Blogs e Blogging

Os blogs tradicionais estão mortos?

Redes Sociais

Em primeiro lugar, é bom ressaltar que cada usuário de rede social acha que aquela plataforma que mais lhe agrada, é sempre a mais utilizada. Este texto tem a pretensão de mostrar, dentre outras coisas, que o canal de comunicação suportado pelos blogs não morreu. Com toda a certeza, muitos que ultrapassarem esta introdução continuarão com a opinião de que Blog é “… coisa de gente velha …”. Por outro lado, um dos propósitos deste texto é mostrar que cada plataforma ou canal tem seu espaço, e o conteúdo deve ser a “estrela da companhia”.

Imediatismo

Infelizmente, a maioria dos usuários de redes sociais é de uma geração que só quer saber “do que pode dar certo“. Estão completamente acostumados a ter respostas rápidas e manifestar suas opiniões sem nenhuma fundamentação. Mais vale repercutir ou compartilhar algo que leram de algum “influencer” do que pensar sobre o que está escrito.

Se algum famoso ou subcelebridade regurgita qualquer coisa, é mais bacana ser o primeiro a reproduzir. Este tipo de comportamento está fazendo com que todos que produzem conteúdo, inclusive profissionais de mídia, sejam desconsiderados. Antes que pensem que estou exagerando, avaliem o que cada um que lê este texto fez com os últimos dez conteúdos que recebeu.

Certamente, tenho exemplos (aos milhares) para refutar e provar que quem avalia meu texto como exagerado está errado. Os blogs, na maioria dos casos, estão na contramão das redes sociais imediatistas e sem conteúdo. É somente uma questão de querer ler alguma coisa em cinco minutos e pensar, ao invés de ver um vídeo ou áudio e sair curtindo e replicando.

Blogs

Tenho várias pessoas conectadas nos meus perfis que estão no grupo dos que preferem “o que pode dar certo“, “que têm pressa“, muitos deles bem intencionados, outros nem tanto. Por exemplo, recentemente, incitei um destes perfis da minha rede no Facebook a usar a plataforma para divulgação de um evento num grupo de menos de 3000 pessoas, diretamente relacionadas ao evento. A expectativa é de que ao menos 5% aderissem à atividade. Surpreendentemente, o organizador do evento me disse que o Facebook tinha morrido – talvez ele tenha se referido a mudança de nome(1) #SQN – e que tinha outros canais para comunicação mais efetivos.

Canais

Atuo com tecnologia há muitos anos, para ser mais preciso, em meados dos anos 1990, migrei dos grandes computadores para as chamadas plataformas “baixas” (microinformática) e as redes como a Internet. Desde aquele momento, quando as redes sociais eram baseadas nas BBS, mensagens instantâneas eram via canais de IRC e o navegador era o Mosaic.

Por outro lado, chega a ser curioso, quando alguém que nem sabia ler e escrever naquele período, chega pra mim e diz:

Tio, você precisa se atualizar e conhecer sobre as ferramentas de mensagem instantânea.

Fico assustado com estas narrativas de redes sociais e a petulância de certos personagens quando falam de tecnologia e não passam de “dedinhos ágeis” sobre teclados de smartphones.

Assim sendo, continuo entendendo que cada canal tem seu usuário específico. Mantenho a teoria, comprovada pela prática,  de que é um erro crasso alguém escolher passar seu conteúdo em função da facilidade que tem em operar este ou aquele canal.

Blogs X Novos canais

Blogs, assim como Fóruns, lista de e-mail, chats, IM, e outros são as tecnologias com seus formatos que suportam marcas de plataformas. Seja o Facebook, Twitter, Tik Tok, Youtube ou qualquer outra plataforma ou nome que se dê, que usam estas tecnologias.

A confusão se forma na cabeça das pessoas quando elas confundem a classificação de um microblog (como o Twitter) com um produto para blogs como o WordPress. São tecnologias diferentes, com propósitos diferentes.

Como se não bastasse, toda esta confusão é ampliada quando plataformas como o Meta ( antigo Facebook) se propõe a oferecer diversas tecnologias e canais. As pessoas têm dificuldade de acompanhar tudo e quando uma pessoa tem a mesma coisa no Facebook Watch, no Youtube, no Instagram e outros ela está querendo somente que o mesmo conteúdo seja transmitido para pessoas diferentes. E, mais uma vez, surpreendentemente, a maioria das pessoas se conectam em todas as plataformas, como se isso fosse algum processo inteligente.

Desse modo, a maioria dos usuários não sabe o que fazer com a quantidade de perfis que segue em diversas redes.

Enfim, infelizmente, os novos canais e novas plataformas (ou as plataformas TUDO-EM-UM) estão mais afastando as pessoas dos conteúdos do que aproximando-as dos bons conteúdos.

Blogs em vertigem

Em suma, tudo agora é vídeo, ninguém mais lê coisa nenhuma, e logo mais os Podcasts vão superar os vídeos instantâneos, que vemos por aí com dancinhas e pouco ou nenhum conteúdo.

Lado B

Entretanto, como tudo que acontece em nossas vidas, a história das redes sociais e mídias digitais parece que tem um lado B.

Tomemos, por exemplo, a produção de textos para blogs, somente na plataforma WordPress (a mais utilizada do mundo). Pesquisa de 2019 indicava que mais de 78 milhões de textos eram publicados por mês e os blogueiros publicavam mais de 5 milhões de textos todos os dias.

Certamente, cada vez menos, estes textos estão sendo lidos pois poderiam dar um nó no cérebro de muitos dos fãs de dancinhas e gracejos das redes sociais. Os blogs não morreram e não devem morrer tão cedo, assim como na proposta de reformulação da economia no pós-pandemia(2) as novas tecnologias devem pensar numa forma de criar-se fidelidade a grupos de interesse que sejam fiéis ao conteúdo e as ideias.

O que vem por aí

Os blogs convencionais, aqueles que suportavam colunistas de opinião em grandes portais, estão mudando. Blogs como este aqui são sementes para blogs de nicho e individuais, como tenho projeto de falar sobre viagens em Minas Gerais, sobre tecnologia, sobre administração e gestão, dentre outros temas.

Nesta década que se inicia, o público tem que ser leal e interessado no conteúdo específico. O conteúdo deve ser capaz de responder às dúvidas, aguçar a busca pelo conhecimento e ter o autor de cada texto como referência para aquele público.

Desta forma, continuo na perspectiva de que professores, individualmente, mostrem seus conhecimentos através dos canais mais apropriados. Este conhecimento deve ser exposto através de Blogs ou Fóruns específicos, nos mais diversos temas e áreas de conhecimento, com inter-relacionamento e, sobretudo, com a troca de conhecimento.

Decerto, todo blogueiro e pessoa que passa conteúdo quer que seu espaço monetize através de likes e afins, as fórmulas têm sido as mais diversas. Tenho experimentado mentoria para blogueiros, Youtubers e afins, a maioria tem um rico potencial de aproveitamento. Entretanto, fixam-se em determinado canal quando seu público pode estar conectado em outras “vibes“.

Os blogs, assim como todas as tecnologias e plataformas, estão em constante mudança.

Multimídia

Acredito que querer fazer tudo sozinho é legítimo, muito mais difícil e que pode trazer muitos obstáculos desanimadores. Ter apoio em algumas etapas, pelo menos a princípio, é fundamental. Apoie-se em pessoas especializadas e cuidados de pessoas inexperientes que se apresentam como experts em “digital mídia“.

Faça seu blog com uma integração com outras plataformas (Youtube, Instagram etc.), uma de cada vez. Tenha seu domínio próprio e todo seu conteúdo centralizado, para evitar dissabores caso a plataforma que você escolheu afunde ou morra – seu domínio e seu conteúdo pode continuar para sempre.

Evolua para plataformas e tecnologias que seus seguidores fiéis estejam se apropriando ou se acostumando (como o Podcast).

Os blogs, atualmente, são uma relação parecida com o rádio e os podcasts. Decretaram o fim das radiodifusoras inúmeras vezes e, com toda a certeza, o rádio como era visto antigamente, acabou. Era preciso comprar um aparelho e, atualmente, recebemos vozes com mais interação nos telemóveis, assim são os blogs com verdadeiro conteúdo.

Mutatis mutandis, é o caminho a ser seguido com a junção de tecnologias, no qual o conteúdo seja privilegiado, e as pessoas obtenham mais conhecimento sem a superficialidade de certas redes sociais, é a perenização do conteúdo seja consistente.

Cada um não deve pensar em “dar um tempo” nesta ou naquela rede, pode ser um grande erro e, talvez, seja preferível utilizá-las melhor.

#FicaaDICA.

 

(1)  Facebook muda de nome e passa a se chamar Meta

(2) Nanoeconomia Feudal do Século XXI

 

(*) Revisado e atualizado em dezembro de 2021

 

Imagem: Reprodução Internet

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Observações, sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são bem vindos.
  • Coloquem aqui, nos comentários ou na página do Facebook, associada a este Blog, certamente serão todos lidos e avaliados.
  • Alguns textos são revisados, outros apresentam erros (inclusive ortográficos) e que vão sendo corrigidos à medida que tornam-se erros graves (inclusive históricos).
  • Algumas passagens e citações podem parecer estranhas mas fazem parte ou referem-se a textos ainda inéditos.
  • Caso queira fazer comentários no texto, clique aqui e envie mensagem para pyxis at gmail.com e, certamente, faremos a autorização.

Agradeço a compreensão de todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.

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