Entre sem bater - Emmanuel - Egoísmo

Entre sem bater – Emmanuel – O Egoísmo

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Chico Xavier(1) escreveu muitas obras através do espírito de nome Emmanuel e, certamente, o “Egoísmo” é um tema interessante.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Emmanuel (Espírito)

A vastíssima obra de Chico Xavier, eventualmente, provoca confusões sobre autoria de frases. Desse modo, esta frase tem atribuição ao espírito Emmanuel e outros personagens. Em outros tempos, viveu na Europa o filósofo Emmanuel Mounier (1905-1950), que escreveu sobre temas muito interessantes. Desse modo, como não sou estudioso do assunto, prefiro atribuir esta frase ao Emmanuel, de Chico Xavier. Embora existam citações de autoria ao pensador francês, não encontrei referência explícita da mesma em nenhuma de suas obras. É provável que seja apenas uma coincidência, pelas datas das publicações de Kardec e Chico Xavier.

Emmanuel é o nome dado pelo médium brasileiro Chico Xavier ao suposto espírito a que atribui a autoria de parte de suas obras psicografadas. Chico Xavier dizia que este seria seu orientador espiritual. A primeira menção de um espírito denominado Emmanuel na doutrina da religião espírita se encontra na obra “Evangelho Segundo o Espiritismo” de Alan Kardec, como autor de um texto denominado “O Egoísmo“.  O livro homônimo de Chico Xavier foi publicado em 1938. O conjunto da obra atribuída a Emmanuel é composta por dezenas de livros, muitos deles com tradução para diversos idiomas. São romances históricos, livros de aconselhamento espiritual, obras de exegese bíblica, etc. Os principais são: “A Caminho da Luz”, “Há Dois Mil Anos”, “Cinquenta Anos Depois”, “Paulo e Estêvão, “Ave, Cristo!”, “Renúncia”, “Vida e Sexo” e “O Consolador”.

Fonte: Wikipedia (Português)

O Egoísmo

Em primeiro lugar, quanto mais simples a frase, maior deve ser a reflexão sobre tudo que ela significa para todos os intervenientes. Considero que todos os leitores, que chegaram até esta altura do texto, como pessoas sem preconceito e não-radicais. É simples a resposta do porquê considero assim.

Religiosos, radicais, preconceituosos, certamente, não passaram do primeiro parágrafo.

Alguns estudiosos da Bíblia (sim, o livro do Cristianismo(2)) escreveram que, Mateus 12:31 como o “mandamento mais importante de todos“.

Da mesma forma, outros profissionais, até do marketing estudam a questão do egoísmo e aplicam no consumismo e na política. Desse modo, é interessante como duas simples palavras, numa pequena frase, tenham tamanha profundidade.

Nas últimas décadas, as redes sociais transformaram drasticamente a forma como nos relacionamos e expressamos nossos valores morais e éticos. Os conceitos de egoísmo e altruísmo emergem de maneira intrincada e confusa, contrapostos ou em alinhamento de gratidão e  ingratidão. Com toda a certeza, as manipulações e discursos falaciosos revelam uma complexidade que vai além do que as aparências(3) sugerem. A hipocrisia, infelizmente, instalou-se amplamente nas plataformas digitais, tornando difícil discernir altruísmo, egoísmo, gratidão e ingratidão.

Egoísmo e Altruísmo

Podemos dizer, sem dúvida, que egoísmo e altruísmo(4), são excludentes, e estão presentes nas redes sociais, confundindo as pessoas. Contudo, desempenham papéis cruciais nas interações online, dependendo mais da forma do que do conteúdo.

O egoísmo se manifesta quando as pessoas buscam autopromoção, visibilidade e reconhecimento a qualquer custo. É destrutiva a busca por curtidas, compartilhamentos e seguidores, muitas vezes às custas da privacidade e da autenticidade. Por outro lado, o altruísmo pode aparecer quando indivíduos usam suas plataformas para promover causas nobres. Por outro lado, ajudar a quem precisa e compartilhar informações valiosas sem, aparentemente, esperar nada em troca, pode ser uma armadilha.

A linha entre esses dois extremos é frequentemente turva e, inquestionavelmente, difícil de identificar somente através de perfis das redes sociais. Ao mesmo tempo em que vemos pedidos reais, enfrentamos fake news com farto compartilhamento até de pessoas que conhecemos.

Muitas vezes, a autopromoção sob disfarce de altruísmo pode confundir os observadores menos atentos. Alguém que aparentemente faz doações generosas em uma transmissão ao vivo está mais interessado em construir uma imagem positiva. E, surpreendentemente, é aí que temos que ficar atentos até com as manifestações de gratidão e de ingratidão.

Gratidão e Ingratidão

A gratidão é um sentimento poderoso que pode emergir em situações de ajuda e apoio mútuos, além de ser recompensador. Contudo, nas redes sociais, as expressões de gratidão passam por um vilipêndio inimaginável.  Alguém que recebe apoio emocional, financeiro ou informações valiosas não imagina a verdadeira medida(5) das coisas.

Por outro lado, nem sempre a gratidão é sincera e seus efeitos podem ser mais devastadores do que a ingratidão. Algumas pessoas usam-na como uma ferramenta para receber mais atenção e apoio, e temos o egoísmo com camuflagem.

A ingratidão, surpreendentemente, é uma reação que sofreu banalização muito além dos limites da racionalidade. Quando alguém sente que não recebeu o reconhecimento ou apoio que esperava, aparece o ressentimento e rancor.

Nos dois casos, as redes sociais não conseguem determinar se essas reações são genuínas ou manipuladoras. Em outras palavras, a ambiguidade das reações, inclusive de ícones e avatares, condiciona a intenção em função de cada pessoa. Por exemplo, uma determinada rede social cria um ícone como símbolo de “Interessante“. É impossível determinar quem utiliza do ícone de forma irônica ou de forma séria, e as redes sociais perdem noção de real e imaginário.

Em ambientes virtuais, a gratidão e a ingratidão podem ser uma estratégia para atrair a compaixão dos outros, mesmo antagônicas.

A Hipocrisia

A hipocrisia é, sem dúvida, um fenômeno e comportamento das redes sociais, sem limites, sem filtros e sem pudor. As pessoas muitas vezes postam conteúdo que contradiz suas ações ou valores pessoais (basta colocar um #SQN).

Por isso, as manifestações altruístas, seguidas por comportamentos egoístas, ou expressões de gratidão ou ingratidão podem ser hipocrisia(6). A busca incessante por likes e seguidores pode levar à adesão a tendências populares, que não refletem convicções verdadeiras.

Além disso, a cultura das redes sociais muitas vezes valoriza a imagem e a aparência mais do que a autenticidade. Isso leva as pessoas a exibirem uma versão ideal de si mesmas, escondendo suas imperfeições e falhas. Quando se trata de egoísmo e altruísmo, isso resulta em uma representação irreal de quem realmente somos.

Identificar a Hipocrisia

Em um ambiente permeado pela hipocrisia e pela confusão entre egoísmo e altruísmo, é necessário ter discernimento para entender as coisas(7). Aqui estão algumas dicas para identificar a hipocrisia ou falta de autenticidade nas redes sociais:

  1. Análise do histórico: Examine o histórico das ações de uma pessoa nas redes sociais. Isso ajuda a determinar se o altruísmo é  consistente ao longo do tempo ou se é apenas um episódio de autopromoção.
  2. Investigue as motivações: Tente compreender as motivações por trás das ações e expressões de gratidão ou ingratidão. Pergunte-se se as ações parecem genuínas ou se há um benefício pessoal.
  3. Pesquise além das aparências: Não se deixe levar apenas pelas aparências, principalmente a tal “primeira impressão“. Lembre-se de que as redes sociais são uma plataforma de representação, e as imagens nem sempre refletem a realidade.
  4. Promova a discussão aberta: Encoraje a honestidade nas redes sociais, proporcionando um ambiente para compartilhar ideias. Hipócritas, raramente, têm propensão ao debate e crítica.
  5. Pratique o discernimento: Seja seletivo em relação às contas que você segue e às informações que você compartilha. Mantenha um equilíbrio saudável entre o senso comum e a contribuição das redes sociais.

Mundo moderno

Enfim, podemos dizer que o egoísmo é a maior hipocrisia de todos os “ismos” do mundo. E, certamente, os pecados capitais incluem, subliminarmente, um pecado e defeito maior, o egoísmo.

Um pensador, do tempo que não existia Internet, fez um diagnóstico perfeito para o mundo moderno.

“… tudo no mundo e todos os julgamentos morais são vistos apropriadamente através das lentes da satisfação pessoal. De fato, a conclusão definitiva desta lógica é que não há sociedade, há só um monte de pessoas individuais, fazendo escolhas individuais, para promoverem sua própria satisfação pessoal …”

inO Século do Ego (2002)

Em suma, as redes sociais têm o poder de amplificar tanto o egoísmo quanto o altruísmo, a gratidão e a ingratidão.

A hipocrisia é uma consequência inevitável desse ambiente virtual, onde a busca por validação e visibilidade se sobrepõe à autenticidade.

No entanto, com discernimento e reflexão, podemos aprender a identificar as manifestações genuínas e minimizar a influência das ações sorrateiras. Desse modo, poderemos usar as redes sociais de maneira construtiva, com conexões reais e ações altruístas em meio ao turbilhão digital.

Uma simples frase merece uma reflexão com maiores detalhes, mas que a maioria das pessoas não pratica, por preconceito. Não conseguiremos, jamais, fazer novos começos, mas podemos planejar um novo fim(8).

 

(1) “Chico Xavier – Para todos os males

(2) “Entre sem bater – Ludwig Feuerbach – O Cristianismo

(3) “Entre sem bater – Epicteto – As Aparências

(4) “Egoístas sentindo-se altruístas

(5) “Entre sem bater – Cullen Hightower – A verdadeira medida

(6) “Hipocrisia no comando

(7) “Entre sem bater – Charles Bukowski – Entender as coisas

(8) “Entre sem bater – Chico Xavier – Um novo fim

 

Imagem: Entre sem bater – Emmanuel – O Egoísmo

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
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