Fla-Flu
Eu e muitas outras pessoas convencionamos chamar de Fla-Flu a disputa política insana orquestrada no país. Como se não bastasse a insanidade dos opositores da presidente Dilma, as coisas ultrapassaram todos os limites da racionalidade e civilidade.
Durante seu primeiro mandato e às vésperas das eleições de 2014 a presidente foi alvo de preconceito e misoginia. Os derrotados e alijados do governo Dilma, inclusive alguns que se diziam aliados mas apenas trocavam favores, iniciaram as hostilidades.
Desse modo, inconformados com a possibilidade da reeleição à época, trataram de levar o clima hostil, beligerante e traiçoeiro para as ruas. O clima de rivalidade das torcidas organizadas ( e aí Flamengo e Fluminense, e suas torcidas, são simbolismo puro) foi a campo. A referência ao futebol, por exemplo, pode ser injusta, mas reflete a beligerância social e política existente no pós-2014.
Política, Futebol e Religião
Em primeiro lugar, a frase “… política, futebol e religião não se discute…” é um crime da lavra de algum déspota tupiniquim. Devemos, com toda a certeza, debater todos os assuntos. Entretanto, os problemas surgem quando misturamos as editorias.
Assim sendo, é necessário explicar porquê não se deve misturar política, futebol e religião. O brasileiro, com efeito, não consegue separar o político, do pastor ou do futebolista. Desta forma, se ele tem como ídolo um jogador de futebol, ele pode votar neste jogador sem se preocupar com as propostas dele.
Esta confusão mental(1) contaminou os brasileiros que votam em pessoas pelos seus discursos ou referências fora da política, e está muito ruim. Atualmente, o Fla-Flu está em todos os setores da nossa sociedade e ninguém pensa em fazer uma reflexão sobre estas escolhas. Enfim, “,,, em casa que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão…”
Marisa Letícia
A companheira do ex-presidente Lula teve sua morte cerebral declarada em razão de complicações causadas por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico. Os procedimentos necessários para doação dos órgãos tiveram autorização da família, num ato humanitário. O ex-presidente usou uma rede social para agradecer às “… manifestações de carinho e solidariedade …“.
Desde a divulgação da internação de Marisa Letícia, algumas manifestações de satisfação começaram a aparecer nessas mesmas redes sociais. Não sei se estou bem seletivo com as pessoas que sigo ou se as pessoas que sigo são mais respeitadoras e conseguindo separar as coisas.
Enfim vi, em maior quantidade, pessoas de meu relacionamento virtual reclamando e postando tais manifestações cruéis e eivadas de rancor. De uma pessoa que a maioria nem conhece. É o Fla-Flu e vale-tudo infinito e sem limites nas redes sociais.
Redes Sociais
Tem uma palavra que procuro não escrever e busco, sempre, um sinônimo, não falo e não gosto: Ódio (do latim odiu). É provável que, esta palavra exprime um sentimento que acumula outros tantos (todos ruins !) como execração, raiva, rancor, ira e intolerância. Típico de quem quer destruir ou depreciar outra pessoa, muito frequente quando se trata de questões e diferenças religiosas. Agora incorporado aos temas política tupiniquim.
Enfim, este é nosso grande problema: as redes sociais elevaram ao máximo a demonstração de ódio e rancor. Aqui no Brasil é o Fla-Flu da diferença. Imaginar que alguém ache engraçado comemorar a morte de outra pessoa, ou que façam promoção de brincadeiras de mau gosto virou doença. E não me venham dizer que é humor negro, pois ao ver o perfil ( verifico perfis para tentar entender estes comportamentos), pois não é. É um desvio grave de comportamento além da sociopatia normal que grassa nas redes sociais, é psicopatia crônica numa quantidade cada vez maior de pessoas.
Em suma, resumidamente, nossa sociedade apodreceu !
(1) “Anarcocapitalismo – A confusão mental”
Imagem: Blog Chebolas
Nota do Autor
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