Entre sem bater - Lênin - O Poder do Dinheiro

Entre sem bater – Lênin – O Poder do Dinheiro

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Pensadores como Vladimir Lênin estavam muito adiante de seu tempo, atualmente, o “Poder do Dinheiro” é inquestionável.

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As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Vladimir Lênin

Lênin teve uma importância inestimável na história da humanidade, nos últimos pouco mais de cem anos. Suas teorias, práticas e pensamentos são mais atuais do que o que dizem muitos impostores de redes sociais. No Brasil, especialmente, é uma vergonha como os economistas-políticos se comportam diante das câmeras. É provável que, se vivessem em regimes socialistas, estariam passando fome pela falta de conteúdo. Lênin foi tão a fundo no seu ideário que a teoria marxista ganhou uma adjetivação, ficou melhor como marxista-leninista.

Vladimir Ilyich Ulyanov ( 22 de abril [OS 10 de abril] 1870 – 21 de janeiro de 1924), mais conhecido como Vladimir Lênin, foi um revolucionário, político e teórico político russo. Ele serviu como o primeiro e fundador chefe de governo da Rússia Soviética de 1917 a 1924 e da União Soviética de 1922 a 1924. Sob sua administração, a Rússia, e mais tarde a União Soviética, tornou-se um estado socialista de partido único governado pelo Partido Comunista. Ideologicamente marxista, seus desenvolvimentos na ideologia são chamados de leninismo.

Fonte: Wikipedia (Inglês)

O Poder do Dinheiro

A influência de Lênin nos modelos de governo atualmente existentes são, inquestionavelmente, os que apresentam as maiores e melhores fundamentações. Desse modo, é estranho quando as pessoas perguntam sobre o comunismo ou socialismo, demonstrando a ignorância coletiva. A economia mundial gira em torno do poder do dinheiro que os países exercem sobre os outros. Eventualmente, o poder bélico é determinante, mas é preciso ter dinheiro para ter armas.

Desde que algumas revoluções mudaram o mundo (a Revolução Francesa é a base de tudo), o mundo político acompanha a economia. Por isso, qualquer pessoa que estuda geografia e história tem condições de entender os rudimentos de economia e política.

Assim sendo, as ideias e pensamentos de Lênin, na prática, configuram-se como a melhor forma de entender o mundo, e também o Brasil, de hoje.

O Brasil, nos últimos 25 a 30 anos, desde as Diretas Já(1) testemunhou uma história complexa e que os próprios brasileiros não entenderam. A desigualdade social, infelizmente, apresenta-se numa nação rica em recursos, cultura e diversidade, mas com muita hipocrisia. Certamente, as disparidades econômicas e sociais, com sustentação do poder do dinheiro, são cruelmente verdadeiras.

Inquestionavelmente, a concentração de poder e dinheiro moldou a realidade brasileira nesse período recente da história.

Ascensão e Queda

As promessas de redemocratização, nos anos 80 e 90, sugeriam que o Brasil iria emergir do fundo do poço de uma longa ditadura militar. É provável que todos imaginassem que entraríamos num período de redemocratização e desenvolvimento real.

Por isso, as esperanças de um futuro mais igualitário e justo, fez parte de uma ou duas gerações que acreditaram no “país do futuro“. Entretanto, ao longo das últimas três décadas, essas esperanças estão passando por uma destruição quase completa.

A política brasileira está sob domínio das oligarquias, que comandam o país desde o Reino Unido de Dom João VI(2). Estas elites econômicas e seus parasitas conseguem manter uma influência desproporcional sobre o governo e as suas instituições. Desse modo, não houve uma ascensão e queda de nenhum governo, vivemos de golpes desde a independência do país.

Política e Poder

Inquestionavelmente, a desigualdade social no Brasil se perpetua pela influência sem limites e sem escrúpulos do dinheiro na política. O financiamento de campanhas eleitorais por grandes empresas e interesses particulares pavimentou o caminho da corrupção.

Como se não bastasse, as pequenas reformas no processo só privilegiam os que lá estão. E, como nada é tão ruim que não possa piorar, os avanços dos últimos anos estão sofrendo uma eliminação silenciosa e criminosa. Cotas obrigatórias para mulheres e negros diminuem e o racismo e misoginia estruturais e históricos prevalecem.

Sem dúvida, políticos que garantem as fontes de financiamento de campanha, chegam ao poder e mantêm políticas que favorecem os poderosos.

Nesse contexto, a liberdade do cidadão comum de influenciar as decisões políticas têm limites mínimos e insuperáveis. O poder do dinheiro elimina a voz daqueles que não podem financiar campanhas.

A democracia, que deveria ser o canal das vontades e necessidades da população, sofre cooptação para servir aos interesses das oligarquias.

Desigualdade Econômica

Ao longo das últimas décadas, o Brasil também testemunhou a persistência e crescimento da desigualdade econômica na sociedade.

Com toda a certeza, a pequena parcela da população que concentra uma grande parte da riqueza do país, não tem viés de solidariedade.  Por outro lado, a maioria luta da população para sobreviver com recursos insuficientes e acesso limitado a serviços básicos.

Nesse ínterim, os mais ricos se escondem atrás de políticos que defendem a não taxação dos fundos especulativos. E, como se não bastasse, plataformas de emprego e trabalho, como o LinkedIn, criam “top voices” que defendem os ricos. Estes serviçais de plataforma, a serviço dos parasitas, não medem palavras e nem agressões para justificar as migalhas que recebem.

A falta de acesso a uma educação de qualidade e a oportunidades econômicas cria um círculo vicioso de pobreza que é difícil de quebrar. Muitos brasileiros nascem em comunidades desfavorecidas e têm poucas chances de melhorar suas vidas, perpetuando-se o abismo da desigualdade.

Surpreendentemente, as massas ignoram o poder do dinheiro pensando que, um dia, podem ser como as exceções que ficam “ricos” de alguma forma. A ilusão da liberdade atinge as pessoas como identificou Lênin, e os artistas e escritores a que ele se referiu, são hoje os influencers.

Vítimas da Desigualdade

A princípio, a mídia e as oligarquias querem fazer crer que a desigualdade econômica não tem relação com a desigualdade social. Como se não bastasse, separam políticas públicas e cerceiam o direito à educação e saúde através do poder do dinheiro

A desigualdade social no Brasil também se manifesta, sem dúvida, de maneira flagrante no sistema educacional. Escolas com baixo investimento em infraestrutura, áreas carentes, não oferecem uma educação de qualidade. E, com o propósito de criar uma mentalidade de submissão, a mídia e as oligarquias disseminam ideias contra cotas e afins.

De maneira absurda, atacam as cotas de estudantes oriundos do ensino público nas universidades públicas. Incentivam programas de financiamento estudantil para garantir uma generosa fatia de dinheiro para instituições privadas de ensino. O Brasil é dos países do mundo com pior educação pública e com ensino superior não-público com menos resultados. As instituições acadêmicas brasileiras rejeitam, de maneira vergonhosa, a produção acadêmica e a pesquisa. Em suma, tornaram-se meros distribuidores de diplomas de ensino superior.

Assim sendo, desde a educação básica, as crianças não têm qualificação para competir em uma economia cada vez mais global.

Enquanto isso, as elites têm acesso a escolas públicas de alta qualidade e oportunidades de estudo no exterior. Da mesma forma, escolas particulares superiores prestam-se somente para colocar massas de trabalhadores com diploma e sem qualificação no mercado.

Enfim, isso cria uma disparidade educacional que reforça ainda mais as desigualdades e a gradação de oportunidades e liberdades. Sem uma educação adequada, as chances de um indivíduo romper o ciclo de pobreza são ínfimas. Desse modo, perpetua-se o ciclo nocivo e excludentes de classes sociais, raciais, econômicas e afins.

Sociedade Justa

Os discursos, especialmente em períodos pré-eleitorais, por uma sociedade mais justa são necessários. Contudo, somente defensores de ideais socialistas o fazem. As elites e representantes das oligarquias se escondem atrás de temas como o liberalismo para enganar as massas. Deste modo, o poder do dinheiro se manifesta nas campanhas da direita e dos representantes destas oligarquias.

Do mesmo modo, a desigualdade social também tem ligações íntimas com violência e a insegurança no Brasil. Comunidades carentes enfrentam frequentemente altas taxas de criminalidade e ações criminosas dos agentes das autoridades. Com toda a certeza, a falta de oportunidades de trabalho empurra muitos jovens para atividades criminosas ou subemprego. Desde que invenções

A incapacidade do Estado de fornecer segurança adequada nessas áreas contribui para um ciclo de violência e aumento das desigualdades.

No entanto, apesar desses desafios persistentes, o Brasil também vê, atualmente, movimentos sociais e políticos em busca de justiça e igualdade. Organizações da sociedade civil, sindicatos e grupos de direitos humanos mobilizam-se para combater a desigualdade. Desse modo, exigem reformas políticas e econômicas e promover mudanças significativas. Contudo, as massas, inclusive de trabalhadores, atuam de forma egocêntrica e rejeitam sindicatos e associações.

É provável que muitos considerem que houve progressos notáveis ​​em algumas áreas, nos últimos trinta anos. Contudo, os espasmos da redução da pobreza extrema e a expansão do acesso à educação superior são excepcionalidades. Certamente, essas conquistas enfrentam resistências daqueles que têm interesse em manter o status quo.

Consciência Social

Neste contexto, para alcançar uma sociedade mais justa e igualitária, é crucial que os brasileiros entendam sua posição e não se iludam com narrativas. Os brasileiros devem reconhecer a importância de se unirem em torno dos que combatem a desigualdade social. O poder do dinheiro vai muito além de retirar a liberdade fictícia das pessoas.

A escravidão mental(3) que as redes sociais impuseram às pessoas mundo afora é implacável.

Assim sendo, reverter este quadro envolve não apenas ações governamentais. É preciso, acima de tudo, mudanças culturais em relação à importância de combater as desigualdades e as injustiças.

Desta forma, só atingiremos a liberdade real e efetiva se todas as pessoas tiverem igualdade de oportunidades. Do mesmo modo, é necessário ter acesso a serviços básicos de qualidade e voz ativa na política. Isso requer a redução das disparidades econômicas e o rompimento do ciclo de influência do dinheiro na política.

Máscaras e o futuro

Inegavelmente, o Brasil dos últimos 25 a 30 anos experimentou todos os desafios que relacionam a desigualdade social e o poder do dinheiro.

Vários fatores deveriam servir de debate sobre a influência desproporcional do dinheiro na política, a saber:

  • Concentração de riqueza
  • Disparidade educacional
  • Violência social
  • Desequilíbrio entre Poderes Constitucionais
  • Política Eleitoral
  • Privataria de recursos e serviços públicos

Estas condicionantes, em associação com a falta de oportunidades de trabalho são apenas algumas das facetas desse problema complexo.

Em suma, o Brasil poderá alcançar seu pleno potencial como nação quando a massa de trabalhadores que vivem na pobreza acordar. Somente assim, a máscara dos parasitas que concentram riquezas e seus serviçais, inclusive influencers de plataformas, cairá. Infelizmente, estes novos tempos não estão na linha do horizonte.

 

(1) “Diretas Já – 40 anos

(2) “200 anos sem Dom João VI

(3) “Entre sem bater – Emiliano Zapata – Rebanhos de Escravos

 

Imagem: Entre sem bater – Lênin – O Poder do Dinheiro

Nota do Autor

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