O Mecanismo
Queria conhecer qual o mecanismo que, de fato, está impedindo o tal meteoro cair na Terra. Com o propósito de acabar com esta bagaça toda, é necessário. Devido à minha impaciência nata, esta espera tornou-se angustiante e estéril.
Em primeiro lugar, assisti à série “O Mecanismo” numa maratona. Adicionalmente, depreendi do conteúdo, das metáforas e outras entrelinhas, o suficiente para ter uma crítica ácida, sobretudo do enredo visto na série. Percebi erros de continuidade; contextos absurdos, passando por locações impróprias, especialmente em Brasília. Contudo, deixo para os neófitos a crítica ao autor, diretor, roteiristas e personagens.
Entretanto, acho que “faiz´parti” deste mundo que acabou e estamos vivendo.
Como se não bastasse, outro absurdo acontece quando entro numa rede social e leio “… Extasiado com a série nacional “O Mecanismo” da Netflix. Todo brasileiro de bem deveria assistir ! …”.
Ao mesmo tempo, quando leio em outras timelines sandices parecidas, é possível concluir, equivocadamente, que eu esteja “viajando na maionese”. Ver exortações ao cancelamento de assinatura do Netflix, é compreensível, afinal eles não sabem o que escrevem.
A baboseira desta gente incompetente, até para operar um teclado numérico, e que se acha capaz de falar de tudo é, de fato, surpreendente. E ainda vociferam que “… é a minha opinião e a minha timeline, não aceito discordâncias“.
Fico perplexo !!!
Diversionismo
Netflix
Em virtude de minhas tendências persecutórias, depreendo que, tudo foi conspiração de algum porão fascista. Por exemplo, decisões questionáveis do STF; entrevistas exclusivas nas TV ´amigas`; e o lançamento da série “O Mecanismo” tudo é narrativa. Além disso, as discussões em redes sociais e acusações de fake news só aumentam a ignorância geral. Ainda não descobriram os milhões de perfis provocadores que existem nas redes. Desta forma, muitos assuntos, como o assassinato cruel de uma vereadora, somem da “pauta”. O que interessa de verdade fica fora dos holofotes e, do mesmo modo, até os “esquerdistas” comeram a “isca”.
O Mecanismo do Sofá
Constitui-se numa estupidez ímpar avaliar o Padilha, Lula, Dilma, Moro e muitos outros a partir da série “O Mecanismo”. Da mesma forma que, entrar no movimento de “cancelar assinatura” é igual a história do cara que flagra a mulher trepando com o melhor amigo. Para resolver a questão, ele liga para o OLX e anuncia o sofá e, desta maneira, resolve a questão do chifre.
Os caras conseguiram o que queriam. A entrevista do Moro no Roda Viva motivou o bêbado de boteco a cancelar sua assinatura do Netflix, sem saber o que é Netflix. Quem imagina que isto é normal, tem problemas mentais, sérios e graves.
Fla-Flu
Tem duas coisas na série que venho escrevendo e falando há muitos anos. Por mais que o Brasil seja um Fla-Flu, ou melhor, pela rivalidade mais acirrada é um Gre-Nal, afirmo que os haters estão vencendo. Ferraram com tudo. E as redes sociais deram um aumento exponencial à questão.
A direita fica extasiada com a série, porque Padilha e a escritora conseguiram reproduzir exatamente o que pensam da esquerda. Padilha não comenta sobre o “fracasso” da série Narcos, mas chama o povo para ver, omitindo o nome do financiador. O Mecanismo e outras produções, que ele “ganhou” com o sucesso de Tropa de Elite.
O sistema é bruto !
O Mecanismo e o Debate
A série “O Mecanismo” é boa, pois relata boa parte da história que muita gente não viu. Adicionalmente, aliada à entrevista do Moro (quanta conveniência!), mostra que o país continua o mesmo. Porém, os perfis de rede social têm que arrumar salvadores da pátria e culpados, para a roda continuar a girar.
A Odebrecht assinou o primeiro contrato de serviço público esta semana… a não ser que seja uma extrema e improvável coincidência? Nem um pouco… entretanto, existem aqueles que preferem o diversionismo. Com toda a certeza, aquilo que o Padilha interpretou na sua obra ficcional, e do que parte da esquerda está fazendo. Assim sendo, o boicote é idiotice, IMHO, e contribui para o diversionismo.
Portanto, se submeto ao sistema da maioria, é possível que me renda à estupidez e violência reinante. Estupidez protagonizada por perfis falsos, que só aceitam opiniões convergentes. É entristecedor ver que, não sabendo debater, o argumento vira coisas como “o dinheiro é meu“, “a timeline é minha“, etc.
Fim dos Tempos
Quando transponho episódios de séries (E.g. House of Cards, Merlí, Rita, Mr. Robot etc.) comparando com a vida real, pratico o debate.
O que a maioria não percebe é que, quando a China mostra o contexto exato de um episódio destas séries para seus cidadãos é a realidade. Por outro lado, a patuleia diz que é coisa de comunista (embora alguns tolos digam que a China é capitalista porque está dando certo). Contudo, quando um gestor de penitenciária em Minas Gerais tem uma ideia “original” (a partir da Netflix), pensam que é o certo a se fazer.
Assim, procuro não entrar na discussão de cancelar Netflix. Entendo que usar alternativas e comparações obtusas e pueris como “liberdade de escolha” é falta de argumentos. É inútil e gera os efeitos que eles (os manipuladores) desejam.
A manipulação de massas, preconizada por Chomsky, é aqui e agora. Embora muitos que leem este texto “concluirão” que estou defendendo bandidos.
Em suma, é triste o fim de perfis autômatos de redes sociais que se acham donos da verdade.
Imagem: Reprodução Internet
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
- Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
- Sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são importantes. Basta enviar comentários via e-mail para pyxis at gmail.com, página do Facebook, associada a este Blog, ou perfil do Twitter.
- Alguns textos sofreram revisão, outros ainda apresentam erros (inclusive ortográficos) e sofrerão correção à medida que tornam-se erros graves (inclusive históricos).
- Algumas passagens e citações podem parecer estranhas mas fazem parte ou referem-se a textos ainda inéditos.
Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.