Democracia
A democracia pode ter vários significados. Certamente, os gregos não imaginavam a confusão que arrumaram ao “criar” a palavra Democracia. Acima de tudo, imaginavam (pobres coitados !) que o povo estaria no poder numa democracia. É provável que estes conceitos estavam no currículo educacional de Julian Assange. Contudo, os mesmos conceitos tiveram desvios durante a carreira profissional no cidadão estadunidense.
Uma definição simplória, a partir da composição de demokratia, composta por demos (povo) e kratos (poder). Acrescente-se que isto é uma grande falácia de que este “poder” chegar, em algum momento, através do sufrágio universal.
Lembro-me da passagem do filme “Tropa de Elite“, como o personagem Capitão Nascimento, ensinando aos seus subordinados, a origem e significado da democracia. Para, logo depois, dizer, com pouca educação e aos gritos “Pede para sair“.
Certamente, pouca gente entendeu a metáfora, e o Assange está a entender !
Democracia e Eleições
As eleições estadunidenses sempre foram, midiaticamente falando, um exemplo de democracia. Sem dúvida, um engano monstruoso.
Uma discussão estéril (aliás não existe a discussão coisa nenhuma!) sobre se este ou aquele país é uma democracia. 99% dos cidadãos do planeta tem definições completamente diferentes sobre democracia (exceto aqueles que estão sob ditaduras democráticas).
Confundem tudo, desde sistema de governo até o fato dos cidadãos votarem ou não. Sempre com o propósito de ter meias-verdades.
Não dou palpites nas “democracias” alheias, a menos que identifique brasileiros metendo os pés pelas mãos. Alguns anos atrás, tive indicação para uma posição denominada “roster advisor” para assuntos eleitorais, da ONU. A coisa desandou pois algumas pessoas, no meu país, entenderam que eu não podia falar certas coisas. Eleições, máquinas de votar e democracia, guiada ou não, são temas que os déspotas proíbem para os divergentes.
Enquanto isso, vivenciamos uma luta que não está sendo colocada na mídia global, especialmente em países pouco democráticos. Esta luta é falaciosa, do jeito que a mídia e seus interesses escusos desejam. A luta tratava-se da disputa do candidato do Partido Democrata, à sucessão de Obama.
Enfim, sou daqueles que tem o ceticismo elevado para democracias bipartidárias e que acham natural as eleições feitas por “colégios eleitorais”. E os detratores criticam eleições indiretas em países socialistas e comunistas
Diante disso, a origem da minha grande desconfiança neste tipo de democracia guiada e falsa.
Julian Assange
Nesse ínterim, entra o mistério da privacidade e segurança da informação, ou seria uma democracia em vertigem?. Julian Assange ( Wikileaks ), em matéria da agência EFE, escreveu que apoiaria Bernie Sanders contra Hillary Clinton, na indicação da vaga dos Democratas.
Surpreendentemente, constato que muitos brasileiros apoiaram o candidato republicano. Lamentável !
Inquestionavelmente, não gosto dos Democratas e tampouco dos Republicanos. Fico com a sugestão do Assange, ele tem muita credibilidade no que diz. E ainda tem cacife para provocar muitos “estragos” mundo afora.
Vamos aguardar !
Democracia Estadunidense
Os Estados Unidos da América se autodeclaram a nação mais democrática do mundo. Eles se orgulham de seus valores de liberdade de expressão, liberdade de imprensa e governo transparente. No entanto, o caso de Julian Assange levanta sérias questões sobre a democracia americana.
Assange é um jornalista e ativista australiano que fundou um site que publica documentos confidenciais. Em 2010, o Wikileaks publicou uma série de documentos secretos do governo dos Estados Unidos. Os documentos incluía relatos de tortura e assassinatos de responsabilidade dos soldados americanos no Iraque e no Afeganistão.
O governo dos Estados Unidos acusa Assange de espionagem por divulgar essas informações. Desse modo, as acusações que pesam contra ele podem resultar numa condenação de até 175 anos de prisão.
Em outras palavras, a perseguição contra Assange é, de certa forma, um grande ataque antidemocrático à liberdade de expressão e à imprensa. Assange não é, sem dúvida, um espião; é um jornalista que exerceu seu direito de divulgar fatos importantes de interesse público.
O governo dos Estados Unidos acusa Assange de colocar em risco a segurança nacional. No entanto, mesmo com os documentos não revelando segredos militares ameaçando a segurança dos EUA, ele é o alvo. Na verdade, a revelação de crimes de guerra que os EUA protagonizou, revelam pouca democracia e liberdade.
Ataque antidemocrático
A perseguição a Assange é também um ataque à democracia. O governo dos EUA tenta silenciar um jornalista que revelou informações que incomodam os déspotas. Um cidadão que não é natural dos Estados Unidos, certamente, não entende a situação de perseguição. Um país que se autodeclara democrático perseguindo um jornalista, no seu direito de informar, é anacrônico.
É provável que algumas possíveis explicações para essa aparente contradição estejam na mente de muitas pessoas:
- Hipocrisia. Os EUA defendem a democracia, mas só quando isso lhe convém. Quando ameaça seus interesses, o governo dos Estados Unidos cuida de usá-la para silenciar seus críticos.
- Preocupado com a imagem. Os EUA não querem que o mundo saiba sobre os crimes de guerra durante as intervenções em outras nações. A perseguição a Assange é uma tentativa de esconder esses crimes e outras atividades que causam as guerras.
- Controlar da informação. O governo estadunidense quer que o público apenas saiba o que o governo quer que ele saiba. A perseguição a Assange é uma tentativa de silenciar vozes dissidentes.
Qualquer que seja a explicação, a perseguição a Julian Assange é um ataque antidemocrático. Por isso, temos que lembrar que mesmo as democracias, pretensamente estáveis, podem ser corruptas e repressivas.
Hipocrisia e Democracia
Fico com a opinião que retratei num texto intitulado “A Trincheira da Hipocrisia“.
Nesse meio tempo, em que a democracia no Brasil estava sendo jogada no lixo, nossa Constituição sofreu um grande revés. As palavras de Gramsci mostram-se, cada vez mais, contemporâneas no Brasil no mundo falsamente democrático.
"Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que viver significa tomar partido". Não podem existir apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes." Antonio Gramsci
“O Analfabeto Político” de Bertolt Brecht traduz minha visão sobre o cidadão do “bem” brasileiro, especialmente aquele que habita redes sociais pueris e rasteiras. Em outras palavras, é uma clara demonstração do quanto temos de gente covarde e analfabeta nas usando tecnologia.
Em suma, por muito mais educação e menos tecnologia inútil e de usuários estultos !
(*) Revisado e atualizado em janeiro de 2023
Foto: Reuters
Nota do Autor
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