Entre sem bater - Matteo Pasquinelli - Socialmente Parciais

Entre em bater – Matteo Pasquinelli – Socialmente Parciais

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Matteo Pasquinelli é um jovem e brilhante pensador contemporâneo destas redes malucas e “Socialmente Parciais“.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Matteo Pasquinelli

Um estudioso na questão do impacto das novas tecnologias, especialmente Inteligência Artificial (IA) e suas decorrências em nosso cotidiano. Em tempos de discussão sobre paralisar o avanço das pesquisas, Matteo pergunta o quão socialmente parciais são estas tecnologias. A conclusão parece não ser muito diferente do que ocorre há muitos anos.

Matteo Pasquinelli é professor de Filosofia da Mídia na University of Arts and Design Karlsruhe, onde coordena o grupo de pesquisa em Inteligência Artificial (IA) e Filosofia da Mídia KIM. Sua investigação centra-se na intersecção da filosofia da mente, economia política e automatização do conhecimento e produção cultural. Editou a antologia “Alleys of Your Mind: Augmented Intelligence and Its Traumas” (Meson Press, 2015). Escreveu, com Vladan Joler, o ensaio visual ‘The Nooscope Manifested: AI as Instrument of Knowledge Extractivism’. Entre outros, publicou ensaios para o Journal of Interdisciplinary History of Ideas, Qui Parle, Radical Philosophy, Les Mondes du Travail.

Fonte: Matteo Pasquinelli ( @mattpasquinelli ).

Socialmente parciais

Com toda a certeza, sociólogos e filósofos contemporâneos que não estudarem o viés da tecnologia e redes sociais, perderam-se no tempo. Quando Pasquinelli cita na frase a questão da ausência de neutralidade e das maneiras socialmente parciais das tecnologias, devemos refletir.

Assim sendo, a frase de Albert Camus sobre a necessidade de pensar sobre um argumento, é mais do que aplicável.

Desse modo, alinhando-se dois pensadores de épocas diferentes, percebemos que a nossa sociedade avançou no uso de tecnologias, sem controle.

Inteligência Artificial e etc.

Inquestionavelmente, a IA avança e não tem pesquisas que possam sofrer interrupção a partir do que está na mídia. É uma ilusão que as tecnologias (e não somente IA) vão deixar de ser socialmente parciais.

A situação agrava-se pelo fato de que nunca as tecnologias tiveram uso neutro ou foram socialmente imparciais. Antes que a onda da IA entrasse na pauta, relatei minha experiência com o avanço da tecnologia e sua parcialidade. Trabalhei com tecnologia que extinguiu postos de trabalho, mais de quatro décadas atrás. Logo após a criação de microcomputadores, o processo das tecnologias serem socialmente parciais e tendenciosas, cresceu assustadoramente.

Mundo dos dados

É provável que os profissionais de TI, especializados na coleta, organização de dados e informação tenham uma dimensão exata do que estou falando. Os demais especialistas em TI podem, dependendo de sua neutralidade ou parcialidade, se manifestar com alguma qualificação. Entretanto, a maioria destes profissionais, com as suas atitudes parciais e nenhuma neutralidade, ainda não entenderam o tamanho do “buraco”.

Não tem volta e os “papas” da tecnologia anunciarem que uma ferramenta como ChatGPT terá “restrições” parece piada de mau gosto. Analogamente, é o mesmo que dizer que mil borboletas baterão as com mais força e rapidez na China para combater o efeito-estufa.

Futuro

A ciência e a pesquisa caminham a passos largos e muitos vão usufruir dos benefícios da IA e da chamada “inteligência da máquina“. Os adestradores destas máquinas não são socialmente imparciais e nem sabem se existe alguma tecnologia neutra.

A nossa geração aceita, e até privilegia, aqueles que são socialmente parciais e não-neutros, desde que estejamos entre a parte que recebe os benefícios.

É melhor aceitar pois dói menos, somos ou nos tornamos, infelizmente, seres socialmente parciais.

 

P. S.

Este texto não teve nenhuma colaboração de qualquer ferramenta de IA semelhante ao ChatGPT.

 

Imagem: Entre sem Bater – Matteo Pasquinelli – Socialmente Parciais

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são importantes. Basta colocar enviar  comentários via e-mail para pyxis at gmail.com. Na página do Facebook, em associação a este Blog, ou perfil do Twitter.
  • Alguns textos sofreram revisão, outros apresentam erros (inclusive ortográficos) e que sofrerão correção à medida que tornam-se erros graves (inclusive históricos).
  • Algumas passagens e citações podem parecer estranhas mas fazem parte ou referem-se a textos ainda inéditos.

Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.

Deixe um comentário