Entre sem bater - Chester W. Nimitz - Uma Retrospectiva

Entre sem bater – Chester W. Nimitz – Uma Retrospectiva

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Certamente, a cada final de ano, a frase de Chester W. Nimitz sobre uma “Retrospectiva” fica mais irônica e sarcástica.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente. Uma adaptação textual, com redução, pode ter publicação em sites e outros blogs, como o “Recanto das Letras“.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Chester W. Nimitz

Diz a lenda que Nimitz Sr. previu uma guerra dos EUA contra japoneses e alemães, muito antes de eclodir a 2ª Grande Guerra(*). É provável que a reflexão dele, em retrospectiva, suscitou a sua frase-chave deste texto. A princípio, não creio que frases de militares se inspirem no passado, mas são interessantes para refletirmos. Não deve ser, de fato, uma obra do acaso que USS Nimitz seja alvo de veneração entre militares e o povo estadunidense.

Chester William Nimitz (  24 de fevereiro de 1885 – 20 de fevereiro de 1966) foi um almirante de frota da Marinha dos Estados Unidos. Ele desempenhou um papel importante na história naval da Segunda Guerra Mundial comandando as forças aéreas, terrestres e marítimas Aliadas durante a 2ª Guerra Mundial. Nimitz era a principal autoridade da Marinha dos EUA em submarinos. Foi artífice na obtenção da aprovação para construir o primeiro submarino movido a energia nuclear do mundo, o USS Nautilus. Ele também foi, a partir de 1917, o principal desenvolvedor da Marinha de técnicas de reabastecimento de máquinas de guerra em movimento. Ele foi o último oficial sobrevivente dos Estados Unidos que serviu no posto de almirante da frota.

Fonte: Wikipedia (Inglês)

Uma Retrospectiva

A frase de Nimitz só pode ser uma ironia ou sarcasmo. É provável que sua vivência como almirante o tenha feito pensar como um navio que não precisa olhar para trás. No entanto, diferente de um farol iluminando a popa de um navio, uma retrospectiva é importante, desde que seja racional.

A princípio, uma retrospectiva expressa a ideia de que as pessoas tendem a analisar o passado com mais clareza e precisão do que o futuro.

Essa expressão aplica-se à atualidade, em que vivemos uma enxurrada de retrospectivas nas mídias digitais e tradicionais, pouco inteligentes. Com efeito, essas sínteses chegam às pessoas, que de forma pouco inteligente não usam os fatos de suas retrospectivas pessoais. Desse modo, perde-se muito tempo revendo as mesmas coisas, e desprezando as próximas 24 horas e até o ano futuro.

As retrospectivas são, certamente, uma forma de resgatar, destacar ou relembrar os acontecimentos mais relevantes ou curiosos de um determinado período. Elas, atualmente, possuem diferentes formatos, como vídeos, podcasts, artigos, listas, infográficos, etc.

As mídias digitais e tradicionais costumam, nesses tempos(1), produzir e divulgar retrospectivas anuais para atrair a atenção do público. Assim sendo, geram engajamento, reforçam, supostamente, a sua credibilidade ou simplesmente tratam como entretenimento. Ainda não experimentei uma retrospectiva que apresentasse alguma novidade que não esteve nas chatas retrospectivas semanais.

Retrospectiva ou Perspectiva?

Retrospectiva ou perspectiva: essa é a questão que deveríamos nos fazer. Assim sendo, as retrospectivas não deveriam ser apenas um exercício de nostalgia, memória ou diversão.

Elas deveriam, por exemplo, servir como uma oportunidade de aprendizado, reflexão e planejamento. Afinal, o passado é uma fonte de informação, conhecimento(2) e experiência que pode nos ajudar a compreender o presente e a projetar o futuro.

Muitas pessoas, inquestionavelmente, não aproveitam as retrospectivas gerais para esse fim. Elas se limitam a consumir as retrospectivas gerais, sem questionar, criticar ou relacionar com as suas próprias vivências. Como se não bastasse, a maioria não faz as suas próprias retrospectivas pessoais, talvez por medo do que fizeram. Em outras palavras, não avaliam os seus sucessos, fracassos, desafios, oportunidades, aprendizados etc. que ocorreram ao longo do ano.

E, surpreendentemente, elas não usam as suas retrospectivas pessoais para pensarem o futuro de forma inteligente. Talvez a ironia de Nimitz aqui transforme-se num paradoxo para estas pessoas. Eles não definem objetivos, metas, estratégias, ações, que possam modificar tudo que está ao seu alcance.

Essa atitude é pouco inteligente (sarcasmo ON !) porque ignora a chance de crescimento, desenvolvimento e transformação pessoal e coletiva. Por outro lado, ao desprezar as lições do passado, as pessoas correm o risco de repetir os mesmos erros.

Inteligência

Enfim, nem sempre as mesmas oportunidades ressurgirão, contudo as mesmas dificuldades podem se repetir. Por isso, ao negligenciar o futuro, ou colocá-lo na ‘conta’ dos outros, as pessoas abdicam do controle sobre as suas vidas. Por isso, agir de forma inteligente não é ver o mundo em retrospectiva e sim vê-lo na perspectiva do futuro coletivo.

Em suma, ficam à mercê das circunstâncias, se acomodam, se frustram, viram serviçais e se prestam à manipulação. Portanto, é preciso mudar essa mentalidade e adotar uma postura mais proativa, crítica e criativa diante das retrospectivas.

Em vez de apenas assistir, ler ou ouvir as retrospectivas das mídias digitais e tradicionais, é preciso interagir, comentar, compartilhar, debater. Este posicionamento, contudo, enfrenta sérias oposições daqueles que temem o debate e a transparência, e muitas máscaras caem.

Consuma Conhecimento

Por outro lado, antes de consumir as retrospectivas midiáticas, é preciso produzir as suas próprias retrospectivas pessoais. No entanto, com toda a certeza, a maioria das pessoas proclama que faz assim, mas de forma confusa, mentalmente e operacionalmente.

É, sem dúvida, impossível fazer uma retrospectiva sem utilizar as ferramentas, técnicas ou métodos que facilitem esse processo. Por isso, cada pessoa usa uma infinidade de tecnologias que são inúteis, mas ignoram muitas destas tecnologias que são de graça.

Por exemplo, se uma pessoa utilizar uma agenda eletrônica, poderá ter áudios, imagens, textos em retrospectiva a qualquer hora. Quem assim o faz não tem problemas com retrospectiva e perspectivas futuras.

E, principalmente, em vez de apenas fazer retrospectivas, é preciso fazer projeções, ou seja, antecipar situações de acordo com seu conhecimento. Dessa forma, é provável que muitas coisas que podem afetar as nossas vidas no futuro estejam visíveis e não sabemos como lidar com esses indícios.

Em suma, só poderemos usar as retrospectivas como um meio para evoluirmos, individualmente e coletivamente, e não como um fim. Desse modo, estaremos mais preparados, mais conscientes(3) e mais propensos a ajudar o próximo. As retrospectivas podem ser como uma ponte entre o passado, o presente e o futuro, que não precisa esperar um final de ano.

Amanhã tem mais …

P. S.

(*)  Chester W. Nimitz Jr. declarou , bem depois da morte do pai, que ele disse sobre a guerra nos anos 1930.

 

(1) “Entre sem bater – James Weinstein – Nesses Tempos

(2) “Entre sem bater – John Locke – O Conhecimento

(3) “Entre sem bater – Albert Schweitzer – A Consciência

 

Imagem: Entre sem Bater – Chester W. Nimitz – Uma Retrospectiva 

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

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