Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” (← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória”). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. A obra-prima de Aldous Huxley traz a ação de “Manipulação Mental” que vivenciamos em tempos de tecnologia e redes sociais.
Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente. Uma adaptação textual, com redução, pode ter publicação em sites e outros blogs, como o “Recanto das Letras“.
As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Aldous Huxley
Certamente, a ficção “Admirável Mundo Novo” é o exemplo clássico de como a manipulação mental pode ser aceita passivamente pelas pessoas. Desde a publicação do livro que o autor mostrou ao mundo que déspotas e tiranos podem mudar, mas continuarão no comando de mentes e corações.
Aldous Leonard Huxley ( Godalming, 26 de julho de 1894 — Los Angeles, 22 de novembro de 1963) foi um escritor inglês, humanista, pacifista e um dos mais proeminentes membros da família Huxley. Mais conhecido pelos seus romances, como Admirável Mundo Novo (1932) e diversos ensaios. Huxley também editou a revista Oxford Poetry e publicou contos, poesias e literatura de viagem. Passou a última parte de sua vida nos Estados Unidos, vivendo em Los Angeles de 1937 até sua morte, em 1963. No final de sua vida, Huxley foi amplamente reconhecido como um dos principais intelectuais de sua época. Esteve apto ao Prêmio Nobel de Literatura sete vezes e foi eleito Companheiro de Literatura pela Royal Society of Literature em 1962. Em seu romance mais famoso (Admirável Mundo Novo) em A Ilha (1962), apresentou sua visão de distopia e utopia de maneira excepcional.
Fonte: Wikipédia (Português)
Manipulação Mental
Inquestionavelmente, o mundo distópico cuja narrativa predomina em Admirável Mundo Novo, não tem nada de fantasia ou ficção. As frases presentes naquela obra, como, por exemplo, a que ilustra este texto, são a nossa realidade atual.
A obra é lapidar na abordagem de formas e ações para que a manipulação mental esteja a favor dos tiranos e déspotas. Inegavelmente, não existe a possibilidade de que alguém, após ler a obra, mantenha sua mente intacta.
Admirável mundo novo
Na obra, escrita em 1932, antes da ascensão do nazismo e de Hitler, certamente, temos uma visão distópica de uma sociedade. Atualmente, a mesma sociedade mostra-se sob controle de oligarquias que utilizam da manipulação mental via perfis de redes sociais.
Desse modo, a manipulação começa desde o nascimento, com os indivíduos na concepção de que são integrantes de castas naturais. Desde cedo, devem aceitar seu papel na sociedade e obedecer aos seus superiores.
Um pouco antes das eleições de 2022 escrevi o texto “Distopia Tupiniquim“(1) onde utilizei como referência “Admirável Mundo Novo” e “1984“. Entretanto, as redes sociais e seus usuários não querem saber de nada, têm pressa e preferem “seguir” o líder ou algum influencer.
Analogamente às propostas das respectivas ficções, nossa realidade e as redes sociais colocam as pessoas expostas a mensagens subliminares o tempo inteiro. Essas mensagens enfatizam os valores da sociedade, como a felicidade, a estabilidade e a conformidade, e incentivam a rejeição de ideias consideradas perigosas ou desestabilizadoras. Em suma, um mundo de aparências e ilusões, que revela a distopia que a maioria imagina como realidade.
Controle da Massa
Parafraseando George Orwell, “… a massa mantém o influencer, o influencer mantém-se na mídia e a oligarquia da mídia controla a massa…”.
Desse modo, o caminho de controle está facilmente claro e aberto para as manipulações da massa ignara. Além disso, governos déspotas controlam o uso de “drogas” que objetivam suprimir a capacidade das pessoas de pensar criticamente. Contudo, quando redes sociais arguem a tal “liberdade de expressão” e questionam a autoridade, acontecem arroubos como perfis defenderem racismo, violência e até terrorismo, impunemente. Essas “drogas” evoluíram, são tecnológicas e amplamente usadas na sociedade. Surpreendentemente, podem fazer parte integrante do sistema de controle sobre as pessoas.
A manipulação mental apresentada em “Admirável mundo novo” tem o objetivo de manter a ordem e a estabilidade na sociedade. Por outro lado, impede o desenvolvimento da criatividade e do pensamento crítico. As pessoas têm condicionamento para aceitar sua posição social e não questionar a autoridade, tornando-se passivas e incapazes de lutar contra a opressão.
Opressor e oprimido
Enfim, Paulo Freire teria, em sua obra “Pedagogia do Oprimido“, feito o alerta sobre o desejo de muita gente se tornar opressor.
A obra de Aldous Huxley apresenta um retrato assustador de uma sociedade sob controle por meio da manipulação mental. A história nos alerta sobre os perigos da supressão da individualidade e da submissão cega à autoridade. Portanto, devemos nos lembrar da importância da liberdade de pensamento e da crítica construtiva para o progresso humano, sem sucesso.
A ficção torna-se realidade como, por exemplo, na manipulação mental de Admirável Mundo Novo, que se repete no planeta, através das redes sociais.
(1) “Distopia Tupiniquim e o admirável mundo novo”
P. S.
Frase original, constante do capítulo 3, página 125, de “Admirável mundo novo”.
“Por meio de métodos cada vez mais eficazes de manipulação mental, as democracias mudarão sua natureza; as velhas formas pitorescas — eleições, parlamentos, cortes supremas e tudo o mais — permanecerão. A substância subjacente será um novo tipo de totalitarismo não violento. Todos os nomes tradicionais, todos os slogans sagrados permanecerão exatamente como eram nos bons velhos tempos. Democracia e liberdade serão o tema de cada transmissão e editorial – mas democracia e liberdade em um sentido estritamente pickwickiano. Enquanto isso, a oligarquia dominante e sua elite altamente treinada de soldados, policiais, fabricantes de pensamento e manipuladores mentais comandarão silenciosamente o show como bem entenderem.“
Imagem: Entre sem Bater – Aldous Huxley – Manipulação Mental
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
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