#treta da Gkay
Gessica Kayane Rocha de Vasconcelos é uma digital influencer. Com toda a certeza, se este nome for dito sem cartão de apresentação, nenhum ser inteligente vai saber quem é. Por outro lado, se escrevermos Gkay, sua outra identificação, o número de pessoas que reconhecerão aumentará muito.
A princípio, eu tento escrever menos sobre as pessoas e os personagens que elas representam nas redes sociais. Do mesmo modo, procuro avaliar e julgar ( SIM, julgar ! ) as performances profissionais de forma separada. Portanto, em tudo que escrevo ou me manifesto, tenho como premissa separar as “editorias”.
Assim sendo, se uma pessoa é profissional do humor, não me interessa a vida pessoal dela. Não me importo com o time que ela torce, com sua opinião política, suas escolhas sobre sexo ou suas crenças. Entretanto, quando algumas escolhas começam a fazer parte das atividades profissionais e tornam-se indissociáveis, temos que parar e pensar. E, enfim, é essencial que exista respeito pelas escolhas de todas as outras pessoas.
Parasitas
O mundo tem passado por transformações rápidas e assustadoras. Nesse ínterim, das transformações e avanços das redes sociais, surgem personagens pitorescas ditas “influencers“. Por exemplo, uma influencer, não se sabe de quê, que atende pelo nome de Camila Loures(1). A Youtuber ( sim, agora virou profissão ) virou subcelebridade e angaria muito dinheiro de milhões de seguidores e patrocinadores.
Como se não bastasse a profusão de parasitas da sociedade, aumentam o número destas espécies, consolidando a inutilidade de algumas pessoas.
Pode parecer um pouco rude o tratamento que descrevo, mas, de fato, algumas “profissões” não geram nada para a sociedade. Influenciadores, Youtubers e assemelhados são como colunistas sociais de décadas passadas. Utilizam seus canais de mídia para falar bem daqueles que os sustentam, e glamourização ante a patuleia adormecida.
Camila Loures, Gkay e outras poucas centenas de parasitas utilizam as redes sociais no que têm de pior.
GKay
Como uma pessoa que sempre viveu das novas tecnologias, com toda a certeza, acompanho estes fenômenos das redes sociais. Contudo, isso não significa que eu siga todos eles ou que todos estes personagens são perniciosos ou daninhos à sanidade mental das pessoas.
Stand-Up
Em determinados momentos é interessante ver novas formas de humorismo, como na febre da comédia stand-up(2). Inegavelmente, existem bons profissionais deste tipo de comédia e fazem um ótimo trabalho. Entretanto, uma grande maioria é muito ruim e outros nem podem obter a classificação de comediante.
Surpreendentemente, nossa sociedade adora pessoas que são iguais a eles, como se estivessem se vendo num espelho. Assim, quando fazem alguma piada a partir da vida real, e quem ouve entende pois viveu, cria-se a empatia. A quantidade de comediantes stand-up, contudo, não provocou a qualidade e pior, fez muita gente acreditar que todos são artistas.
Gessica Kayane
A apresentação desta subcelebridade, em quase toda a mídia, é:
Gkay é atriz, Youtuber e influenciadora digital, com mais de 16 milhões de seguidores no Instagram e mais de 1 milhão de inscritos em seu canal do YouTube. O conteúdo da paraibana é voltado para a comédia.
Fonte: G1
A partir desta definição, é assustador que uma pessoa destas, com pouco conteúdo, tenha 16 milhões de seguidores no Instagram.
Como se não bastasse, algumas de suas polêmicas recentes deveriam preocupar mais as pessoas de bom senso, e não alimentar estes monstros. Do mesmo modo que em outras criações artísticas, alguém deve ter orientado a Gessica a adotar um nome artístico diferente do original(*). Fico imaginando, daqui uns quinze anos, meninas de nome Gkay nas escolas, podem até sofrer bullying.
Senão vejamos, alguns poucos fatos recentes da garota-sensação:
- Festa de aniversário ( Farofa da Gkay ) a um custo de R$2,9 milhões.
- Treta nas redes sociais de portais da mídia com o humorista Fábio Porchat.
- Depoimento do coreógrafo Rodrigo Thomaz.
- Polêmicas fazem Gkay desativar sua conta no Twitter.
Redes Sociais
Devemos nos preocupar com misturar as coisas, as pessoas e as ideias. Em outras palavras, temos que ter, em tempos de “cancelamentos” gratuitos, cuidado para não sermos mal interpretados.
Logo após a manifestação do humorista Fábio Porchat, a humorista Gessica resolve falar sério e pagar para o comentário. A repercussão, com efeito, gerou muito mais polêmica. O humorista disse que não pediria desculpas e a briga deve continuar até hoje. Logo após a manifestação dos dois, o coreógrafo Thomaz fala com sinceridade sobre o que pensa da influenciadora/humorista.
Certamente, a declaração dele acertou o alvo em cheio. Ao definir a humorista como “… o pior ser humano que já conheci …” eu decidi de qual lado da trincheira deveria estar. Mas, como diriam nestas redes sociais, quem sou eu na fila do pão quente? Eu respondo que não sou ninguém, entretanto, faço questão de declarar que estou “do outro lado da rua”.
Continuo do lado de gente como Rodrigo Thomaz e Fábio Porchat, sem o dinheiro deles e sem influenciar ninguém, mas longe da hipocrisia.
Hipocrisia
Enfim, poderíamos juntar a palavra hipocrisia a tantas outras que são peculiares e íntimas de gente que é verdadeiro lixo humano. É legítimo até certo ponto, o que estas pessoas fazem com a fortuna que amealham de incautos e patrocinadores. É legítimo que patrocinadores queiram dar muito dinheiro para influenciadoras como Gkay e Camila Loures. Eles conseguiram o sucesso, mesmo que de forma hipócrita, cínica e desonesta.
Certamente, nenhum destes novos milionários aguentam cinco minutos de uma auditoria fiscal e tributária séria. Dar uma festa com apoio e divulgação de outras subcelebridades, a um custo de milhões, num país de famélicos, deveria ser vergonhoso. O que vimos, ao contrário, foi uma horda de candidatos ao sucesso e outros nem tanto, brigando para a próxima “farofa”.
A hipocrisia deste povo anda junta, e muitos que atingem um patamar um pouco acima da miséria, até apoia. Analogamente à situação de jogadores brasileiros comendo “bife de ouro” no Catar, muitos foram às redes sociais para defendê-los. A ideia de que eles podem fazer o que quiserem, “… pois o dinheiro é deles” é um erro.
Contudo, gostaria de ressaltar que não é bem assim. Se, eventualmente, eles ganharem rios de dinheiro com contratos (inclusive com o governo), devem pagar impostos. Se sonegam ou vivem de favores de políticos e “padrinhos” na fiscalização, estão usando dinheiro público.
Cancelamento
Não defendo alguns termos modernos como se existissem a partir das redes sociais. Comediante stand-up existe há décadas. Faço “cancelamento” também, se não gosto de determinado artista ou canal de mídia, troco minha preferência. Entretanto, não é porque estes personagens têm muito dinheiro que devemos aceitar tudo de bom grado. Precisamos aprender (e às vezes me incluo) a não invalidar ou anular as coisas boas por conta de coisas erradas. Do mesmo modo, não devemos ignorar as coisas erradas pelas boas ações ou acertos. E, desse modo, não interessa se é na vida real, nas redes sociais, em casa ou na rua, a Intolerância não pode vencer. Por outro lado, os limites, de parte a parte, deveriam ser respeitosos, e não tem sido assim.
Em suma, falar de cancelamento ou até mesmo se transformar em um “hater“ não tem nada de novo, faz parte da nossa passionalidade. Ao ver a personagem entre os destaques com menos de 30 anos da revista Forbes, depõe contra a revista, #IMNSHO. E as ações da “artista” em internar-se num hospital e cancelar a sua conta em rede social são apenas atos de covardia.
Somos humanos, mesmo aqueles com pouco ou nenhum senso humanitário e coletivo.
(1) “Camila Loures – Profissão Youtuber”
(2) “Comédia stand-up”
(*) Os nomes das pessoas não deveriam servir para limitações, e muito menos para exposição indevida. Entretanto, alguns pais exageram. Por exemplo, o nome da ex-pastora evangélica chamada Flordelis. Gessica Kayane tem uma grafia própria e deve ser um nome único no planeta. Assim, mesmo que não exista a possibilidade de homônimos, acredito que Gkay é a cara de seus fãs.
Imagem: Reprodução YouTube
Nota do Autor
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