Entre sem bater - Scott Fitzgerald - Ideias Opostas

Entre sem bater – Scott Fitzgerald – Ideias Opostas

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Atualmente, a capacidade cognitiva das pessoas em trabalharem “Ideias Opostas“, reforça uma teoria de Scott Fitzgerald.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Scott Fitzgerald

Scott Fitzgerald é um exemplo de escritor que as pessoas prestam atenção depois que deixaram a vida terrena. Por isso, quando escreveu algumas obras de relevância, não teve um reconhecimento para o conjunto de seus trabalhos. Certamente, muitos de seus pensamentos e ideias opostas, se aplicam aos dias de hoje.

Francis Scott Key Fitzgerald (24 de setembro de 1896 – 21 de dezembro de 1940) foi um romancista, ensaísta e contista americano. Ele é mais conhecido por seus romances que descrevem a extravagância e o excesso da Era do Jazz – um termo que ele popularizou em sua coleção de contos Tales of the Jazz Age. Durante sua vida, ele publicou quatro romances, quatro coleções de histórias e 164 contos. Embora tenha alcançado sucesso popular temporário e fortuna na década de 1920, Fitzgerald foi aclamado pela crítica somente após sua morte e agora é amplamente considerado um dos maiores escritores americanos do século XX. Apesar de sua estreia sem brilho, sua obra O Grande Gatsby agora é aclamada por alguns críticos literários como o “Grande Romance Americano.

Fonte: Wikipedia (Inglês)

Ideias Opostas

Em primeiro lugar, frases soltas, mesmo que simbólicas, devem estar dentro de um contexto, como é o propósito destas trilha ( Entre sem bater ). Desse modo, a frase de Scott Fitzgerald tem uma associação direta com a métrica que ele usa para avaliar a capacidade cognitiva das pessoas.

Em outras palavras, ele utilizou esta frase, em uma de suas obras (The Crack-Up – 1936) num contexto interessante de ver as pessoas e a sociedade.

o teste de uma inteligência de primeira linha é a capacidade de manter duas ideias opostas na mente ao mesmo tempo e ainda manter a capacidade de funcionar. Deve-se, por exemplo, ser capaz de ver que as coisas são inúteis e, ainda assim, estar determinado a torná-las diferentes. Essa filosofia se encaixou no início da minha vida adulta, quando vi o improvável, o implausível, muitas vezes o “impossível”, se tornar realidade.

in The Crack-Up (1936)

A partir deste pensamento, podemos inferir que uma pessoa medianamente capaz deve conviver ou a avaliar ideias opostas. Por exemplo, uma pessoa de trabalhar, ao mesmo tempo, em sua mente, com uma mentira e uma verdade, sobre o mesmo tema. Desse modo, é possível cada ser humano formar opinião e agir, de acordo com suas convicções.

Certamente, a capacidade cognitiva das pessoas, com a avalanche informacional das redes sociais, não permite parar e pensar em ideias opostas. As pessoas têm pressa e acostumaram suas mentes a idolatrar mais as mentiras repetidas mil vezes do que colocar a inteligência em funcionamento.

A maioria dos leitores deste tipo de reflexão que apresentamos neste texto, mal ultrapassa a apresentação do autor da frase. A preguiça mental(1) reinante nestes tempos de inovação e tecnologias disruptivas não ultrapassa, no geral, a nossa visão e audição.

Dissonância Cognitiva

A princípio, é admissível a ideia de que a dissonância cognitiva seja um conceito contraditório. Admitindo-se que este comportamento seja a incoerência entre o que a pessoa diz ou escreve e o que ela pratica, temos uma contradição. Desta forma, é possível associar a verdade e a mentira como ideias opostas, desde que fiquem somente no pensamento. Se uma pessoa é mentirosa, pensa e age de maneira dissimulada, mas fala mentiras sobre o que faz, temos um sociopata, ou pior.

Surpreendentemente, existem pessoas que preferem não ficar pensando em ideias opostas ou verificar a verdade ou mentira de seus “mitos” e “líderes”.

Atualmente, a política produz muitos exemplos de autoridades que mentem, descaradamente, e arrebatam legiões de seguidores. Do mesmo modo que líderes de seitas conseguem aumentar o séquito de fiéis, sociopatas atuam buscando mais poder.

E, como se não bastasse, as mentiras de dissonância cognitiva destes políticos ganham até as plataformas que mantêm as mentiras. Hoje em dia, estas plataformas que se apoiam em perfis pagos, optaram por avalizar mentiras e punir quem denuncia.

Romeu Zema

Tomemos, por exemplo, o caso do atual governador de Minas Gerais, Romeu Zema, reeleito pela maioria dos mineiros, com seu sotaque peculiar. É um sujeito que tem opiniões específicas sobre vários assuntos (sotaque(2), racismo, vírus etc.) e manifesta de forma peculiar. Ele pratica um antagonismo (incoerência) entre o que diz para o povo fazer e o que ele faz.

Ao mesmo tempo em que ataca o Estado, e diz que não é um político profissional, é reeleito governador e quer seguir na política. Como se não bastasse, negocia cargos e benesses para aliados utilizando empresas de serviços públicos.

Assim sendo, temos uma classificação de uma pessoa mentirosa, que não se incomoda com a possibilidade de um conflito interno entre ideias opostas. Com toda a certeza, estes sociopatas não têm conflitos para o processo decisório, ele pensa uma coisa e verbaliza outra. Este tipo de sociopata é o mais perigoso de todos, e assim como o Romeu Zema existem outros que defendem o hedonismo, acima de tudo.

Ao contrário de políticos como Jair Bolsonaro, que amealhou seguidores pelo seu sincericídio, Zema pratica a dissimulação com perfeição.

Racionalidade

As redes sociais e plataformas digitais deixaram, há muito tempo, de ter qualquer racionalidade ou incentivo à capacidade cognitiva e pensamento. É provável que esta seja a estratégia que as pessoas pensam primeiro quando querem tornar alguma coisa viral. Desde aqueles “top voices” de plataformas como o LinkedIn(3), até os influencers do Tik Tok, a ideia é não deixar a pessoa pensar.

O funcionamento é simples.

Faz-se a apresentação de uma ideia (não interessa se verdade ou mentira) e pede-se compartilhamentos e likes. Desse modo, o autor de um conteúdo ruim ganha dinheiro e a mentira ganha o mundo, sem volta. Sem dúvida, o funcionamento é simples e ameaçador, a velocidade para se refutar ou debater, é infinitamente inferior.

Não existe racionalidade e muito menos a capacidade de se manter ideias opostas em perspectiva de reflexão nas redes sociais. As pessoas ( perfis ) têm pressa, não querem saber de fatos ou visões diferentes. Toda e qualquer opinião tem sua definição e escolha no momento que se curte ou compartilha algo e sejamos ‘felizes”.

E, desse modo, a maioria absurda das pessoas nas redes sociais, não admite sequer pensar no contraditório.

Definitivamente, a grande chance de aproveitarmos a capacidade de pensarmos e avançarmos no conhecimento, perde-se nas redes sociais. A prática do “compartilhem para todos” venceu qualquer proposta do pensem, vejam o contraditório, e reflitam.

Mentiras

As mentiras são muito menos perigosas do que as meias-verdades(4), pois não geram o ódio destas. Infelizmente, casos como os de Romeu Zema que repete frases de um fascista são apenas um exemplo. O governador de Minas mentiu para obter cidadania italiana, teve que refazer o processo, uma mentira. O mandatário defende ideias segregacionistas e não se faz de rogado dizendo que a manchete do jornal é falsa.

O mentiroso contumaz que não se abala com a repercussão das suas ideias. Inquestionavelmente, ele as utiliza para avançar nos seus objetivos e naquilo que defende. Não importa se utiliza, num ato falho, de uma frase de um fascista. Ou se por outro lado, sua práxis de beneficiar amigos e financiadores de campanha é ilegítima, ele acredita nas suas mentiras.

O mais assustador é que este comportamento dissonante faz aumentar o desejo de muitos que pensam e agem como ele. As plataformas digitais são a expressão clara e fiel disso. Ao mesmo tempo em que influencers ganham muito dinheiro, gastam e cometem crimes sem o menor constrangimento.

As frases sobre mentirosos, desde os filósofos pré-socráticos , nunca foram tão atuais e aplicáveis, o poço da enganação não tem fundo.

 

P. S.
  • No caso do governador Zema, o debate é muito estranho, pois quem não mora em Minas Gerais acha que conhece tudo sobre ele. Por outro lado, utilizam de falácias para desacreditar qualquer um que pode relatar casos e mais casos comprováveis. Zema só não é pior do que o séquito de serviçais que ele amealhou no serviço público de MG. Enfim, o Partido Novo e seu povinho não são nem sombra do que proclamam.
  • Este Blog (Entre sem bater) é a prática de ter ideias opostas e, por vezes, ter frases e citações que não concordamos.
  • Uma analogia interessante sobre inteligência de primeira linha, ideias opostas e capacidade cognitiva é possível com computadores. Os sistemas operacionais mais atuais podem processar “ideias” opostas e diferentes, ao mesmo tempo, numa mesma “memória”. Por isso, as máquinas computacionais avançaram tanto nos últimos anos, e as pessoas não avançaram.

 

(1) “Entre sem bater – Liz Hurley – Preguiça Mental

(2) “Entre sem bater – Romeu Zema – Sotaque Mineiro

(3) “Pecados Digitais – A Soberba

(4) “Do ódio gerado pelas meias-verdades

 

Imagem: Entre sem bater – Scott Fitzgerald – Ideias Opostas

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
  • Sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são importantes. Basta enviar  comentários via e-mail para pyxis at gmail.com, página do Facebook, associada a este Blog, ou perfil do Twitter.
  • Alguns textos sofreram revisão, outros ainda apresentam erros (inclusive ortográficos) e sofrerão correção à medida que tornam-se erros graves (inclusive históricos).
  • Algumas passagens e citações podem parecer estranhas mas fazem parte ou referem-se a textos ainda inéditos.

Deixe um comentário