Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Muitos pensadores falam sobre “Solidão“, Carl Jung tem a opinião que complementa muitas das demais.
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As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Carl Jung
Alguns pensadores e estudiosos da raça humana, como Carl Jung, são diferentes e terão aqui uma pequena apreciação e opinião. É provável que os profissionais da especialidade de Jung torçam os narizes para qualquer análise que não seja deles, ou para eles. Assim sendo, antecipo qualquer tipo de desdém chamando-os para não experimentarem a solidão. Eis-me aqui… citando e escrevendo sobre Jung.
Carl Gustav Jung ( 26 de julho de 1875 – 6 de junho de 1961 ) foi um psiquiatra e psicanalista suíço, fundador da Psicologia Analítica. O trabalho de Jung tem grande influência nos campos da psiquiatria, antropologia, arqueologia, literatura, filosofia, psicologia, e estudos religiosos. Jung trabalhou como cientista pesquisador no hospital psiquiátrico Burghölzli, em Zurique, sob a orientação de Eugen Bleuler. Jung estabeleceu-se como uma mente influente de seu tempo, desenvolvendo uma amizade com Sigmund Freud, fundador da psicanálise. Ele é considerado um dos psicólogos mais influentes de todos os tempos.
Fonte: Wikipedia (Inglês)
Solidão
O tema é recorrente na filosofia e tem abordagens diferentes entre os pensadores da vida humana. Desse modo, as definições filosóficas sobre uma palavra e suas implicações, neste caso, são bastante conflituosas.
Certamente, a solidão é um estado de isolamento ou separação social, que pode ser físico, emocional ou psicológico. Em outras palavras, é a sensação de estar sozinho e sem conexão com os outros. Desta forma, ao incluirmos a palavra conexão, aderimos ao modo de comunicação entre seres humanos: as redes sociais.
Sem dúvida, nem precisa ter o expertise de Jung ou Freud para saber que o isolamento pode ser uma experiência dolorosa e difícil de suportar. E, como se não bastasse, as redes sociais e mídias digitais pioraram o quadro de afastamento para muitas pessoas. Por outro lado, estas mesmas redes sociais deram ao “idiota da aldeia” acesso ao mundo inteiro.
Surpreendentemente, este afastamento serve para reflexão e introspecção, e o seu mau uso está ultrapassando os limites do tolerável.
Os filósofos
São muitas as frases e pensamentos sobre solidão(*), atribuídas a filósofos e pensadores, senão vejamos:
Aristóteles disse que “… a solidão é um estado natural do ser humano, que busca a felicidade e a realização pessoal “. Certamente, na linha de raciocínio de que a solidão é necessária para que possamos refletir sobre nossas vidas e tomar decisões importantes.
Para Rousseau a solidão tem um viés, inquestionavelmente, pessimista. Em outras palavras, “… a solidão é o resultado da vida em sociedade, que corrompe a natureza humana…”. Desse modo, a sociedade é responsável pela alienação e isolamento do indivíduo, que perde sua liberdade e sua conexão com a natureza.
Martin Heidegger entende e escreveu que “… a solidão é uma experiência fundamental da existência humana…”. A solidão não apenas é uma consequência do fato de que cada um de nós é único, vai além . Decerto, é uma compreensão de que nossa existência só pode tornar-se presente através da solidão.
Por sua vez, Sartre, bem como Rousseau, entende “… a solidão como uma experiência negativa e angustiante…”. Ele vê a solidão como efeito da falta de sentido da vida, uma vez que nos coloca em um estado de isolamento e alienação. Por outro lado, vê que a única forma de superar a solidão é através da ação e do engajamento político e social com pessoas.
Em contraste com a maioria, Nietzsche tem uma visão mais positiva sobre a solidão. Para ele, “… a solidão é uma oportunidade para o desenvolvimento pessoal e a criação de novos valores…”. Imagina ele que a solidão é uma condição necessária para a criação de obras de arte e de novas ideias e perspectivas.
Comunicação
Enfim, a frase de Carl Jung resume muito das demais frases e acrescenta o nosso grande problema da atualidade. Precisamos nos comunicar, sair da fase de monólogos para diálogos e não conseguimos nem com as redes sociais abertas e amplas.
É, inegavelmente, muito triste ter muitas pessoas por perto e conectadas conosco pelas redes sociais e elas não nos ouvirem. Ou, como se não bastasse, elas apenas escutarem e ” … entrar por um ouvido e sair pelo outro…”. A reciprocidade, desse modo, parece faltar para todos os intervenientes e todos que desejam se comunicar mas preferem o isolamento.
Em suma, temos um tema complexo, de uma diversidade infinita na filosofia e na psicologia. Eventualmente, alguns veem a solidão como uma experiência positiva e enriquecedora, outros a consideram negativa e angustiante. Contudo, é uma experiência universal e inevitável para todos os seres humanos. E que, nem sempre, muitos sabem tratar e pode-se ter diferentes implicações e simbologia para cada indivíduo.
Particularmente, detesto este povo pessimista, sou um realista por natureza e prefiro o refletir-agir-refletir, sozinho-em-grupo-sozinho.
(1) “Entre sem bater – Pedro Cardoso – Monólogo”
(*) Frases e pensamentos podem, eventualmente, não apresentar uma tradução correta ou serem aforismos/paráfrases.
Imagem: Entre sem Bater – Carl Jung – Solidão
Nota do Autor
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