Disclaimer
Em primeiro lugar, o anglicismo título desta introdução significa, grosso modo, um aviso legal. Da mesma forma, faz-se necessário avisar estultos que, se costumam enterrar carapuças, não leiam este texto. Assim sendo, o conteúdo pode ser considerado raivoso e até mal educado. Escrevo sobre o adestramento digital que acomete desde crianças não-alfabetizadas que operam eletrônicos até velhos. Estes velhos, mentalmente e cronologicamente, na ânsia de se apresentarem como incluídos digitalmente, adestram seus filhos de maneira imbecil.
Em outras palavras, este é mais um dos meus textos que escrevi durante o meu ´ recesso sabático ` e que traz um pouco da minha ira sobre muitas coisas. Pessoas conhecidas e amigas me escrevem, reservadamente, fazendo comentários sobre a forma com que trato alguns assuntos. Tenho escrito sobre o hedonismo e a superficialidade destas gerações denominadas X, Y, Z, Millennials, Centennials e afins, em vão. Na condição de Perennial ( ver ” Perennial Gen – A Verdadeira Geração Raiz ” não me abalo.
Fica o aviso, não quer enterrar nenhuma carapuça, quer fingir que você não faz o que vou descrever, não continue lendo.
Inclusão Digital
Anteriormente, escrevi sobre o hedonismo oco e o adestramento digital a que pais e mães estão submetendo os filhos. Assim como a TV ” educou ” algumas gerações que hoje ” educam ” as crianças e, atualmente, os celulares e aplicativos estão no comando. E as doidivanas atacando a educação formal nas escolas e propondo educação dentro de casa.
Escrevi sobre este comportamento ao abordar a questão do crescimento dos ” Analfabetos Antissociais Midiáticos “. Após aquele texto, tivemos duas eleições e o que nos deparamos é com o crescimento exponencial destes analfabetos. Esta horda de iletrados, certamente, foi submetida a um adestramento digital eficiente, uma lobotomia que agora até decide eleições.
E fica muito pior quando vemos pessoas de idade avançada, para se mostrarem moderninhos, ou para agradarem seus netinhos, reproduzem tudo que eles querem. O exemplo do adestramento digital começa em nossas casas, mas preferimos apontar o dedinho na direção dos outros. Não importa se eu ou algum conhecido meu fez diferente, se o resultado não foi aquele que desejamos ou deveria ser, não resolveu e ainda contribuiu para mascarar o problema.
Leitura e Escrita
Enquanto exercendo a função de educador, não confundir com aqueles professores que só passam conteúdo prescrito, sempre disse que estudante que não sabe ler, nunca vai aprender a escrever. Neste sentido, sou defensor de que a compreensão do mundo, e não a escrita correta, deve nortear a educação básica. Entretanto, não devemos deixar de corrigir com severidade os erros de escrita, agravado pelo uso e preguiça mental que o adestramento digital das redes sociais tem provocado.
Quando comentei em turmas de ensino superior que: quem não sabe ler nunca vai conseguir fazer um relatório técnico ou profissional, fui apedrejado. Alunos de uma determinada escola que lecionei criaram até um grupo ( Orkut ) do tipo “o pior professor da escola“. Claro que o adestramento digital era menor, mas eles queriam ser adestrados nas tecnologias disponíveis e não queriam pensar sobre como a tecnologia afetaria a vida deles.
Em suma, não sabe ler, não consegue escrever além dos 140 caracteres comprimidos em palavras incompreensíveis de microblogs. E, como se não bastasse, ainda criticam quem escreve muito ou quem corrige erros absurdos. Fazem beicinho e ficam rosnando pelos ” inbox “.
Por exemplo, existem casos de imbecis que foram adestrados na idade provecta e que dizem: “… se não escrever como eu gosto de ler, não leio …”. Talvez, estes idiotas pensem que estão educando alguém à sua imagem e semelhança, nem como adestramento digital serve.
Futuro com ou sem Adestramento Digital
Quando vejo, na atual conjuntura, ministros propondo acabar com a Filosofia nas escolas, incentivar a educação ” em casa “, com a pressa desmedida de dedinhos ágeis e neurônios paralisados, não tenho nenhuma esperança no futuro.
O meteoro não veio, e nem virá da forma hollywoodiana como todos estavam querendo. O meteoro nós criamos, pelo menos aqui no Brasil, nos últimos anos e décadas. Reduzimos, ou fomos induzidos a reduzir, a educação a um simples ato de ir à escola. Desvalorizamos os professores, nos calamos diante das injustiças e covardias contra estes professores e aceitamos coisas inimagináveis.
O retrocesso que estamos experimentando nos últimos meses me leva a uma conta básica, vamos de marcha à ré na proporção de um ano a cada dia.
A Idade Média é logo ali, onde tínhamos a escravidão e servidão feudal, teremos o adestramento digital. É inútil me xingar, como aquele doutor desembargador que me xingou reservadamente, Disse que não leria mais nada do que escrevo e atualmente, ele pratica o preconceito social e racial em seu tribunal, obsequiosamente todos se calam.
Educadores X Adestramento Digital
Outrossim, que me desculpem os amigos professores e educadores, por vezes é necessário um choque de realidade e um espelho. Quem cede a este tipo de adestramento digital privilegia o atrofiamento de mentes e corações.
Responda para si mesmo a última vez que viu seu filho, sobrinho, afilhado lendo um livro e pense no que fez para mudar este quadro. Não é necessário responder, este questionamento é mera retórica.
Inegavelmente, este adestramento digital é campo fértil para as fake news e adubo que alimenta demagogos e analfabetos digitais. Os caras não conseguem ler uma redação do tipo ” Minhas Férias ” quando voltam ao banco de escola e ditam cátedra.
Me poupem, e aceitem que dói menos !
Charge: Duke
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
- Observações, sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são bem vindos.
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- Alguns textos são revisados, outros apresentam erros (inclusive ortográficos) e que vão sendo corrigidos à medida que tornam-se erros graves (inclusive históricos).
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Agradeço a compreensão de todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.