Assim falava Zaratustra

Assim falava Zaratustra

Zaratustra

Então, Zaratustra disse: Um livro para todos e nenhum” (do alemão “Also sprach Zarathustra: Ein Buch für Alle und Keinen“) é o título da obra escrita por Nietzsche.

O filósofo alemão, a princípio, escreveu num período em que estava bastante debilitado pelas doenças que adquiriu na guerra franco-prussiana. Teve, outrossim, a proteção de sua irmã. Eka, seletivamente, e em conluio com o marido, fez publicar textos que serviram à apologia do Nazismo.

Como se não bastasse, neste livro, ele (ou a irmã e seu marido) mostra como as pessoas são susceptíveis a coisas absurdas. Não seria surpresa para mim se Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, lesse os pensadores e filósofos da época. Certamente, inteligente parecia ser, seria melhor se bebesse na fonte de sabedoria de Nietzsche e Zaratustra.

Strauss, o compositor, amigo de Nietzsche durante bom tempo, escreveu uma obra prima clássica de nome “Also sprach Zarathustra“. Eu era uma criança, entrando na adolescência, e fiquei fascinado com uma música chamada “Assim falou Zoroastro” de Eumir Deodato. Eu nem sabia quem era Nietzsche, Strauss e outros. Sabia apenas que um colega chamava Zoroastro e que havia uma música com o nome dele e eu gostei da música.

A vontade do Poder

Nietzsche em suas obras, em especial na voz de Zaratustra (relato de um homem de trinta anos sobre o que vê), é certeiro. Ele demonstrava especial preocupação com o que estavam se tornando os humanos.

Assim sendo, a luta e vontade de poder era clara e estava explícita  nos seus textos. Nietzsche, por outro lado, era crítico ardoroso e fundamentado de que a moralidade cristã era o maior dos males. Neste sentido, compartilho da opinião dele transpondo para os tempos atuais e avaliando todas as crises e confusões mundiais. As guerras que orbitam em torno de poder econômico (petróleo) e poder das pessoas sobre as pessoas (religião) são cruéis.

Nietzsche dizia que ela (vontade de poder) é maior do que a de sexo ou das necessidades básicas de sobrevivência. Se bem que, é  exatamente isto que vemos nas redes sociais hoje.

Se alguém, como Zaratustra, ficar um período sabático de dez anos longe das tecnologias de hoje, voltará morto. Desde que os eventos da economia em 2008 estouraram, quem ficou longe das redes sociais por opção, perdeu a noção de mundo.

Por isso, Zaratustra voltou, dez anos depois, e declarou: “Deus está morto“. Demoraram quase 150 anos para entender o que Zaratustra disse. E muita gente que ler este parágrafo ainda não vai entender.

Eu vos digo, o deus digital, da IURG (Igreja Universal do Reino de Gates) está morto, mas serve para fiéis seguidores justificarem a sua alienação. Ainda creem que a moralidade cristã salvará o mundo, e continuarão dando poder a quem não merece.

Transição

Outrossim, de forma diferente de Nietzsche e seu personagem Zaratustra, que acreditava que o ateísmo substituiria o moralismo cristão. Ele, sem dúvida, errou miseravelmente. Portanto, entendo que somente a educação isenta permitirá que as pessoas pensem e reflitam.

Em síntese, somos uma metamorfose ambulante e, portanto, sem educação, involuímos e nos atrofiamos. Sair do estado catatônico de vontade de poder e dominação dos outros e fazer a transição do autoconhecimento. Desse modo, não é tarefa fácil, especialmente no Brasil que possui quantidade mais do que suficiente de cidadãos perversos. Em outras palavras, sujeitos que imaginam dominar os outros como forma de poder sobre pequenos feudos.

E, com toda a certeza, criticam a tudo e a todos que desejam educação para todos, com seus dedinhos sujos e hipócritas.

Super-Homem

Nietzsche imaginava o super-homem, aquele que conhecia a si próprio mais do que aos outros e poderia atingir níveis de consciência coletiva muito maiores.

Entretanto, a moralidade cristã, o ateísmo e outros meios controlados pela mídia atual (redes sociais na pauta !) não querem que a metamorfose ocorra. Querem o poder de controlar a tudo e a todos como animais.

Certamente, o mundo seria confuso, cheio de super-homens e, neste sentido, até admito a hipótese de que puxadores de carroça são um mal necessário. As redes sociais estão adestrando as pessoas a aceitarem desígnios divinos, precisamos de mais “Zaratustras” e menos imbecis.

E estão impondo aos humanos que sejam condescendentes e cúmplices com gente que luta pelo poder e não liga para a vida humana.

Admirável Mundo Novo

Em “Admirável Mundo Novo” – todas as cenas reais de atualmente são conto da carochinha. O filme de 1988 a partir do livro (1931) de Aldous Huxley, com ambiência no ano 2540 (632 DF- “Depois de Ford”) é real. Inquestionavelmente, produções e séries, como Black Mirror, mostram o verdadeiro admirável mundo novo 5 séculos antes.

Zaratustra Já

Zaratustra, como todo e qualquer filósofo, deveria ser alvo de transposição e adaptação para os dias de hoje, com redes sociais e tudo.

Agora mesmo, como uma metamorfose ambulante, fiz uma transição de estado, uma vez que demorei mais de 44 anos para escrever este texto. Hoje admiro Nietzsche, Strauss, Deodato e nem sei por onde anda o Zoroastro. (se algum leitor souber, me avisa).

Entendam de uma vez por todas que, de fato, um livro; um texto; um post é “Para todos e para nenhum !

 

Imagem: Reprodução Internet

Nota do Autor

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