Direto ao Assunto
Falar sobre a China, num texto de blog ou até mesmo num artigo, é impossível. Uma cultura milenar como a chinesa, deveria ser retratada somente por uma enciclopédia e, talvez, nem assim, teríamos capacidade de compreensão de tudo. Uma pálida ideia do que significa a grandeza desta cultura foi apresentada no episódio “Ascensão da China” da série “Direto ao Assunto” (Netflix).
Quando começou o que hoje conhecemos por ascensão da China ?
Algumas décadas atrás, um professor de economia, eu algumas dicas sobre a China que eu não aproveitei. Ele disse, quando eles não estavam nem entre as dez maiores economias do planeta, que seriam os maiores do mundo. Por exemplo, quando ele falava de macro e microeconomia era claro que aqueles milhões de habitantes, conduzidos pela Revolução Cultural de Mao, não estavam brincando.
A China começou muito antes da civilização ocidental dominar tecnologia e invenções que hoje nem damos importância.
Ascensão da China
O episódio da série citada é um resumo da China pós-revolução, portanto, ignora milênios de uma cultura que cresceu e se adaptou ao mundo. Desde o advento das relações com o ocidente, a história construída com a chamada “Rota da Seda“, as aventuras de Marco Polo, Genghis Khan, Confucio e outras tantas, é uma enorme fonte de conhecimento para a humanidade. O episódio desconsidera uma essência cultural valiosa, entretanto, atualiza as pessoas para a realidade e o que é possível um povo inteiro conquistar.
Surpreendentemente, no meu caso, não fiquei assustado com a capacidade de recuperação daquele país após a crise global de 2008. Eles praticaram o que resolvi chamar de nanoeconomia(1) e que, IMNSHO, é a única saída para os países ocidentais nesta crise pós-pandemia. Com toda a certeza, muito antes do que o mundo dos economistas imaginam, a China será a maior economia do planeta – se não já estiver em primeiro lugar.
de Mao a Xi Jinping
O episódio aborda a questão política como um fator preponderante para a ascensão da China, com efeito, após a Segunda Grande Guerra, a virada da China mostrou-se efetiva. Em outras palavras, um país com o predomínio das dinastias e caldo cultural de povos diferentes, não podia ter um destino diferente senão a evolução.
O país asiático é emblemático e tem muitos problemas, a começar pelo regime político, qualificado como ditatorial e até tirânico. Desse modo, a revolução cultural de Mao Tse-Tung criou um sistema político conhecido como Maoísmo, o que para muitos é ruim. Por outro lado, este sistema foi que possibilitou a China romper a imagem de país que era, essencialmente agrícola.
A frase “os fins justificam os meios”, atribuída a Maquiavel, deve ter sido melhor aplicada aos propósitos dos chineses em meados do Século XX.
Os sucessores de Mao continuam fieis aos princípios da revolução chinesa ou estão se desviando dos fins almejados?
O episódio tem um roteiro interessante que privilegia as ações de um dos sucessores de Mao e as relações com os estadunidenses. Entendo que é um viés hollywoodiano e que serviu para a produção contestar o posicionamento da relação China-EUA à época. O curioso é que os chineses estão avançando sobre a economia dos EUA, quer eles queiram ou não, quer eles arrumem aliados ou não. Xi Jinping, atual chefe de Estado chinês, parece afável mas pode estar enganando muita gente, inclusive quem escreve ou narra sobre o que a China foi, é e será.
BRICS
Como de hábito, nos textos que escrevo baseado em documentários, filmes e séries, tento relacionar o conteúdo da produção com o Brasil. No caso em questão, este relacionamento é fácil pois, de forma bastante apropriada, o Brasil inseriu-se no BRICS (acrônimo de Brasil, Rússia, Índia, China e South África).
Assim sendo, após ver o episódio supracitado, cheguei à conclusão que se o Governo Brasileiro agiu, anteriormente, muito bem ao se associar ao BRICS, agora pisou na bola. O atual governo federal arrumou uma briga bem estúpida ao ignorar o poderio econômico da China e a ter atitudes deploráveis no relacionamento comercial.
A retaliação da China é até branda, mas a mudança de destinação de investimentos da China para outros países fora do BRICS, é perversa para com os brasileiros. O preço a ser pago, notadamente após os efeitos da pandemia, pode ser muito alto e o tempo para recuperarmos todo o estrago pode ser longo demais.
A China está em ascensão consistente numa vertical jamais protagonizada por nenhuma outra nação na história da humanidade, o “pro alto e avante” é mais do que real.
Enfim, tenho lido muito, visto vídeos e outros materiais sobre a China, em diversos setores e áreas do conhecimento que não dizem respeito à economia. Certamente, afirmo que a China é a maior nação do planeta por tudo que contribuíram para a humanidade e ainda farão. Entendo aqueles que projetam neste ou naquele aspecto para falar sobre a China, mas com toda a certeza, é insuficiente.
É um erro inominável discriminar a China pela cor de sua bandeira ou seu regime político de pouco menos de um século, a história não deve ser contada desse modo.
(1) Nanoeconomia feudal no Século XXI
Imagem: Reprodução Dreamstime
Nota do Autor
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