Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” (← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória”). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento de muitos, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. O termo “Democracia Relativa“, quando origina-se, sobretudo, de um general, como Ernesto Geisel, deve merecer muitas ressalvas.
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As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Ernesto Geisel
O General-presidente começou na atividade política numa revolução “tenentista”. A maioria da população não sabe, mas os movimentos tenentistas(1) representam a falácia de todas as revoluções tupiniquins. Em outras palavras, seja Revolução de 30 (Geisel Tenente) ou de 1964, é tudo golpe. Como se não bastasse, esses tenentes estão no poder desde que a Monarquia começou a afundar. Frases de Geisel, que tinha uma cultura acima da média, podiam mostrar que ele contribuiu acima das expectativas e histórico de militares.
Ernesto Beckmann Geisel, ( Bento Gonçalves, 3 de agosto de 1907 – Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1996) foi um político e militar brasileiro. Foi o 29º Presidente do Brasil entre 1974 e 1979, sendo o quarto presidente da Ditadura Militar Brasileira. Filho de imigrantes luteranos alemães, estudou no Colégio Martinho Lutero de Estrela e no Colégio Militar de Porto Alegre, formando-se aspirante a oficial na Escola Militar de Realengo, atual Academia Militar das Agulhas Negras, na arma de artilharia. Ingressou na carreira política ao ser nomeado chefe da Casa Militar do governo do Presidente Castelo Branco, em 1964. Fez parte do grupo de militares “castelistas” que combateram a candidatura do Marechal Costa e Silva à presidência da República. Foi promovido a General-de-exército em 1966 e nomeado Ministro do Superior Tribunal Militar em 1967. Em 1974, candidatou-se à Presidência da República pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA), vencendo com quatrocentos votos (84,04%) a chapa oposicionista de Ulysses Guimarães e Barbosa Lima Sobrinho do MDB, que obteve 76 votos (15,96%).
Fonte: Wikipedia (inglês)
Democracia Relativa
O termo democracia relativa pode ter várias interpretações, e na prolixidade da frase de Geisel, embaralha a cabeça de muita gente. Inegavelmente, o general controlou gregos e troianos e fez com que parecesse um democrata que tinha pouca ojeriza(*) da esquerda. Surpreendentemente, muitos brasileiros acreditam que ele, como presidente, sozinho, foi benevolente ao promover o fim da ditadura.
– “Se é vontade do povo brasileiro eu promoverei a Abertura Política no Brasil…”.
Desse modo, seria necessário uma verdadeira tese para definir e aplicar o que o general defendia como democracia relativa. Certamente, deveria ser algo próximo a uma quase democracia ou uma não-democracia. Por outro lado, devemos reconhecer que o Brasil produz fatos históricos sui generis.
Temos, por exemplo, três que não encontram similares no planeta:
- Brasil Colônia transformando-se em Metrópole e Reino Unido;
- Independência do colonizador por acordo e dívida financeira;
- Proclamação da República por golpe ;
- Revolução de forças armadas sem participação popular;
- Tentativa de golpe com minuta de decreto intervencionista.
Enfim, a lista é grande e ainda tem gente que pensa estarmos vivendo numa democracia relativa ou oligárquica.
Democracia Guiada
“Amanhã tem mais …”
P. S.
(*) Atribui-se a Ernesto Geisel a frase: “Tu sabes perfeitamente que eu não sou infenso às esquerdas” em declaração a outro general.
(1) “Entre Sem Bater – Murillo de Aragão – O Neotenentismo do Século XXI”
(2) “Entre Sem Bater – Charles de Gaulle – Sistema Político”
(3) “Entre Sem bater – Benjamim Franklin – A Liberdade de Expressão”
Imagem: Entre sem bater – Ernesto Geisel – Democracia Relativa
Nota do Autor
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