Conto do Vigário - 171 - Estelionato

A tecnologia e o conto do vigário

Conto do Vigário

Existem três versões para o surgimento da expressão “conto do vigário”, ou outras denominações, como o “171“.

Uma diz sobre disputa entre duas paróquias em que um dos vigários “puxou a perna” do outro. A segunda diz que trapaceiros, dizendo-se herdeiros de um vigário, enganam incautos com suas estórias. Uma terceira refere-se a um personagem de Fernando Pessoa que,  aproveitando-se da ganância dos outros, levava vantagens indevidas.

Certo é que o conto do vigário ganhou ares tecnológicos e continua se aproveitando da ideia de que todo dia sai um jacu de casa. A princípio, imaginei que seria coisa do Brasil e alguns brasileiros. Entretanto, em todos os países do mundo, existem os vigaristas que se aproveitam de trouxas.

É epidemia e, como se não bastasse, muda de nome e ganha as redes sociais, cada vez mais e com mais tecnologia.

Definitivamente, certamente o conto do vigário evoluiu e os usuários de apps ainda não se deram conta.

Caso Trump

Trump em discurso político, defendeu suas restrições a estrangeiros fazendo referência (inventou criminosamente) a um suposto incidente na Suécia. O governo da Suécia pede explicações, Trump e sua trupe preferiram, surpreendentemente, jogar a responsabilidade na mídia pelas “distorções”. Pegadinha, armadilha ou cilada ?

Caso FGTS

Sites sobre o calendário de resgate de contas inativas do FGTS pulam na frente de todos que pesquisam no Google. A plataforma não tem o mínimo controle sobre a veracidade e confiabilidade destes sites e de seus anúncios. Alguns deles pedem informações dos contribuintes do FGTS e é provável que estes contribuintes sofram prejuízos. Certamente é uma pegadinha ou armadilha e adivinhem quem vai pagar a conta? Com toda a certeza, o Google só publica os anúncios que tiveram pagamento efetivo, mas se exime de qualquer responsabilidade.

Caso Facebook

Logo após ser alvo de críticas gerais, por deixar divulgar mentiras, durante a campanha estadunidense, o Facebook vai se posicionar. Contudo, somente fará depois de muitas notícias falsas, a maioria favorável ao atual presidente, quando o estrago estava feito. A plataforma Facebook, surpreendentemente, anunciou que estará tomando medidas protetoras e de verificação para fake news. Em suma, não consegue tomar estas medidas sem a ajuda de seus usuários sérios e ainda tripudia. Decerto, está em apuros pois alguns países, como a Alemanha e França, estão de olho nos processos ocultos.

Caso ISTOÉ

Órgãos da mídia tupiniquim perderam o controle das manchetes falsas e até uma capa de revista caiu no conto (Revista ISTOÉ ). A Folha de São Paulo / UOL promove uma campanha de esclarecimento sobre o funcionamento das manchetes. Desse modo, de forma superficial, demonstra como funciona a fábrica de títulos sensacionalistas. Além disso, expõe um pouco de como matérias absurdas, possibilita o compartilhamento de uma mentira sem verificação.

Vai vendo …

Sem dúvida alguma, mais e mais pessoas, compartilham mentiras, acreditam nelas e brigam por elas defendendo-as. Desde que algum texto seja igual a opinião de quem compartilha, a luta é inglória.

Enfim, é dos malefícios destas redes sociais repletas de estultos e gente sem qualificação e ética.

Na ânsia de quererem mostrar que sabem mais, que tem mais informação, e de buscar alguma credibilidade, sociopatas expõe a tudo e a todos. Desta forma, constitui-se um campo fértil para psicopatas e criminosos de verdade que avançam nos seus golpes e em um conto do vigário.

A justiça, coitada, ainda nem entendeu direito o que significa crimes tradicionais praticados com armas virtuais.

O crime continua o mesmo, a arma tem mudado e nem a presença física é mais argumento para defender criminosos.

Coitados dos tolos que acham que para cometer um crime tem que ocorrer alguma ação presencial ou física.

Em suma, pobres moços, que acreditam que o conto do vigário não existe mais por conta da tecnologia, a tecnologia é parça.

 

Imagem: Reprodução Internet

Nota do Autor

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