Entre Sem Bater - Paulo Henrique Amorim - PIG, um Partidão

Entre Sem Bater – Paulo Henrique Amorim – PIG, um Partidão !

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Paulo Henrique Amorim, ou PHA, foi um jornalista “fora da curva”. Certamente, ao criar e descrever o que era a expressão PIG, arrumou muita confusão.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Paulo Henrique Amorim

Um jornalista contemporâneo que, inclusive, atuou nas redes sociais com atividades de um verdadeiro jornalista. Até seus últimos dias de vida sustentou a ideia de que o PIG era forte, mas ele não venceu seus opositores e déspotas. Podemos dizer que PHA era um dos poucos a fazer autocrítica sobre o papel mesquinho e manipulador da mídia. Podemos dizer que ele não se encaixava na ideia da imprensa(*) de Pulitzer.

Paulo Henrique dos Santos Amorim (Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1943 — Rio de Janeiro, 10 de julho de 2019), também conhecido pela sigla PHA, foi um jornalista, escritor, sociólogo e cientista político. Atuou como jornalista e comentarista de política para muitas das maiores redes de mídia de massa brasileiras, como Rede Manchete, Grupo Abril, Jornal do Brasil, TV Globo, Rede Bandeirantes e TV Cultura. A partir de 2003, trabalhou na TV Record. Em modo online, trabalhou para ZAZ, Terra, UOL e iG. Ele também criou um portal independente chamado Conversa Afiada, “localizado em algum lugar da Web 2.0”. Entre 2006 e 2019, foi apresentador do Domingo Espetacular pela Record TV.

Fonte: Wikipédia (português)

PIG

Ao definir o Partido da Imprensa Golpista (PIG) muitas coisas deveriam chamar a atenção do eleitor que não se liga em partidos políticos. Entretanto, o eleitor brasileiro, a cada eleição, amplia a sua ignorância e seu analfabetismo político. Tudo aquilo que atribui-se ao analfabeto político do texto que todos conhecem, é a realidade que o PIG e seus asseclas praticam. Como se não bastasse, agora parte dos influenciadores das redes sociais elegem-se ou influenciam para eleger verdadeiros porcos.

A relação entre a imprensa e a verdade é um tema de debate constante. Notadamente, quando sob a ótica de figuras críticas como Paulo Henrique Amorim, Juca Chaves e Joseph Pulitzer. Esses três nomes, apesar de suas abordagens, compartilham algo em comum: o poder da imprensa na opinião pública e na preservação da verdade.

Partido da Imprensa Golpista

PHA foi uma das vozes mais críticas da imprensa nacional, especialmente durante os períodos de crise política no Brasil. Amorim cunhou o termo “PIG” para descrever a aliança entre grandes veículos de comunicação e interesses políticos e econômicos do país. Segundo PHA, o objetivo da mídia era e ainda é, sem dúvida,  manipular a opinião pública em prol de agendas específicas.

Para Amorim, o “PIG”, é responsável por manipular informações, distorcer fatos e, em alguns casos, até mesmo promover golpes políticos. Tudo como forma de atender, inquestionavelmente aos interesses de elites econômicas, oligarquias e grandes anunciantes. Ele acreditava que a mídia corporativa se comportava como um partido político. Contudo, a mídia nunca teve a responsabilidade ou sofreu o escrutínio que partidos políticos reais enfrentam. Assim sendo , ao invés de informar o público de forma imparcial, a imprensa se tornaria um agente ativo na criação de crises. Em outras palavras, a desestabilização de governos que se alinham com os interesses das oligarquias sofrem.

Essa visão crítica de Amorim e uma desconfiança crescente em relação à mídia. Certamente, muitas pessoas acreditam que os veículos de comunicação não atuam mais como guardiões da verdade, mas como instrumentos de poder. Para ele, a imprensa tinha compromisso com a verdade, mas sim com a manutenção do status quo e com a promoção de interesses específicos.

Imprensa Séria

O humorista e compositor Juca Chaves, com suas sátiras sobre a sociedade e a política brasileiras, ofereceu uma visão irônica e crítica sobre a imprensa. Uma de suas frases mais célebres é: “É uma imprensa séria(1) que se pagar até diz a verdade“. Essa afirmação, embora dita em tom de brincadeira, revela uma verdade desconfortável sobre a relação entre a imprensa e o poder econômico.

Para Juca Chaves, a imprensa séria, ou seja, aquela que se apresenta como imparcial e objetiva, sempre tem seu preço. Essa ideia levanta questões importantes sobre a integridade jornalística e a influência do dinheiro nas redações. Se a verdade está à venda, então a função primordial do jornalismo – informar o público de maneira precisa e justa – inexiste.

A crítica de Juca Chaves se aproxima da de Amorim ao sugerir que a imprensa está longe de ser uma instituição independente e vigilante. Adicionalmente, sujeita-se ou promove a corrupção ou influencia personagens através de interesses econômicos. Isso enfraquece, com toda a certeza, a confiança do público na mídia. Alimenta, outrossim, a percepção de que a verdade é uma mercadoria, acessível apenas a quem pode pagar por ela.

Público Vil

Joseph Pulitzer, um dos maiores nomes da história do jornalismo, tinha uma visão profunda sobre a relação entre a imprensa e o público. Embora seu legado na promoção e valorização do jornalismo de qualidade, Pulitzer também fez críticas contundentes sobre a imprensa. Em tempos que a imprensa (jornais impressos) eram o maior canal de comunicação, ele viu o potencial da imprensa em corromper o público.

Pulitzer alertava que, se a imprensa fosse irresponsável, o público se tornaria tão vil quanto ela. Essa ideia reflete a noção de que a mídia tem um poder imenso na formação da consciência pública. Desse modo, a irresponsabilidade jornalística pode levar à degradação moral e intelectual da sociedade.

O ícone do jornalismo acreditava que a imprensa tinha um dever cívico: educar e informar o público de maneira honesta e ética. Entretanto, ele também reconhecia que a busca incessante por lucro e sensacionalismo poderia corromper essa missão. Por isso, ele viu o jornalismo se transformando em um instrumento de manipulação, ao invés de um guardião da verdade. Visões bem próximas da manifestação de PHS e da ironia de Juca Chaves.

A visão de Pulitzer sobre a imprensa cínica(3) e seu público é especialmente relevante no contexto atual. Por exemplo,  o jornalismo sensacionalista e as fake news proliferam nas redes sociais e nos veículos de comunicação tradicionais. Desta forma, o público que acompanha esta imprensa ou falsa mídia, torna-se tão vil quanto seus ídolos midiáticos. Se a imprensa se dedica mais a entreter do que a informar, ou a servir interesses econômicos, o público também se torna cúmplice desse processo. Por isso, vivemos num mundo de absorção e perpetuação das distorções e mentiras que surgem na mídia.

A Verdade

A combinação das críticas de PHA, Juca Chaves e Pulitzer nos oferece uma visão complexa e, em muitos aspectos, sombria da imprensa. Por um lado, temos a noção de que a mídia tece a cooptação dos interesses econômicos e políticos. Por outro lado, a reflexão de Pulitzer nos lembra que o público, ao consumir passivamente ou até ativamente, é conivente. Em outras palavras, ao propagar meias-verdades ou informações falsas, também contribui para a degradação do espaço público.

A verdade sobre a imprensa, portanto, parece residir em um equilíbrio que não está presente em nossa sociedade tupiniquim. A imprensa deveria ser responsável, independente e “de rabo preso” com a verdade. No entanto, essa responsabilidade também se estende ao público, que precisa ser crítico e exigente em relação às informações que consome.

Quando a imprensa falha em seu dever, e o público aceita essa falha sem questionar, a verdade se torna uma vítima nesse processo. A busca pela verdade deve ser um esforço coletivo, onde tanto jornalistas quanto o público se comprometem a defender a integridade da informação. É tarefa de todos resistir à tentação de manipular ou sofrer manipulação, mas muitos atuam na contramão destas atitudes.

Em um mundo onde a desinformação pode se espalhar rapidamente, a defesa da verdade é mais importante do que nunca. A imprensa deve ser um farol de honestidade e clareza, e o público, um guardião vigilante dessa missão. Somente assim poderemos garantir que a verdade prevaleça em meio à cacofonia de vozes e interesses que permeiam o espaço público.

Inteiro Teor

Enfim, PHA explicou seu pensamento e a aplicação dele na história do Brasil. Inquestionavelmente, podemos dizer que não vivemos numa democracia. É provável que poucos países possuam uma democracia plena(3), mas o Brasil certamente não é um deles.

A frase lapidar:

Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PIG, Partido da Imprensa Golpista”.

Surpreendentemente, os cidadãos brasileiros gostam de atacar a imprensa quando esta não agrada as suas convicções. Se a Direita, Centro ou Esquerda, não importando a definição dessas posições políticas acham que o PIG é real, temos um problemão. Com efeito, o Partido da Imprensa Golpista é um partidão, que se não eleger seu presidente favorito, tira o que lá está, desde 1889.

 

Amanhã tem mais …

P. S.

(*)  Atualmente, até para definir o que é ou não é imprensa e jornalismo está complexo. São tantos os canais de comunicação e com baixíssima qualidade dos comunicadores que concordamos com todas as críticas à mídia.

(1)  “Entre Sem Bater – Juca Chaves – Imprensa Séria

(2) “Entre Sem Bater – Joseph Pulitzer – Imprensa Cínica

(3) “Entre Sem Bater – Aristóteles – A Democracia

 

Imagem: Entre sem bater – Paulo Henrique Amorim – PIG, um Partidão

Nota do Autor

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