantidade de textos significativos sobre futebol brasileiros podem se tornar maiores. Assuntos como política e religião nem sempre terão abordagem direta. mas, contudo, estarão na pauta mais como provocação ao debate.

Futebol brasileiro

Acompanho o futebol brasileiro há pelo menos 50 anos. No início, só como mais uma atividade lúdica. Em suma, eram tempos de colecionar figurinhas em álbuns, brigar nas peladinhas para ser o craque do time. Certamente, coisas e atividades que toda criança deveria ter o direito de fazer. Depois procurei entender mais o assunto, como faço com vários temas que dou opinião.

Até 1982 era um torcedor apaixonado pelo futebol brasileiro, até pela Seleção. Inesquecíveis festas na Savassi, motivadas pelos jogos da copa da Espanha. Acabou ali. Passei a ser torcedor somente de um único time de futebol, e estar atento ao futebol mundial dos clubes. Um torcedor do Cruzeiro e apreciador do bom futebol, e tão somente.

Entendo que o futebol brasileiro começou a declinar com a malfadada Copa de 1990 e o tosco Lazzaroni. Na minha visão, o fundo do poço chegou anteriormente. É provável que tenha sido quando clubes europeus pararam de contratar nossos craques por atacado. Surpreendentemente, os europeus privilegiaram jogadores de países do Leste Europeu, africanos e até da Argentina.

Os “7 a 1” seria a “tampa do caixão”. Entretanto, dirigentes, técnicos, jogadores e até torcedores não perceberam isso.

Extra-campo

É patente que, dentro de campo, ainda temos talentos em qualidade e quantidade inigualáveis. Acredito até que seria possível surgir um ou mais Zico, Ronaldinho, um Dirceu Lopes a cada ano. Mas o extracampo, a ganância de dirigentes, agentes e empresários, com a estupidez e inveja da mídia não deixam.

Nesse ínterim, temos um ex-presidente da CBF preso por falcatruas associadas à FIFA, e outro que não pode sair do país, pois será preso. Como se não bastasse, existe uma extensa gama de dirigentes, acusados por diversos motivos, sem nenhuma ação penal. Não existe, por exemplo, nenhum processo criminal ou cível que atinja a estes “donos” do futebol brasileiro. Por outro lado, ainda existem  defensores destes dirigentes, pautados pela paixão clubística. Inegavelmente, posso afirmar, ainda existe um longo caminho a percorrer para chegarmos ao fundo do poço.

O símbolo(*)

Marinho, que atuou pelo Cruzeiro, é, por exemplo, o símbolo definitivo desta mudança que prevejo. Os jogadores brasileiros deveriam aproveitar o momento e mostrar que o Brasil ainda pode confirmar que tem o melhor futebol do mundo. #SQN

Ver o Marinho ser destaque no Brasileirão é a prova inconteste de que o 7 a 1 NÃO foi o fundo do poço. A CBF, a Globo e as federações vão continuar se esforçando para colocar nosso futebol no lixo.

Boa sorte, Marinho ! E vê se não faz merda como andam fazendo algumas “estrelinhas” de segunda categoria.

Os chineses

Os chineses, nos últimos cinco anos, estão fazendo como fizeram os estadunidenses na década de 70 ou os japoneses no final da década de 80. SABEM NADA de futebol e despejam dinheiro para ver se saem do amadorismo. Os árabes que almejam melhorar o futebol regional, compram times de futebol e levam jogadores para seus clubes. Ao mesmo tempo, os chineses, assim como norte-americanos e japoneses, não se meteram a comprar times de futebol. É provável que chineses atinjam este patamar pois dinheiro eles têm mais do que os donos do petróleo.

No Brasil, com o surgimento da categoria SAF, os investidores virão de todo o mundo, e o futebol será produto de exportação.

Que o Marinho consiga, enfim, reverter o quadro que os chineses estão vendo. Já devolveram jogadores e técnicos. Alguns até antes de um final do contrato. Preferem pagar multas altíssimas do que “micar” com jogadores e técnicos que não estão nem aí para o futebol. Na Europa começam a aparecer jogadores recusando propostas milionárias da China. Jogadores brasileiros com efetivo sucesso na China são poucos, alguns dos recém-contratados pelos chineses estão voltando para o futebol brasileiro e festejados como solução.

Futuro do torcedor brasileiro

Num futuro imediato, eu teria cuidado em festejar toda e qualquer contratação que volte para o Brasil e tenha mais de 30 anos. Mas como o futebol brasileiro está desequilibrado e nivelado aquém de seu potencial, posso errar. A esperteza de empresários e “lavanderias” pode nos surpreender e é melhor prestar muita atenção no que estão fazendo com o dinheiro do torcedor brasileiro. O dinheiro que move o futebol brasileiro é, afinal, do torcedor, que patrocina a farra.

Em suma, os dirigentes, a mídia e a maioria dos torcedores não entendem nada do futebol brasileiro. Estão incluídos nos 200 milhões de técnicos “manés”, que se iludem achando que sabem sobre quem deve ser técnico da Seleção.

 

(*) Este texto, publicado originalmente em 2017, colocou como símbolo o jogador Marinho. Antes que a Seleção Brasileira fosse preparada para a Copa do Mundo de 2018. Duas copas do mundo depois, certamente o torcedor brasileiro percebeu que não aprendeu nada ainda.

Revisado e atualizado em dezembro de 2022

 

Imagem: Reprodução Folha / UOL

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