Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Para “Entender as Coisas” que Charles Bukowski escreveu, é preciso ter sangue frio e respirar profundamente.
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As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Charles Bukowski
É provável que Bukowski seja como aqueles artistas e pintores cujos trabalhos só tiveram valorização após morrerem. Desse modo, afirmo que até pouco tempo atrás, nem sabia que era o de cujus. Contudo, comecei a ver e pensar sobre suas frases e, mesmo sem confirmação da autoria de algumas, perseverei. Em outras palavras, ainda tento entender as coisas que Bukowski escreveu, discordando muito do que ele pensava. Se por um lado, são interessantes as suas abordagens, por outro lado, o que chamou a atenção do FBI, por outro, relatos do mundo cruel são parciais.
Henry Charles Bukowski ( nascido Heinrich Karl Bukowski, 16 de agosto de 1920 – 9 de março de 1994) foi um poeta, romancista e contista. Sua escrita foi influenciada pelo ambiente social, cultural e econômico de sua cidade natal adotiva, Los Angeles. O trabalho de Bukowski aborda a vida cotidiana dos americanos pobres, o ato de escrever, o álcool, as relações com as mulheres e o trabalho penoso. O FBI manteve um arquivo sobre ele como resultado de sua coluna “Notas de um velho sujo” no jornal underground de Los Angeles, “Open City“.
Fonte: Wikipedia (Inglês)
Entender as Coisas
A princípio, procuro entender as coisas que alguém escreve e fazer uma reflexão equidistante do pensamento dos autores. Assim sendo, dedico pouca atenção ou nenhuma atenção aos comportamentos da maioria dos autores. Entretanto, no caso de pensadores mais contemporâneos, alguns cuidados devem ser a práxis. Charles Bukowski, por exemplo, tem ideias e pensamentos reacionários e conflitantes. Desta forma, é sempre aconselhável usarmos frases destes pensadores com cuidado e refletir mais do que reagir.
Inteligência
Dentre as citações “soltas”, cuja atribuição a Bukowski não tem confirmação, devemos destacar aquela que associa a inteligência ao conhecimento. Em outras palavras, é possível concordar que quanto mais conhecemos de um tema, mais estamos propensos a ignorá-lo.
Desse modo, uma frase(1) com associação a outro prussiano vai na mesma linha do que diz Bukowski. Quanto mais temos conhecimento, mais não desejaríamos entender as coisas mundanas.
Por outro lado, esta afirmativa ou sugestão feita aos homens abriga uma falácia perigosa e cruel em tempos modernos. As redes sociais e a Internet permitiram aos humanos terem conhecimento de coisas inimagináveis até pouco tempo atrás. Certamente, não importa se é o processo de fazer salsichas ou o conhecimento que adquirimos, tudo é essencial.
Assim sendo, há uma contradição ou manipulação mental(2) no que escreve Bukowski, Bismarck e tantos outros, que de arvoram como iluminados. É uma espécie de reserva de mercado do conhecimento pelo obscurantismo. Estes influenciadores do passado, como os influencers do mundo atual, querem que as suas narrativas prevaleçam. É provável que a ideia de entender e conhecer menos as coisas leve a algum patamar de felicidade.
Falácia
A tristeza indesejável da citação de Bukowski é, com toda a certeza, a felicidade de todos que querem mostrar a inteligência e capacidade que possuem.
É uma falácia inominável o que estes pensadores fazem, quando associam tristeza e fracasso ao nível de conhecimento das pessoas sobre as coisas. Como se não bastasse, quando utilizam de palavras de duplo ou triplo sentido, estão no caminho de terem seguidores autômatos. Analogamente a ficções que estão se transformando em realidade, como o “Admirável Mundo Novo“(3), estamos numa trilha de perdição. Estamos, a maioria das pessoas, numa trilha de desalento e desânimo e os espertalhões assumem a vida dos outros.
Em suma, podemos definir que algumas frases e citações exigem mais reflexão antes de simplesmente repassá-las indiscriminadamente. Quando até governadores(4) (como o de MG) pegam uma frase e reproduzem, sem nem saber o autor, e muitos aplaudem, temos um grave problema.
As pessoas querem o imediatismo e a perspectiva de um estoicismo digital, provoca muita confusão mental(5), o discernimento é necessário. Para entender as coisas é preciso ter conhecimento e refletir, compartilhar não é preciso. Sem dúvida alguma, Bukowski está errado e a tristeza não tem como causa a inteligência ou qualquer atitude que privilegie o conhecimento.
(1) “Leis e Salsichas – Otto von Bismarck”
(2) “Entre sem bater – Aldous Huxley – Manipulação Mental”
(3) “Distopia Tupiniquim e o admirável mundo novo”
(4) “Entre sem bater – Romeu Zema – Sotaque Mineiro”
(5) “Confusão em tempos de redes sociais”
Imagem: Entre sem bater – Charles Bukowski – Entender as Coisas
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
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