Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Quando escreveu sobre as “Melhores Palavras“, Anatole France tornou sua frase autoexplicativa.
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As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Anatole France
É provável que Anatole France não tinha uma perfeita compreensão do futuro. Afinal ele era um literato e poeta, com uma visão romântica da humanidade. Desse modo, sua frase contém elementos de ironia e ceticismo, como os da sua época, que estão presentes ainda hoje.
Anatole France ( nascido François-Anatole Thibault, 16 de abril de 1844 – 12 de outubro de 1924) foi um poeta, jornalista e romancista francês com vários best-sellers. Irônico e cético, foi considerado em sua época um grande literato. Foi membro da Académie Française e ganhou o Prêmio Nobel de Literatura de 1921 em reconhecimento às suas brilhantes realizações literárias, caracterizadas por uma nobreza de estilo, uma profunda simpatia humana, graça e um verdadeiro temperamento gaulês.
Fonte: Wikipedia (Inglês)
As Melhores Palavras
O silêncio e o barulho são, surpreendentemente, aspectos essenciais da comunicação humana. Os tempos atuais indicam que a maioria das pessoas não consegue sequer refletir que o silêncio pode ser muito importante.
Inquestionavelmente, as palavras são a forma de se expressar mais rapidamente e corretamente. Existem frases que podem contradizer esta ideia ou até situações que coloquem a proposição em situação delicada. Por exemplo, a expressão “… uma imagem vale mais do que mil palavras…” é um contraponto interessante.
Se mil palavras não permitem uma compreensão das coisas(1), uma imagem pode ser melhor, mas depende dos conceitos básicos de quem vê. Assim sendo, se poucas palavras tem ampla compreensão, uma imagem dá ideias diferentes para o receptor da mensagem.
Embora sejam a matéria-prima da linguagem, elas são apenas sons vãos se as pessoas não assimilam com a realidade. Desse modo, o silêncio e o barulho desempenham um papel fundamental na criação das melhores palavras e melhores conteúdos.
O Silêncio
Em primeiro lugar, o silêncio(2), muitas vezes subestimado, é uma parte intrínseca da comunicação. Quando paramos para pensar, o silêncio pode ser tão eloquente quanto uma única palavra impactante.
Desta forma, ele é uma pausa, um espaço que permite que as palavras se destaquem, que possam ter uma interpretação correta. É provável que o silêncio tenha aplicação de várias maneiras na comunicação, dependendo dos interlocutores. Desde uma pausa reflexiva em uma conversa até o uso de intervalos para enfatizar certas palavras ou conceitos.
Assim sendo, o silêncio é uma espécie de tela em branco na qual as palavras ganham vida, e sua importância é inegável.
Como se não bastasse, até pequenos espaços de silêncio permitem uma profunda compreensão entre os comunicadores. Quando estamos em silêncio, podemos ouvir nossos próprios pensamentos e sentimentos com clareza. É possível nos conectar com a nossa intuição e com o nosso mundo interior. Também nos permite perceber as reações de nossos interlocutores e até reformular as próximas palavras.
O silêncio pode nos ajudar a ver o mundo de uma nova perspectiva e até mesmo a resolver problemas. Enfim, o silêncio é um lugar de potencial ilimitado e oportunidade de crescermos.
Por outro lado, existe o conceito errôneo de que o “barulho” de uma palavra refere-se à enxurrada de informações, opiniões e mensagens da atualidade. É verdade que vivemos nesta avalanche de informações e pouco conhecimento, mas o barulho, neste caso, é somente uma metáfora.
O barulho
Vivemos em uma sociedade barulhenta, onde as redes sociais, notícias, publicidade e conversas ininterruptas inundam nossos sentidos. Nesse turbilhão de verborragia, a maioria sem nexo, é fácil se perder e perder a capacidade de compreender o que realmente importa. O barulho pode ser esmagador, tornando difícil discernir as melhores palavras das superficiais e inúteis.
Nossa individualidade não deixa as pessoas diferenciarem o meu barulho(3), por exemplo, de uma gritaria estéril, mas engraçadinha. As redes sociais que vilipendiam o silêncio, enaltecem o barulho e a confusão, provocando muito diversionismo.
Entretanto, é importante lembrar que, mesmo no meio do caos, qualquer ruído ou silêncio do mundo significa o mesmo que desinformação. O alerta de Anatole France, séculos atrás, está mais do que pari passu atualmente. Compreender o que se ouve não se resume apenas a decifrar o significado das letras e sílabas, mas também a captar a essência da comunicação.
A compreensão envolve a conexão com o barulho, o silêncio, o contexto, as emoções e os sentimentos que as mensagens evocam.
Comunicação
A falta de compreensão na comunicação leva a mal-entendidos, conflitos e desacordos. Muitos dos problemas de comunicação que enfrentamos derivam da nossa incapacidade de compreender nossas comunicações. Em vez de ouvir com empatia e tentar entender os pontos de vista e perspectivas alheias, nos apegamos a nossas próprias interpretações.
Somos, com toda a certeza, responsáveis pelo que escrevemos e dizemos. Contudo, não somos responsáveis pelos pré conceitos e interpretações de cada pessoa que nos lê e ouve.
Desse modo, para não aumentar o vazio de compreensão das ideias, muita atenção e esforço devem se apresentar aos partícipes. É um ato consciente de se envolver com a comunicação, de ouvir não apenas com os ouvidos, mas também com o coração e a mente.
Desta forma, a empatia desempenha um papel crucial na compreensão. Por isso, ver o mundo através dos olhos dos outros, reconhecendo suas experiências e emoções é essencial.
Além disso, a comunicação eficaz não se trata apenas de compreender as palavras dos outros. É provável que, nossos próprios pensamentos, sentimentos e as melhores palavras sejam mais eficazes.
Construindo a Compreensão
É provável que Nietzsche disse: “As palavras são ruídos, e como tais, têm significados; mas os significados não são propriedades das coisas“.
Sem dúvida, isso realça a ideia de Anatole France, de que as palavras em si mesmas são apenas sons nulos, sem os compreendermos. Desta forma, só podemos construir mensagens através da compreensão que atribuímos às mensagens, tornando-as melhores.
As palavras são como peças de um quebra-cabeça que montamos em nossa mente, formando um quadro que faz sentido para nós.
A linguagem é uma ferramenta poderosa que nos permite compartilhar ideias, histórias, conhecimento e emoções. No entanto, sua eficácia depende de nossa capacidade de compreender e termos reciprocidade na compreensão. Quando não conseguimos compreender o que os outros dizem, criamos um abismo na comunicação, tornando-as sons e letras vazias.
Mensagens Eficazes
Da mesma forma, ao não expressarmos nossos pensamentos e sentimentos de forma clara, nossas palavras se perdem no barulho do mundo.
Em suma, o silêncio e o barulho nas mensagens desempenham papéis cruciais na comunicação humana. O silêncio é o espaço onde as palavras ganham sentido. Por outro lado, o barulho é o desafio de filtrar e compreender as comunicações em meio ao caos.
As melhores palavras do mundo são aquelas que se tornam veículos de compreensão e convergência. São aquelas que pavimentam a conexão entre pessoas, as ideias e as emoções.
Com toda a certeza, quando não encontramos as palavras certas para comunicar nossas ideias e emoções, o silêncio é uma ferramenta poderosa. Em suma, no silêncio e no barulho, são mais impactantes e significativos pelo uso correto de cada mensagem. Desse modo, as melhores ideias e sentimentos passam pela proposta do pensador oriental Laozi, são as palavras verdadeiras(4).
(1) “Entre sem bater – Upton Sinclair – Compreender as Coisas”
(2) “Entre sem bater – Thomas Carlyle – O Silêncio”
(3) “Entre sem bater – Magaly Reinaldo – Meu Barulho”
(4) “Entre sem bater – Lao Tze – Palavras Verdadeiras”
Imagem: Entre sem Bater – Anatole France – As Melhores Palavras
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
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