Pesquisas Eleitorais e trovoadas

Pesquisas Eleitorais e o tempo – Haja CPI

APPs e Redes Sociais

A princípio, a moda é trazer debates para as redes sociais. #SQN. Infelizmente, todos os assuntos que entram na pauta das redes sociais viram um Fla-Flu quando se tenta debater. O assunto pesquisas eleitorais não podia ser diferente.

Estes tempos sombrios, não permitem o debate qualificado nem nos botecos – onde anteriormente a liberdade de expressão era máxima. Mais do que, eventualmente, é comum que alguns assuntos sofram com o cerceamento dos grupos de interesse escusos. Nesse ínterim, se o “debate” é somente de opinião única, pode avançar na exposição de ideias. Por outro lado, sem o debate verdadeiro, fica tudo dito estagnado.

Pouco depois do encerramento da votação do 1° turno das eleições de 2022, o tema “pesquisas eleitorais” ganhou o mundo e as redes sociais. A maioria das pessoas passaram a ser especialistas. Como se não bastasse, os apresentadores e comentaristas abusavam das explicações sobre o que não conheciam.

Despejar números e percentuais no povo é especialidade destes jornalistas mal formados e bem pagos. Não sabem nem entrevistar os donos dos institutos de pesquisa. Não possuem a mínima formação em estatística até para dialogarem entre si. E, surpreendentemente, ficam se apoiando nas suas crenças e não sabem nem por quê abstenções não entrarem nas pesquisas.

Enfim, como escrevi poucos dias antes das eleições¹, o eleitor nulo (principalmente o das abstenções), decide o país, e acha que está sendo isento.

Pesquisas Eleitorais

Acima de tudo, e de todos, me julgo no direito de participar das redes sociais e ambientes virtuais afins. Com toda a certeza, todos os processos em que eu me ausentar, estarei abrindo espaço para os que se acham donos da verdade. Esta posição que adoto incomoda muita gente, no mundo real e principalmente no mundo virtual. Entretanto, adoro quando os interlocutores, que pensam diferente, partem para o ataque pessoal. Este tipo de comportamento é o que classifico como paralogismo.

É compreensível que a insegurança das pessoas, ao tratar de temas atuais, seja uma ameaça à imagem da maioria. Certamente, em alguns assuntos que tento debater, sinto-me qualificado. Em outros, nem tanto, mas pelo nível de conhecimento declarado pelos “opositores”, fica fácil. Basta recorrer a uma pequena pesquisa do Google, onde quem sabe o que quer pesquisar nem precisa de verificador de fake news.

Em uma destas plataformas, que permitem perguntas de usuários em cada tema, e alguns respondem, o tema esteve na pauta.

Em outras palavras, ou melhor explicitando, uma pessoa perguntou por quê os políticos não querem uma CPI das “pesquisas eleitorais”.

A princípio, achei que era brincadeira – muitos fazem perguntas absurdas e até pueris.

É provável que eu não tenha entendido a pergunta, mas o gajo estava falando sério.

Enfim, pensando bem no debate que se travou fico em dúvida sobre as intenções e a práxis.

CPI das pesquisas

No debate que iniciou-se² o interlocutor defendia que deveria haver uma CPI para a mídia e para as pesquisas eleitorais. Por outro lado, eu defendi que existem centenas de coisas mais importantes do que CPI para pesquisas ou para a opinião de jornalistas. É claro que a minha posição teve interpretação diversa, pois o “adversário” já possuía opinião pronta.

Com o propósito de tentar avançar no debate, até argumentei sobre a importância de outras CPIs, já existentes. Citei, por exemplo, a CPI da COVID-19, um show de horrores, incompetência e até fraudes e corrupção. Parece que isso não sensibilizou o debatedor, mesmo que os quase 700 mil mortos seja algo real.

O oponente no debate terminou dizendo que “… A pressão vai continuar…“,

Se, anteriormente, o presidente da Câmara, senhor do “orçamento secreto”, só criticava as pesquisas³ agora ele quer “regulamentar“.

Sobre vacinas, Covid-19 e outros temas, as CPIs andam dentro das gavetas, talvez fosse melhor pensar em mais algumas.

O clima e o tempo

Analogamente à ideia de uma CPI das pesquisas, seria interessante algum parlamentar (destes eleitos e sem noção), pedir uma CPI do tempo. O alvo seria a mídia e estes apresentadores que falam do clima e do tempo. Não é do clima e do tempo, sujeito a trovoadas das eleições 2022 a que me refiro.

Falo do clima, do tempo, do meio ambiente e das consequências das chuvas, seca e desastres naturais (crimes como o de Mariana não são naturais).

Talvez esta CPI consiga responsabilizar a mídia e os profissionais que tentam fazer previsões, pelos erros que eles venham a cometer. É provável que muitos usuários das redes sociais concordem e defendam esta CPI, afinal é quase um crime o que fazem. Quando alguém faz previsão que vai chover entre 10mm e 30mm, e o agricultor precisa de 50mm, alguém deveria ser responsável pelo “erro”.

Enfim, é impossível debater qualquer assunto, pelo cerceamento à opinião e uma verdadeira ignorância das pessoas neste Fla-Flu interminável.

 

¹Eleições 2022: A abstenção e o eleitor inútil

²Quora – Plataforma – CPI das pesquisas eleitorais

³Lira critica pesquisas, mas descartas CPI para investigar institutos

 

Imagem: Reprodução Rede Regional (PA)

Nota do Autor

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