O Fla-Flu antes do Tratado das Tordesilhas

Fla-Flu desde as Tordesilhas

Fla-Flu

O termo Fla-Flu foi cunhado por algum jornalista esportivo carioca, precipuamente no auge da expansão radiofônica no país. É provável que, para fazer um apelo mercadológico sobre a rivalidade citadina. Naquele tempo, era necessário torná-la (a rivalidade) nacional igual portugueses e espanhóis com o Tratado de Tordesilhas.

Certamente, eles conseguiram e, além de aumentarem as torcidas, agora utiliza-se o termo para mostrar ao mundo uma rivalidade. Acima de tudo, e de todos, no Brasil é rivalidade sempre, desde o Tratado das Tordesilhas.

Tordesilhas

A princípio, creio ter o direito de opinar sobre fatos históricos, mesmo não sendo historiador. Eu imaginava que o fato histórico mais importante do país (e o mais daninho) fosse a tal “abertura dos portos(*), em 1808. Afinal, aquele D. João VI era um corno e estragou tudo. Entretanto, estou revendo esta opinião (#SQN, não vou revisar nunca !).

O problema vem desde o Tratado de Tordesilhas. Malditos aqueles que lotearam o país e o dividiram entre coronéis, escravos e nativos indígenas. Como se não bastasse, tudo começou com D. João II, antes do descobrimento da terra brasilis, e como o corno do D. João VI ferrou com tudo.

Quando vejo:

  • Um presidente do Senado Federal (donatário de Alagoas), na maior cara de pau, declarando que foi um erro apoiar o golpe. E a população condena a manifestação grevista do dia de hoje;
  • Dezenas de policiais militares (capitães do mato) do Rio de Janeiro sendo presos por facilitarem o tráfico. E os traficantes reclamando do não cumprimento de facilitações da polícia;
  • Um presidente golpista (serviçal de donatários e oligarquias), inclusive com acusação de crime. E os poderes judiciário (capitães do mato) e legislativo (donatários secundários) fazem pouco da acusação;
  • Perseguições promovidas, seletivamente, pelo judiciário (feitores). Nesse ínterim, outros crimes e criminosos sendo ignorados ou anistiados;
  • Personagens em redes sociais (silvícolas digitais) brigando por tudo, acusando a tudo e todos. Surpreendentemente, desligando o teclado e voltando ao mundo real como se nada estivesse acontecendo;
  • Colégio (prepostos de golpistas e escravocratas) particular do sul do país promovendo festa de integração. Ao mesmo tempo, recomenda  que seus alunos usem fantasia de “favelado do Rio de Janeiro“;
  • Notícia de que pode nevar no final de semana no estado do Rio de Janeiro.

Fla-Flu e Tordesilhas

O Fla-Flu não começou hoje, com certeza começou antes do Tratado de Tordesilhas e as malditas capitanias hereditárias. Após a Independência, Abolição da Escravatura, República, duas Guerras Mundiais, Golpe de 64, Copas do Mundo, continuamos na mesma ou piores. NÃO serviram (os fatos) para mudar nossa condição e segregação entre donatários escravocratas, escravos sociais e silvícolas.

Vivemos no Século XXI e temos, até hoje, reflexos de atos e omissões da Idade Média.

Urdiram um golpe, saiu do controle e agora presenciamos a mídia e alguns articulistas enaltecerem uma futura queda da inflação. Como se não bastasse, tecem loas às reformas daninhas, futuro crescimento da economia etc. Certamente, para tentarem manter o golpista até o final de 2018, quando elegerão o representante das oligarquias.

Por outro lado, se tivessem mantido a Dilma como presidente, sangrando dia e noite, poderiam manter o controle de tudo. Agora ferram o país e não apresentam nenhuma alternativa. Da mesma forma que a esquerda bonsai radical faz há tempo.

Assim sendo, 2014 não acabou, 2016 foi um aperitivo, e a tragédia da polarização não vai terminar nunca.

Cortina de fumaça

Enfim, tenho para mim que a inclusão digital e social é cortina de fumaça para enganar incautos. Denomino esta situação como o  “Fla-Flu binário” fratricida. Espero que uma nevasca no Rio de Janeiro sirva para provar que o mundo acabou em 2012. Exatamente como previram os Maias. E, dessa forma, como estamos somente numa transição, alguns podem chamar de purgatório.

A nossa Constituição é uma peça de ficção. Vem com ideias medievais. E como descrito em textos recentes, não pode dar certo. Escrevi em “Dois Brasis é puro reducionismo” que a situação virou um Fla-Flu. Inegavelmente, a prova de que tenho razão aparecerá em breve.

Com toda a certeza, eu não mereço, mas vou pagar caro por isso. Não fui eu que criei ou fomentei este maldito Fla-Flu entre estúpidos.

 

(*)  Ainda imagino assim, 1808 ferrou com a gente, mas para efeito deste texto, vale a retórica

 

Imagem: Estudo Kids

Nota do Autor

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