Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Alguns personagens da história, como Benjamin Franklin, tinham suas opiniões sobre “Liberdade de Expressão“, mas praticavam?
Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente. Uma adaptação textual, com redução, pode ter publicação em sites e outros blogs, como o “Recanto das Letras“.
As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Benjamin Franklin
Quando escrevo sobre alguns personagens da história, como alguém com a identificação de polímata, é preciso entender que devemos refletir. Não importa se as posições desta pessoa são conservadoras, retrógradas ou progressistas. No caso de Benjamin Franklin e sua opinião sobre liberdade de expressão, é preciso contextualizar e atualizar com estes tempos modernos.
Benjamin Franklin ( 17 de janeiro de 1706 – 17 de abril de 1790 ) foi um dos fundadores dos Estados Unidos. Um renomado polímata, Franklin foi um importante autor, impressor, teórico político, político , postmaster, cientista, inventor, ativista cívico e estadista. Foi uma figura importante no Iluminismo dos EUA e na história da física por suas descobertas e teorias sobre eletricidade. Como inventor, é conhecido pelo para-raios e por manter os bifocais livres de embaçamento, entre outras invenções. Contribuiu em muitas organizações da sociedade e cívicas, como o Corpo de Bombeiros da Filadélfia, a Universidade da Pensilvânia e o serviço de Correios.
Fonte: Wikipedia (Inglês)
Liberdade de expressão
Em primeiro lugar, é necessário destacar que algumas expressões ficam melhores quando emanam de personagens polêmicos. Ora, direis, como Benjamin Franklin era polêmico? Digo que ao proferir a frase em questão, ele estava num contexto que era específico. E, desse modo, ao transpormos a frase e o pensamento, para os dias atuais e para o Brasil, podemos refletir mais amplamente.
Assim sendo, mesmo correndo o risco de ser mal interpretado(1), especialmente por haters e “filósofos” de Twitter ou Rumble(*), arrisco-me em diversas reflexões.
“A liberdade de expressão é o principal pilar de um governo livre; quando este apoio é retirado, a constituição de uma sociedade livre é dissolvida e a tirania é erguida sobre as suas ruínas. As repúblicas e as monarquias limitadas obtêm a sua força e vigor da análise popular da ação dos magistrados.”
in “Sobre liberdade de expressão e imprensa“, Pennsylvania Gazette (17 de novembro de 1737).
Como se depreende do texto acima, Benjamin Franklin fazia, ao seu modo, um tipo de proselitismo. Como bom político e dono de jornal, defendia a ação de um certo poder judiciário em prol da liberdade de expressão dele.
Montesquieu, um dos idealizadores da proposta de democracia também tinha lá suas ideias de liberdade.
Uma das frases de Montesquieu encaixa-se na proposta de Franklin:
A liberdade é um bem tão apreciado que queremos ser donos até da alheia.
Por isso, devemos defender a proposta de pensamento e reflexão, antes de advogar a tese de liberdade de expressão irrestrita.
Cenário Brasileiro
Atualmente, após o advento das redes sociais, a interseção entre a liberdade de expressão e a liberdade política ganhou contornos inéditos. No Brasil, primordialmente, esse cenário é complexo, marcado por debates estéreis, polarização política e ameaças à democracia.
As redes sociais, sobretudo, deveriam ser fundamentais para o exercício da liberdade de expressão, #SQN.
Indivíduos adquiriram a capacidade de disseminar suas opiniões instantaneamente, ultrapassando fronteiras geográficas. Desse modo, qualquer um desafia os canais tradicionais de comunicação, inclusive escondendo-se atrás de perfis falsos. Essa falsa democratização, certamente, trouxe consigo desafios que ultrapassam limites de civilidade e respeito.
A polarização atingiu níveis alarmantes, fragmentando a sociedade em bolhas ideológicas muitas vezes incomunicáveis. A liberdade de expressão, nesse contexto, pode ser um catalisador para o debate saudável ou uma ferramenta de desinformação e ódio. E, como se não bastasse, uma mesma opinião é inteligente para uns e pura estultice para outros.
Alguns denominam isso como liberdade política ou, em outras palavras, o poder de expressar o que vem à cabeça de cada um.
Liberdade Política
A emergência de líderes populistas, que consolidam suas narrativas e arrebanham seguidores fervorosos é o efeito. Essa pretensa liberdade política adiciona uma camada de complexidade ao cenário político brasileiro e elege verdadeiros pulhas. O confronto entre diferentes visões de mundo atinge seu ápice nas redes, moldando a opinião pública de maneiras antes inimagináveis.
Além disso, a liberdade política(2) também está intrinsecamente ligada à capacidade de participação cidadã. As redes sociais mostraram-se um instrumento poderoso para a mobilização social virtual. Os movimentos como, por exemplo, as manifestações de 2013 e as recentes mobilizações em defesa da democracia são pueris. Por outro lado, a disseminação rápida de opiniões e informações falsas distorce a realidade e compromete o engajamento político.
Desse modo, quem acha que vive numa democracia ou que existiu uma liberdade política no Brasil, vive na Nárnia ou na Panákia(3).
Definitivamente, o conceito de liberdade, como na bandeira de Minas Gerais ou no lema da Revolução Francesa, não existe no Brasil.
Liberdade
É necessário um contraponto interessante quando “especializamos” uma expressão. Liberdade de Expressão e Liberdade Política originam-se no conceito de liberdade.
Defendo, stricto sensu, defendo do jeitão que Bakunin definiu. Surpreendentemente, temos aqui conceitos de pensadores que vão da extrema-direita à extrema-esquerda, o que deveria nos levar a pensar. As palavras de Bakunin nos lembra que a liberdade não é apenas um luxo, mas sim uma condição vital para o desenvolvimento humano.
Num mundo onde as ideias flutuam livremente, a liberdade(4) desenha-se na matriz cultural, presente na bandeira de Minas Gerais.
P. S.
(*) Rumble é, #IMNSHO, um lixo de plataforma que dissemina lixos de opiniões de muitos perfis que não passam de lixos humanos.
(1) “Entre sem bater – Oscar Wilde – Mal Interpretado”
(2) “Entre sem bater – Honoré de Balzac – Liberdade Política”
(3) “República da Panákia – Da origem ao futuro”
(4) “Entre sem bater – Mikhail Bakunin – A Liberdade ”
Imagem: Entre sem Bater – Benjamin Franklin – A Liberdade de Expressão
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
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