Dia da Itália
Hoje, a República da Itália completou 72 anos. O Dia da Itália nos remete, bem anteriormente, a uma monarquia unificada, que existiu de 1861 até 1946. A maioria dos estados estava sob domínio de outras nações e unificou-se no movimento denominado Risorgimento.
Enfim, vivemos tempos muito confusos !
O Príncipe Azul – Da Origem
Algumas datas são, misteriosamente, curiosas. O dia 2 de cada mês é a data da coluna sobre filosofia e as coisas do Cruzeiro. A ideia foi gestada durante muito tempo e, no final do ano passado, em dezembro (28), publiquei a primeira coluna com o título ´O Príncipe Azul – Filosofando Maquiavelicamente`.
Naquela coluna origem, meio fora os padrões de data de publicação que adotei. Dois de janeiro é o aniversário do Cruzeiro e, portanto, em 2018, o início da nova administração. Após um processo sucessório que durou mais de um ano e não foi o que poderíamos definir como pacífico.
Calhou dos seis meses da coluna completados no Dia da Itália.
Coincidência? Vai saber … !
História do Dia da Itália
Esta data é o Dia da Itália pois, em 1946, aquele Estado-Nação tornou-se uma República Parlamentarista. Uma jovem república.
Mal comparando, nosotros (Terra de Santa Cruz), estamos quase no ano 130 de republicanos e quase 200 de independência. Se bem que ainda não superamos a fase de democracia guiada. Portanto, alguma coisa deve estar muito errada. E não é culpa deste ou daquele partido que habita as autorizações do TSE nos dias de hoje.
A diferença são os políticos ou o povo?
Neste momento, alguns que me acompanham devem estar confusos e conspirando.
Certamente estão dizendo “… mas o Evandro não fala que não se pode misturar política e futebol? Ele está misturando!…”
Destarte, como num jogo de tabuleiro, volte três casas, releia a frase de Musashi (na coluna) e fique uma vez sem jogar.
Filosofando Maquiavelicamente
Na coluna introdutória da trilha d´O Príncipe Azul do final de dezembro de 2017, eu tentei explicar ´… Entendo que política, religião e futebol, não devem se misturar em nenhum debate. Mas, ao contrário do que pregam déspotas esclarecidos e seus aprendizes, todos estes temas devem ser discutidos, em tese, e em bases filosóficas e/ou fundamentadas …`. E mantenho a mesma opinião.
Virtudes de Outrem
Logo após, abordei a questão que me preocupava sobre as contratações de alto custo, mais precisamente, a do atacante Fred. Certamente tenho ciência do risco que corri.
A analogia era sobre o Capítulo VII ´Dos Principados Novos que se Conquistam com Armas e Virtudes de Outrem`.
Assim sendo, é factível a analogia de como o novo presidente ´conquistou` seu ´novo principado` sem seus próprios recursos, armas e virtudes. Poucos entenderam. Talvez, seis meses depois, uma releitura seja profícua, na sugestiva data de Dia da Itália
Aduladores
Na segunda publicação, a ideia era traduzir a situação que eu vislumbrava e que, de certa forma, estava sendo submetido. Encontrei no Capítulo XXIII ´De como se Evitam os Aduladores`, ainda d´O Príncipe Azul, a analogia é quase perfeita. Quase porque surgiram mais perguntas pueris e ataques pessoais do que compreensão do contexto.
Talvez, porque os tifosi não sejam muito dados a misturar editorias ou estejam buscando mesmo seu lugarzinho ao sol, mesmo se for o Dia da Itália. Falar de aduladores é uma coisa complicada. Principalmente os que estão de um lado durante a ´guerra` e que resolvem mudar de forma conveniente.
Desse modo, aduladores passam fácil à condição de espiões, da pior espécie. Devem pensar assim: “antes ser um adulador com benesses do que um questionador sem direito a nada“.
É mais ´democrático` !
Palavra Dada
O Capítulo XVIII tem o título bem claro, ´De que Forma os Príncipes devem Guardar a Fé da Palavra Dada`.
Estava referindo-me, especificamente, à questão do vitorioso Futebol Americano, assim como sobre a parceria Eagles/SADA. O rompimento com a equipe Imperadores de Juiz de Fora, e a forma de rompimento com o parceiro anterior mostram muito. A palavra dada pode manter a credibilidade d´o Príncipe, uma vez que, quando assume um compromisso deve honrá-lo.
Sem dúvida, nem vale a pena explicar muito, a instituição Palestrina só perdeu. Algo que levou o nome CRUZEIRO até as hostes globais da NFL, agora tá no lixo.
Maquiavel estava certo, foda-se a palavra dada, ´… o Príncipe pode fazer o mal ou o bem quando quiser …`.
Agradável às tropas
No quarto episódio escrevi com muito prazer, o que não significa que tenha sido mais fácil para la gente entender.
Precipuamente, não usei Maquiavel. Com o propósito de ampliar o pensamento dos torcedores, preferi um pensamento/estratégia de Miyamoto Musashi (O Livro dos Cinco Anéis). Nenhum comentário aberto no site, poucos e-mails recebidos ( a menor audiência ), ainda não encontrei a explicação. Entretanto, depreendi, como dizemos entre blogueiros e articulistas, que ´… às vezes escrevemos tão bem que só a gente entende…`.
Tá, ´presunçoso` e outros ´elogios` eu tiro de letra. Naquela coluna, adaptei meu pensamento numa frase ´… A um príncipe, pouco importa as conspirações e traições, desde que seja amado e respeitado pelo seu povo, pela sua torcida, por la gente …`. A coluna era sobre comentários dos cruzeirenses que chamaram o presidente de ´raiz`. Tudo por contas dos selfies tirados nas areias de uma praia carioca.
Em suma, até de ser invejoso fui acusado, por não ter a “capacidade” de estar junto com o presidente.
Vamos em frente !
Desprezado e Odiado
Trinta dias antes do Dia da Itália, fiz uma certa mudança de planos. De acordo com uma conversa que nem era sobre o Cruzeiro, surgiu a questão de ser amado e/ou odiado.
Maquiavel, no Capítulo XIX ´De Como se Deve Evitar o Ser Desprezado e Odiado`, aborda a complexidade de se EVITAR desprezo e ódio. Dizia ele, ´… desde que não se tirem aos homens os bens e a honra …` o Príncipe não será desprezado e odiado. (P. S. Maquiavel não usou odiado, entretanto, a história moldou esta dicotomia).
Os fins justificam …
Alguém, de forma canalha, em algum momento associou isto a algo do tipo ´… os fins justificam os meios …`. Questão já abordada por mim, inclusive em espaços espaços que dizem respeito a torcedores que, surpreendentemente, defendem desonestidade, traição, roubo tudo em nome de títulos (bens) e imagem na mídia (honra).
Depois que vi reações de algumas pessoas, deduzi que, certamente, não falamos a mesma língua. Para ser amado, não basta ´evitar` ser desprezado e odiado.
Torcedores de futebol não são bons em significado específico das palavras. Usam-nas como papagaios e compartilhadores de fake news. Em tempos de redes sociais é tudo cartesiano, curte ou não curte (não curtir = eu te odeio !), é 8 ou 80 e, certamente, debate não está na pauta.
Licença poética
Sei que a licença poética da coluna anterior não funcionou muito bem, na cabeça de vários cruzeirenses. Entretanto, resolvi ampliar minhas ´licenças poéticas` nesta trilha. O Dia da Itália mostra que não só italianos e oriundi. tem o “direito” de torcerem para os Palestras.
Este mês, além do ´revival`, vou ser objetivo. Falarei sobre o Capítulo II ´Dos Principados Hereditários`. Capítulo curto mas, substancialmente importante na obra de Maquiavel e nas nossas analogias e transposições poéticas.
Nosso Estado-Nação ( la gente, tifosi, hinchas, tólfan etc ) pode não ser afeiçoado ao príncipe de plantão e à sua família.
Principalmente os oriundi não tem afinidade e trarão dificuldades ao Príncipe.
Se ´… extraordinários defeitos (grifo meu) não o fazem odiado …` as novidades, as memórias passadas, as inovações e mimos, igualmente, não são facilmente esquecidas.
Gran Finale ou só o Dia da Itália?
Dirigentes, comissões técnicas, jogadores e funcionários ou quem recebe muito dinheiro por pouco ou nenhum trabalho, passam. São como os aduladores tratados em ´episódio anterior`. Até podem enganar a poucos durante muito ou todo o tempo, entretanto, um dia a casa cai. O tempo é senhor da razão. O Estado-Nação fica, o povo fica. A história até pode se contada pelos serviçais de plantão, mas pode ser revisada.
Homenagem
A belíssima homenagem prestada à Itália, no confronto entre Palestra “Mineiro” e Palestra “Paulista” deve causar espécie e inveja. Os Palestras eram, até a década de 70, irmãos, dentro e fora de campo, mas a imbecilidade humana é infinita. Ao menos o “Dia da Itália” serviu para mostrar que nem tudo está perdido.
O Dia da Itália não deve ser confundido com o Dia da Imigração Italiana no Brasil. Por isso, não sou muito fã destas datas e já falei sobre esta minha ojeriza num Dia do Motociclista.
Portanto, muito cuidado Príncipe, La gente pode se rebelar e a resistência existe !
P.S – Este texto é uma adaptação da coluna publicada no site Cruzeiro.Org (clique no link para visualizar a versão original), na trilha “O Príncipe Azul”.
Imagem: Reprodução Internet
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
- Observações, sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são bem vindas.
- Coloquem aqui, nos comentários, ou na página do Facebook,associada a este Blog.
- Alguns textos são revisados, outros apresentam erros (inclusive ortográficos) e que vão sendo corrigidos à medida que tornam-se erros graves (inclusive históricos).
- Algumas passagens e citações podem parecer estranhas mas fazem parte ou referenciam-se a textos ainda inéditos.
Agradeço a compreensão de todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.