Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Certamente, Paulo Freire sempre teve muito a ensinar, mesmo que os “Opressores” não queiram.
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As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Paulo Freire
O educador e filósofo Paulo Freire sempre demonstrou sua qualificação na prática. Seus trabalhos, como o livro “Pedagogia do Oprimido“, que fala de opressores e suas vítimas, é altamente pedagógico. Com toda a certeza, as frases deste brasileiro com reconhecimento planetário, serão uma constante na trilha “Entre sem bater”.
Paulo Reglus Neves Freire OMC (Recife, 19 de setembro de 1921 – São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador e filósofo brasileiro. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial. É um dos principais defensores da pedagogia crítica. seu trabalho “Pedagogia do oprimido” influencia pedagogos no mundo inteiro. O livro é o terceiro mais citado nas Ciências Sociais, desde 2016, de acordo com o Google Scholar.
Fonte: Wikipedia (Português/Inglês)
Opressores
É provável que as obras de Paulo Freire, como suas “Pedagogias” produzam a cada parágrafo uma frase que deveria provocar reflexão a todos. Do mesmo modo, cada pessoa, especialmente no Brasil, que critica Paulo Freire, deveria ao menos ler as frases e pensar. Certamente, não é de se esperar que os críticos leiam os livros do recifense pois seria exigir muito destas pessoas. Educadores e pedagogos no mundo inteiro reverenciam o autor pensador brasileiro, e grande parte dos brasileiros não passa da leitura dos títulos.
Oprimidos e opressores
O livro, que trata daqueles que são vítimas dos opressores, traz a ideia do papel que quem pratica e que sofre a opressão.
Em seu capítulo inicial, sobre os opressores, existem algumas frases que definem bem este comportamento.
- Os oprimidos, em vez de lutar pela libertação, tendem a se tornar opressores
- Eles não têm consciência de si mesmos como pessoas ou como membros de uma classe oprimida.
- Os oprimidos encontram nos opressores seu modelo de ‘masculinidade‘.
- O comportamento do oprimido é um comportamento prescrito, pois segue as diretrizes do opressor.
Fonte: Wikiquote
Andragogia e Oportunismo
A pedagogia do oprimido no mundo moderno das redes sociais é, na realidade o paradoxo da andragogia do oprimido e o oportunismo dos opressores.
No contexto, a pedagogia proposta por Paulo Freire emerge como um guia relevante para compreender e transformar as dinâmicas sociais e educacionais. O pensamento do educador, a partir da libertação dos oprimidos, ganha nova relevância no universo virtual. Certamente, as relações humanas, cada vez mais, têm o viés do oportunismo dos opressores.
A andragogia, conceito que se refere à educação de adultos, torna-se crucial nesse cenário. As redes sociais, embora sejam espaços de interação e compartilhamento, também reproduzem estruturas de poder e opressão. Desse modo, a pedagogia se desloca para a andragogia do oprimido, com abordagem na emancipação dos adultos em ambientes digitais.
Freire, sem dúvida, destacava a importância da conscientização como ponto de partida para a transformação. Por outro lado, a necessidade de os adultos compreenderem as dinâmicas de poder das redes sociais é um mistério. A conscientização sobre as estratégias de manipulação e o controle da informação é essencial para agirmos de forma crítica e autônoma.
Oportunismo
A lógica do oportunismo dos opressores, normal nas redes sociais, se manifesta através da disseminação de informações falsas em massa. Como se não bastasse, o controle algorítmico que direciona o acesso à informação e a exploração dos vulneráveis, é comum. Por isso, uma andragogia do oprimido deveria desconstruir esses mecanismos opressores. É provável que, somente capacitando os adultos a reconhecerem as armadilhas do mundo digital, tenhamos uma cidadania de forma plena.
No ambiente virtual, a educação emancipadora proposta por Freire deve abordar temas que não estão na pauta. Inquestionavelmente, a alfabetização digital crítica, análise de fontes de informação e desenvolvimento de habilidades, combateriam a manipulação. A formação de adultos capazes de discernir a verdade da falsidade no universo online é um passo crucial para a construção de uma nova sociedade.
A interatividade das redes sociais deveria ser como uma ferramenta pedagógica, uma arma contra a ignorância. A andragogia do oprimido deve destacar os espaços de diálogo e reflexão, estimulando a troca de experiências e a consciência coletiva. A colaboração e cooperação entre adultos na busca por conhecimento deveria substituir o egocentrismo. A resistência ao oportunismo dos opressores é fundamental para a construção de novas redes virtuais.
Futuro Andragógico
Assim sendo, é público e notório que até a distinção entre pedagogia e andragogia se faz necessário e com todas as explicações necessárias. Os perigos do mundo digital ameaçam o mundo real em todos os setores da sociedade. Dogmas, crenças e mitos avançam com suas mentiras de maneira assustadora e totalmente sem controle. Iludem-se aqueles que pensam que filtros e legislações vão conter os déspotas e pregadores de púlpito.
Nesse ínterim de tempos obscuros e desinformação, é preciso estar atento ao perigo da alienação digital. A superficialidade e falsidade das interações humanas nas redes sociais substitui o verdadeiro engajamento crítico. A andragogia do oprimido, assim como a própria pedagogia proposta por Freire, busca uma educação que vá além da reprodução de conhecimentos. Estimulando a reflexão e a ação transformadora a partir do compartilhamento de ideias, poderemos avançar..
No mundo moderno das redes sociais, a andragogia do oprimido representa um caminho para a emancipação dos adultos. A conscientização e o avanço de uma educação crítica e colaborativa são pilares para um ambiente virtual democrático e emancipador.
Mundo cão
Entretanto, os opressores contam com a ajuda de serviçais e outras estruturas oligárquicas para eternizarem suas maldades. Atualmente, está na moda dizer que a “normalização” destas maldades chegou nas redes sociais e muitos dos que sofrem opressão sonham em se tornarem opressores.
Em outras palavras, as redes sociais expuseram, de maneira perversa, que o sonho de muitos não é ter liberdade, mas ser opressor. Querem determinar o comportamento de seus seguidores. A Polícia Civil de Minas Gerais efetuou a prisão de uma influenciadora digital (opressora), com milhões de seguidores (1).
Em suma, não é preciso dizer muito sobre as frases de Paulo Freire. Leia as frases mostradas anteriormente, leia a matéria do link(1) e a influencer mineira. Faça uma reflexão e determine de qual lado você vai se posicionar, se fica do lado dos opressores, você é igual a eles.
P. S.
A citação de somente uma notícia não significa que estou generalizando. Inquestionavelmente, nossas redes sociais se transformaram no paraíso dos aprendizes de oprimidos querendo tirar a liberdade dos outros.
(1) “Polícia Civil prende influenciadora por incitar ataques a escolas”
Imagem: Entre sem bater – Paulo Freire – Os Opressores
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
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Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.