A tunga da Concessão OI
Em primeiro lugar, está em curso a maior recuperação judicial (eufemismo para concordata) que já existiu no país. Certamente a esta grande “recuperação” seguirão outras, mais ou menos de forma despudorada. A Concessão OI não vai afundar sozinha e é provável que nem afunde, “… quem tem padrinho não morra pagão”.
Contudo, vai levar muitos, a maioria é de gente honesta, ao desespero e até falência. Estes fraudadores e sonegadores não merecem consideração e vão sair atropelando todos que são seus terceirizados, quarteirizados, pejotizados, com trabalho precarizado, da mesma forma que aconteceu com grandes corporações como ENCOL e bancos como o NACIONAL.
Grandes tungas
Tungas como a que beneficia a concessionária OI não são raras, entretanto, deste tamanho, nunca houve nada igual. Por exemplo, se somarmos as quatro maiores recuperações judiciais do país, antes da OI, não chega ao valor da tunga-master que a concessionária de telefonia protagonizará.
Em outras palavras, é preciso somar as maiores 9 (nove) quebras, a maioria fraudulenta e com apoio de setores do governo, para equiparar a uma única recuperação da Concessão OI.
Empresa/Passivo (R$)
1º Oi – R$ 65,4 bilhões
2º Sete Brasil – R$ 19,3 bilhões
3º OGX- R$ 12 bilhões
4º OAS – R$ 11,15 bilhões
5º Schahin – R$ 5,85 bilhões
6º OSX- R$ 4,57 bilhões
7º Grupo Rede – R$ 4,1 bilhões
8º Wind Power Energia – R$ 3,04 bilhões
9º Abengoa – R$ 2,66 bilhões
10º Renuka – R$ 2,33 bilhões
Caso à parte
Observa-se que todas ou quase todas empresas de maiores valores de recuperação (as maiores dívidas), inegavelmente, viveram das benesses e remissões do erário. Sonegam, pedem revisões e fazem recursos (tai o CARF para não me deixar mentir), com o propósito de “maximizar” o lucro sobre o dinheiro de seus clientes que pagam contas e do governo.
Portanto, o caso da OI é mais grave; a empresa utilizou-se de muito dinheiro público, via BNDEs, para tornar-se a maior empresa de telefonia fixa do país. Construiu o monopólio de telefonia fixa, demitiu, terceirizou, quarterizou, fez e aconteceu, sobretudo com dinheiro público.
Má gestão da Concessão OI
Em suma, uma empresa de telefonia, operando a base fixa e móvel, com planos mirabolantes e dispondo de recursos abundantes da privatização e investimento. Nesse ínterim, acumula mais de R$65 BILHÕES de dívidas com “insuspeitos” desvios e doações de campanha. Aprisiona milhares de trabalhadores e seus familiares pendurados nas contas e tendo a certeza que vão pagar o pato.
Enfim, onde entra a garantia que as empresas da iniciativa privada pedem para todo cidadão quando compra alguma coisa para pagar depois?
Qual o compromisso da Concessão OI e suas terceirizadas e quarteirizadas com os direitos de seus trabalhadores?
E o cliente da OI (sou um deles) que já vinha percebendo a baixíssima qualidade nos serviços e constantes mudanças nas regras destes serviços?
Será que os credores e o governo vão deixar esta empresa mal administrada voltar a funcionar?
Poderemos usar a OI como exemplo de péssima privatização e gestão privada?
Perguntas sem Respostas
Surpreendentemente, é curioso ver gestores destas grandes tungas à viúva, também envolvidos com outros golpes e falcatruas, dentro e fora do Brasil não sejam incomodados pela Policia Federal, Receita Federal e outros agentes de autoridades policiais.
Tudo bem que a ANATEL não tem cumprido suas funções básicas, mas atribuir à ANATEL esta dívida da OI é de uma estupidez ímpar. Merece troféu Cavalgadura 2016 quem acha que acabando com a ANATEL a coisa vai funcionar e as dívidas vão diminuir.
Charge: Duke
Nota do Autor
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