Entre sem bater - Roberto Motta - Política Eleitoral

Entre sem bater – Roberto Motta – Política Eleitoral

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Certamente, alguém de extrema-direita, como Roberto Motta, tem todas as qualificações e sabe dos podres da “Política Eleitoral” no país.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Roberto Motta

Quando utilizamos uma frase de alguém da extrema-direita, temos que levar em consideração os vários tipos de leitores que queremos ter. Com toda a certeza, alguns arriscam-se a ler, mesmo sendo contrários ou favoráveis ao agente da mensagem. A biografia de Roberto Motta sugere que ele tem domínio da política eleitoral, contudo, até o partido que ajudou a fundar, rejeitou suas falsidades.

Roberto Motta é Engenheiro Civil pela PUC-RJ, Mestre em Gestão pela FGV-RJ e tem cursos do programa de MBA da George Washington University. Possui 30 anos de experiência como executivo em grandes empresas, incluindo 5 anos como consultor do Banco Mundial nos EUA. Colaborou com o Movimento de Combate à Impunidade, formado por promotores e juízes. É suplente de Deputado Federal e Vereador do Rio de Janeiro e colunista do Instituto Liberal e do Instituto Millenium e Jovem Pan.

Fonte: Site Oficial RM

Política Eleitoral

Podemos afirmar, desde que as redes sociais começaram a dominar as eleições, que o brasileiro não sabe votar. Pelé, quando disse algo neste sentido, durante o regime militar, sofreu críticas de todos os lados. Surpreendentemente, por mais que ele tentasse explicar, a patuleia fez questão de entender o que o “Ame-o ou Deixe-o” determinou.

Como se não bastasse, estes representantes do “Ame-o ou Deixe-o” ganharam espaço em plena democracia guiada, com eleições. Por isso, seres de extrema-direita, como Roberto Motta, ganham espaço, mesmo com demonstrações de seu caráter duvidoso. Ao publicar um livro, por exemplo, com o título “Ou ficar a pátria livre” ele fala em nome de déspotas no poder.

A Construção da Maldade

A construção da maldade é outro título que Roberto Motta, com conhecimento de causa, deu a um outro livro seu. Palestrante da preferência de muitos liberais e reacionários, na maioria brancos, sua história na política eleitoral é pitoresca. Um dos fundadores do Partido Novo(1) (eca !) não pode ser um melhor exemplo para demonstrar o que de pior temos na política tupiniquim.

Partido Novo

Em primeiro lugar, o Partido Novo é um partido político brasileiro de direita. Promove, pretensamente e a princípio ações para apoiar a ordem social, a ordem econômica e a ordem política. Certamente, sua principal bandeira, a não utilização de dinheiro público, mantendo-se através de doações e contribuição dos filiados, ruiu há muito.

No entanto, essa postura aparentemente ética e transparente esconde a agenda de interesses das oligarquias. Além das oligarquias, seus filiados se locupletam atrás das propostas liberais do partido. O Partido Novo defende a não-intervenção do Estado na economia e a capacidade do mercado se autorregular. Entretanto, gente como Roberto Motta se apropria da política eleitoral e vive do dinheiro público.

Essas ideias ignoram, acima de tudo, as desigualdades sociais e regionais do Brasil, que demandam políticas públicas mais humanas. Redistribuição de renda, proteção social e desenvolvimento sustentável passam ao largo do apoio dos parlamentares do “Novo”.

Sempre, ao defender a redução do Estado e a privataria sobre os serviços públicos, o Novo favorece os grandes empresários e investidores. Desse modo, a utilização da política eleitoral e de suas mentiras, avançam sobre o Estado, com prejuízo da maioria da população. Os efeitos são o lucro de poucos com a exploração dos trabalhadores, dos recursos naturais e precarização dos serviços públicos.

Eleições

Para conquistar o apoio popular, o Partido Novo utilizou da ignorância do povo e da sua política eleitoral maldosa. A manipulação de massas numa campanha de marketing a partir de bordões e slogans era de que o partido era diferente dos demais. Diziam que nos seus quadros não havia políticos tradicionais, mas por cidadãos comuns, que queriam mudar o Brasil.

Essa estratégia foi eficaz para atrair os eleitores descontentes com a corrupção e a crise política. E a busca por alternativas aos partidos de esquerda e de centro (aka Centrão) deu resultados desde 2016.

Contudo, ao chegar ao poder, o Partido Novo mostrou que não tinha compromisso com a democracia, com os direitos humanos e com a justiça social. O partido apoiou e continua apoiando as medidas autoritárias e antidemocráticas, como a censura, a violência policial e o golpe de Estado.

A agremiação (laranja na cor e na alma) também se aliou a grupos conservadores(2) e reacionários. Estes grupos conseguiram retrocessos nos direitos das minorias, das mulheres e até dos povos indígenas.

Assim, o Partido Novo participou da construção da maldade que é o lema do liberalismo oportunista. Utilizam, criminosamente, a palavra liberdade como pretexto para impor a dominação das elites sobre o povo. Em suma, é um partido falso, que enganou os eleitores e traiu os princípios da República e da Constituição.

Atuam, inequivocamente, nos parlamentos e no executivo com ações em convergência com as propostas da extrema-direita.

Extrema-Direita

A extrema-direita no Brasil é um fenômeno político que se caracteriza por defender uma agenda conservadora, autoritária e nacionalista. Tudo a partir de valores religiosos, morais e culturais que se contrapõem à diversidade, à democracia e aos direitos humanos.

Esses grupos, em partidos políticos, na mídia e nas redes sociais,  se apresentam como defensores de uma sociedade independente. Como se não bastasse, proclamam a ordem, segurança,  valores da família, defesa da propriedade e a soberania nacional. E, sempre, atacam o que chamam de “comunismo”, “corrupção”, “ideologia de gênero” e outras ações coletivas e sociais.

Idiossincrasias

Uma das idiossincrasias da extrema-direita brasileira é o uso de um discurso inebriante e enganador:

“… transformar o Brasil de um país pobre em um país rico e de uma sociedade refém do Estado em uma sociedade independente e autoconfiante…

Esse discurso, no entanto, fez parte da política eleitoral que esconde uma contradição entre o que se propõe e o que se pratica. Com toda a certeza, a extrema-direita nunca ofereceu um projeto de desenvolvimento econômico e social para o país.

Seu projeto de destruição das políticas públicas, dos direitos sociais, da educação, da ciência, da cultura e do meio ambiente é notório. Os posicionamentos desta extrema-direita, em todas as votações nos legislativos, sempre favorecem os interesses das elites.

Outra idiossincrasia da extrema-direita brasileira é o uso de lemas como “Deus acima de tudo e de todos”. Estes lemas expressam uma visão teocrática e fundamentalista da política, que nega a laicidade do Estado e a pluralidade religiosa da sociedade.

Como se não bastasse, nos remetem ao integralismo brasileiro, um movimento fascista dos anos 1930. E, surpreendentemente, revelam uma tentativa de impor uma moral religiosa única e intolerante. Assim sendo, desrespeitam as liberdades individuais, mulheres, os LGBTQIA+, povos indígenas, quilombolas e as religiões de matriz africana.

Tempos Sombrios

Portanto, a extrema-direita brasileira é um movimento que se baseia em uma ideologia irracional, violenta e antidemocrática. A dissimulação(3) que praticam com a política eleitoral atenta os princípios constitucionais e os valores republicanos. Essa canalhice, como diria o filósofo popular, pode vir nos cabelos brancos e até em velhos.

Esta ameaça à soberania, à cidadania e à dignidade humana no Brasil se reproduz a cada dois anos e parece não ter fim.

Grupos de pessoas tentam se reunir em torno de movimentos de politização, antiprivatização, democracia e conscientização, inutilmente.

É provável que o discurso e a prática para uma Política , com “P” maiúsculo esteja em divergência com a política eleitoral do brasileiro.

Enfim , a luta continua a cada eleição e os discursos enganadores se avolumam, à esquerda e à direita volver. Cuidado com os estelionatários eleitorais, especialmente com a cara de “novos” e não-políticos. É inadmissível que alguém apoie a ordem econômica, social e política defenda e financie golpistas como os de 8 de janeiro.

Daqui um ano, você estará sofrendo mais manipulação da nossa política eleitoral, cuide-se e “Amanhã tem mais …

P. S.

(*)  A frase, de autoria de Roberto Motta, teve reprodução em vários discursos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Roberto Motta conta uma estorinha para justificar sua saída do Partido Novo e aderir ao partido da extrema-direita que não comove ninguém. E qualquer um que se diz em dia com a Política, só de Jovem Pan e redes sociais, deveria se olhar no espelho. #MAKTUB

 

(1) “A velha política do Partido Novo

(2) “Entre sem bater – Lília Schwarcz – País Conservador

(3) “Entre sem bater – Lenine – Dissimulação

 

Imagem: Entre sem Bater – Roberto Motta – Política Eleitoral 

Nota do Autor

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